Cansado das protuberâncias cada vez mais acentuadas que acompanham as câmeras de celulares das principais marcas? Bem, se depender dos pesquisadores da Caltech, esse pequeno incômodo pode ser resolvido de uma vez por todas e muito em breve. A solução encontrada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia foi simples: criar uma câmera sem lentes.
Por mais surreal que isso possa parecer em um primeiro momento, a estratégia tem tudo para funcionar. Pensando em como resolver esse desafio, os engenheiros da universidade californiana perceberam que, seguindo a fórmula atual de construção desses componentes, não seria possível se livrar dos “calombos”. Afinal, garantir o foco em múltiplas distâncias requer que o vidro das lentes tenha um certo tamanho e uma espessura mínima.
Detalhe do chip desenvolvido pela Caltech
A estratégia, então, segundo a papelada da Caltech, é tirar esses componentes da jogada e recorrer a um chip de “optical phased array” – algo como “matriz óptica em fases”. O que esse elemento de nome complicado faz? Utiliza fórmulas matemáticas ultraprecisas para substituir o conjunto óptico ao permitir que a luz só banhe o sensor do aparelho em locais e intervalos específicos, fazendo com que o foco seja calculado e aplicado em tempo real – a velocidades de até um quadrilionésimo de segundo – e diretamente no chip.
[O chip] pode mudar de uma olho-de-peixe para uma lente tele instantaneamente
Essa tecnologia não só consegue garantir que os elementos corretos ganhem nitidez como também altera a distância focal da câmera. “[O chip] pode mudar de uma olho-de-peixe para uma lente tele instantaneamente, apenas fazendo um simples ajuste na forma como a matriz recebe a luz”, explica o professor Ali Hajimiri. Vale notar que esse não é um produto que surgiu do nada, mas sim um projeto iniciado em 2014 e cuja tecnologia deu origem a um projetor mobile minúsculo e a uma câmera de celular que se transforma em um potente scanner 3D.
Por enquanto, o chip é apenas um protótipo de sua versão final, trazendo apenas um grid 8x8 com 64 sensores únicos e gerando imagens de baixíssima resolução. Eventualmente, no entanto, a ideia é que a empreitada seja expandida e permita que o hardware ganhe componentes mais sensíveis e capazes de capturar cenas em alta definição. Qual será a primeira fabricante a utilizar esse tipo de solução, hein? Deixe o seu palpite mais abaixo, na seção de comentários.
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