Conforme mencionamos em outra matéria, o estande da NVIDIA na BGS 2016 teve como grande atração três salas especiais voltadas para experiências com óculos de realidade virtual – duas delas com o HTC Vive e a outra com três unidades do Oculus Rift. Por meio desses equipamentos, os visitantes puderam conferir uma boa variedade de jogos e atividades experimentais envolvendo VR.
Como parte da nossa cobertura do evento, o TecMundo teve a chance de testar praticamente todas as demonstrações interativas em VR no local, com direito a produtos, controles e sensações completamente diferentes, usufruindo de tudo que a NVIDIA trouxe de bacana nessa Brasil Game Show. A seguir, você pode conferir as nossas impressões a respeito dos aparelhos e conteúdos que vimos por lá.
Oculus Rift e Unspoken: uma das atividades mais divertidas da BGS
Desde as versões de desenvolvimento do Oculus Rift, testei alguns jogos e experiências para realidade virtual, ou mesmo games mais “mainstream” que também oferecem suporte para a tecnologia – como é o caso de Alien: Isolation. Contudo, poucos dos títulos que vi até agora me impressionaram de forma tão marcante quanto Unspoken, da Insominiac.
A premissa é simples: você é um mago poderoso que deve derrotar um oponente com as mesmas habilidades que as suas – e que pode ser um bot ou outro jogador. Pode parecer algo bobo, mas, em minha humilde opinião, trata-se da experiência mais imersiva que já presenciei em um video game.
Controles criativamente intuitivos
Em títulos VT, há diferentes formas de imersão, seja pela narrativa, pelo gameplay ou pela tecnologia utilizada. No caso de Unspoken, é o último quesito que impera. A infraestrutura e o hardware da versão final do Oculus Rift são incríveis.
Os joysticks contam com a combinação perfeita de sensores de movimento com botões físicos, o que se torna um elemento crucial para a jogatina tão divertida. O controle em forma de “garras”, a excelente utilização dos sensores de movimento e as mecânicas totalmente pensadas para esta plataforma tornaram o título uma atividade memorável.
Os controles de movimento são muito interessantes
Durante a jogatina, tínhamos que lançar bolas de fogo com uma mão, defender com um escudo em outra e ainda realizar feitiços supercriativos, como forjar lanças (era preciso martelar em uma bigorna, com a movimentação real) e dobrar aviões de papel – que se transformavam em drones de ataque quando lançados.
Imersão que engana os sentidos
De todos os games que experimentei, Unspoken foi o que apresentou os visuais mais agradáveis, câmera mais dinâmica e jogabilidade mais desenvolvida. Nunca o termo “realidade virtual” fez tanto sentido: apesar de claramente saber que se tratava de um ambiente virtual em 3D, meu corpo tinha a sensação de estar em outro lugar e chegou a até mesmo simular algumas sensações.
Há vários mini games imersivos
Essa jogabilidade com movimentos no Oculus Rift é, inexplicavelmente, real. Mesmo sem vibrações, o meu cérebro foi enganado de um jeito que simulava uma resposta sensorial a cada movimento. Sem dúvidas, o resultado é extremamente promissor e muito divertido de se jogar com um amigo.
Paranormal Activity e HTC Vive: de borrar as calças
Diferente do Oculus Rift, o HTC Vive utiliza alguns recursos extras bem interessantes, como é o caso do sensor infravermelho que mapeia um ambiente. Se a ideia soa familiar, você deve estar pensando no Kinect agora. E é exatamente isso: o aparelho mescla o mapeamento 3D, os movimentos do corpo, a utilização dos controles e os óculos de realidade virtual.
Especificamente no Paranormal Activity, não houve a necessidade de andar pela sala. Tudo foi feito pelos direcionais dos joyticks duplos, mas ainda era possível se abaixar, se esgueirar nos corredores e espiar os cantos. Isso é uma coisa bem legal em jogos de terror, mas o potencial não foi completamente aproveitado.
Muita coisa ainda estava bugada no jogo: as portas não abriam e nós simplesmente atravessávamos vários objetos tridimensionais. Contudo, há muitos elementos interessantes explorados pelo Vive. A automatização é quase nula aqui: pegar uma lanterna em uma gaveta é igual ao processo real, em que você deve abrir o compartimento (com o movimento de puxar), pegar as pilhas, inserir no aparelho e tampar com o fechamento de plástico.
Essa interação natural é aproveitada por toda a jogatina, incluindo na hora de coletar anotações. É preciso usar a lanterna ou o isqueiro para entender o que está escrito, por exemplo. A experiência é, sem sombra de dúvidas, muito interessante e tem o potencial de se tornar algo realmente atraente para os fãs do terror após alguns refinamentos.
Da base ao pico do Evereste
Na outra sala do estande da NVIDIA, tivemos a oportunidade de conferir o título Everest VR, também no HTC Vive. Diferentemente da experiência anterior, aqui o jogo faz uso total do mapeamento 3D do ambiente pelos sensores, exigindo que você se mova para explorar vários ambientes. A ideia aqui é passarmos pelos principais estágios de uma escalada até o pico da montanha gelada, partindo da base e indo até o cume congelante.
Por mais que não passem uma impressão muito boa se vistos em screenshots ou vídeos, os gráficos do game impressionam quando você está voando em um pequeno avião na direção de um acampamento na base da montanha nevada. Poder olhar ao redor e ver a amplitude daquela maravilha da natureza é algo que só pode ser entendido por quem já passou por isso – e o fato de termos essa sensação sem realmente ter ido até lá diz muito sobre a imersão da experiência.
Os controles aqui foram muito mais simples do que no Rift, mas não menos funcionais. Mover os joysticks faz com que as mãos do personagem se agitem de acordo, passando a sensação de que realmente fomos transportados para outra realidade. Assim, podemos interagir com objetos e fazer uma oferenda de alimentos para os deuses dos indígenas locais – um ritual necessário para quem quer encarar a escalada do Evereste.
Medo de cair
A liberdade de usar as próprias pernas para se mover pelos ambientes virtuais é algo indescritivelmente natural e logo faz com que você fique com um sorriso estampado na boca. No entanto, a exigência de um amplo espaço livre para poder fazer isso é algo que vai dificultar bastante as coisas para quem quiser usar o HTC Vive em casa. Além disso, o headset VR é ligado ao PC por cabos e, nas idas e vindas da exploração, não demora até que você se veja enrolado neles.
Everest é uma das experiências mais imersivas que existem
Com a ajuda dos monitores da NVIDIA, conseguimos avançar sem acidentes e tivemos a chance de passar por experiências incríveis, como cruzar um penhasco profundo amparados apenas por algumas cordas e uma fina escada metálica. Em outro momento, escalamos um paredão congelado enquanto blocos de gelo colossais se desprendiam ao nosso lado, caindo rumo ao abismo. Tudo isso transmite uma sensação única, que só não é perfeita pelo constante medo de tropeçar nos cabos e obstáculos do mundo real.
Com colaboração de Leonardo Rocha, redator do TecMundo.
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