A Campus Party Brasil 2011 recebeu na tarde de hoje uma de suas prinicipais atrações: a palestra do Diretor Executivo da Linux Internacional Jon "Maddog" Hall. O evento foi realizado no palco principal e atraiu centenas de campuseiros e visitantes.
Bem-humorado e trazendo uma série de números adaptados à realidade brasileira, Maddog aproveitou a oportunidade para falar sobre o Projeto Cauã, uma iniciativa da comunidade Linux que promete revolucionar o acesso à internet e a maneira como os usuários interagem com os sistemas operacionais.
Um orador nato
Com 42 anos de atuação na indústria de computação, Jon "Maddog" Hall ainda assim mantém a humildade e faz questão de se apresentar como "apenas mais um" colaborador da comunidade Linux. Em sua explanação, Hall traçou um panorama atual de quanto é gasto com licenças de software e as dificuldades enfrentadas por quem planeja começar um novo negócio devido aos custos iniciais.
Se mostrando bem preparado, Hall brincou com a maneira como os americanos enxergam o Brasil. "Floresta amazôniza, futebol, piranha e carnaval", comentou. "Entretanto, deveríamos ver o Brasil como uma das maiores economias do planeta, São Paulo como uma das cidades mais importantes e um lugar onde 80% da população vive em áreas urbanas", destacou.
O Projeto Cauã
A partir desse contexto, Maddog apresentou ao público quais são os principais objetivos do projeto Cauã. Nascido em 2008, a ideia é transformar a comunidade Linux em uma desenvolvedora profssional de oportunidades, tornando os softwares mais acessíveis para usuários leigos e tranformando desenvolvedores e colaboradores em polos de disseminação de sinal, criando uma verdadeira "bolha Wi-Fi".
"Em áreas urbanas, se cada um dos colaboradores tiver condições de disponibilizar um sinal de rede, o conjunto deles é capaz de criar um `bolha Wi-Fi` permitindo que mesmo nas ruas qualquer um possa acessar a internet sem que precise pagar por isso", completou.
Além disso, o projeto prevê um suporte técnico e de software para aqueles que planejam desenvolver tecnologias para a mais nova ferramenta. "Nós forneceremos o software, os planos de comunicação e marketing e servidores comunitários para que qualquer um possa se utilizar deles e criar novos projetos benéficos para o próprio desenvolvimento do sistema", explicou.
Minimizando perdas
Se a utilização de software livre prevê a redução de custos de investimento, o desenvolvimento de interfaces mais acessíveis pode minimizar as perdas das corporações com problemas advindos da má execução dos softwares.
"Em uma empresa com 300 funcionários, por exemplo, se houver um perda de 15 minutos por dia para apenas um deles, ao final de um ano é como se nove deles não tivessem trabalhado durante os 365 dias", exemplificou.
As possibilidades que o projeto abre permitem ainda a criaçào de novas ofertas de emprego, diretas e indiretas. O treinamento para suporte e desenvolvimento pode ser feito online ou mesmo em salas de aula. Tudo vai depender das necessidades e da capacidade de organização da própria comunidade.
Quem quiser conhecer o Projeto Cauã de maneira mais detalhada pode acessar a página oficial neste endereço. Além disso, é possível assistir a uma série de vídeos no YouTube, apresentados pelo próprio Jon "Maddog" Hall, explicando as intenções do projeto e como se tornar um colaborador.