AmpliarPalestra com Adilson Florentino. (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Em palestra nesta manhã, Adilson Florentino conversou com campuseiros sobre o IPv6, um protocolo que, na verdade, já existe há certo tempo. Ele comentou sobre os impactos que a migração pode causar em um primeiro momento e o que os usuários podem esperar nos próximos anos.
O IPv4 era capaz de gerar cerca de 4 bilhões de combinações diferentes, o que era tido como algo praticamente ilimitado há alguns anos. Mas isso mudou bastante. Quando o uso da internet expandiu seus limites e tornou-se comercial, o número de endereços existentes começou a se esgotar a passos largos.
Para termos uma ideia em números, um endereço IPv4 possui 32 bits, já o IPv6 tem 128 bits. Este último gera um volume total de cerca de 56 octilhões de endereços IP por ser humano, ou ainda 79 octilhões de vezes a quantidade de endereços IPv4. Você consegue imaginar o quanto seria isso?
Não existe uma data fixa para que o IPv4 seja desativado, pois toda a internet que conhecemos hoje é baseada nesse protocolo. Haverá uma coexistência dos dois tipos até que a migração completa seja alcançada. No entanto, vale um alerta: os sites que demorarem muito para realizar a mudança deixarão de ter acesso a muitos conteúdos da internet, justamente pela diferença entre as duas tecnologias.
Mas por que demorou tanto para chegar?
O grande problema é que a adoção de um novo protocolo tem um custo muito alto. Além disso, também é necessário adquirir mão de obra e uma base de hardware muito mais potente. Tudo isso fez com que as empresas deixassem essa mudança gigantesca para depois, ocasionando o atraso do processo.
Temos ainda um período em torno de dois anos para nos ajustarmos ao novo protocolo, mas isso ainda pode depender do crescimento do uso da internet. Os profissionais de rede terão que manter as duas redes lógicas ao mesmo tempo até que a migração seja concluída. Isso implica em muito trabalho, pois as duas tecnologias agem de forma diferente e independente.
Com o IPv6, o seu computador terá um endereço único e exclusivo em todo o mundo, não sendo necessário ficar atrás de um serviço de NAT, por exemplo. Com isso, sua máquina terá acesso direto, de fim a fim.
A estrutura do endereço
O endereço IP será dividido em oito grupos de 16 bits, divididos por “:” e escritos com dígitos hexadecimais, como este: “2001:0DB8:AD1F:25E2:CADE:CAFE:F0CA:84C1”. Além disso, com o IPv6 é possível:
- Utilizar caracteres maiúsculos contínuos de “::”;
- Omitir zeros à esquerda;
- Representar os zeros contínuos de “::”.
O Unicast (identificação individual), o Anycast (identificação seletiva) e o Multicast (identificação em grupo) passarão a ser os três novos tipos de endereço com o IPv6. Outro detalhe é que não existirá mais Broadcast.
Adilson ainda mencionou que a internet está prestes a entrar em mais uma fase de transição. Não só apenas pessoas serão conectadas a outras pessoas, mas também a máquinas. E máquinas com máquinas também, sem a interferência humana. Com isso, a ideia de uma revolução robótica pode estar bem mais próxima da realidade do que pensávamos.
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