Hoje chega a ser engraçado ver um amigo seu perguntando “e aí, o que seu celular faz? O meu só liga!”. Os portáteis que antes visavam apenas facilitar a comunicação em pouco tempo se tornaram verdadeiras estações de entretenimento, mas ainda assim cabendo nos bolsos de seus donos.
Aliás, a idéia de telefones de bolso é até que recente, haja vista o tamanho dos primeiros modelos que entraram no mercado mundial. Não é a toa que eles carregavam o carinhoso apelido de “tijolares”.
A verdade é que o salto tecnológico da última década foi surpreendente. Além da redução de tamanho e peso dos aparelhos, foram adicionadas funções de fotografia, vídeo, localização (GPS), reconhecimento de toques e muito mais. Sistemas operacionais robustos, como o Windows em versão portátil, já são realidade.
Mas se hoje as coisas já estão tão avançadas, há ainda espaço para inovação e para novas tecnologias além da simples redução de tamanho? A resposta é “sim” e as próprias desenvolvedoras já nos deram pistas de seus próximos projetos. Confira abaixo algumas das principais revoluções que devem pintar nos próximos anos!
Recursos de sobra
Finalmente, computadores de bolso
Para trabalhos com imagens e digitação, não há como negar que os Notebooks são (e provavelmente continuarão sendo por um bom tempo) os melhores equipamentos do mercado. Eles não são tão portáteis (apesar de que devem ficar cada vez mais finos), mas são confortáveis e garantem boa acessibilidade.
Contudo, a tendência natural é de que todas as tecnologias presentes nestes computadores de colo logo sejam reduzidas a tamanhos muitas vezes menores, cabendo na palma da sua mão. Isso mesmo, logo seu celular vai ter processador, memória, espaço em disco e recursos equivalentes, mantendo proporções similares.
Nada de botões
Apenas gestos
Teclados numéricos reais até são convenientes quando se quer precisão ou a sensação de que um botão realmente foi pressionado, entretanto eles ocupam uma enorme parte da superfície do aparelho, a qual poderia ser aproveitada para inúmeras outras coisas, tais como a reprodução de imagens e vídeos em alta definição e em formato Widescreen.
Sendo assim, tudo aponta para o uso exclusivo de telas sensíveis ao toque, uma onda que ganhou força com os iPhones e hoje já conta com inúmeros outros modelos no mercado, tais como o G-Phone e o Omnia, da Samsung.
Para ilustrar o que a integração do primeiro ponto abordado com as telas sensíveis ao toque podem fazer, confira abaixo a vídeo demonstração do “Achieve”, um projeto inovador da Nokia que promete tudo em um, com muita conectividade e praticidade.
As interfaces estão sendo redesenhadas para não necessitarem nem mesmo das canetas Stylus, apenas seu dedo já fará o trabalho com alguns gestos.
Com mais alguns anos de desenvolvimento, estas telas e as estruturas dos celulares devem passar por mais uma etapa nas suas evoluções: serão construídos com materiais e ligas completamente dobráveis e flexíveis.
Transformações totais
Para todas as necessidades, uma função
Nos cinemas os carros do filme “Transformers”, do diretor Michael Bay, se transformam em verdadeiras máquinas de destruição. No mundo dos celulares as transformações também são inevitáveis, ainda mais com as telas flexíveis, mas as utilidades serão bem mais variadas e simples.
Quer pegar uma balada? Dobre-o e utilize-o como pulseira. Para o dia a dia, é só prender o aparelho na calça. Se você quer um relógio ou despertador, basta moldá-lo de acordo. Quando uma ligação é feita, o aparelho assume automaticamente a posição de um semi-arco.
Seguindo esta linha de pensamento a Nokia desenvolveu o protótipo 888, uma espécie de tira dobrável com tela sensível ao toque que abrange todo o seu comprimento interno. Além de fazer tudo o que foi citado acima, ele ainda se movimenta sozinho, como na função de despertador. O resultado é no mínimo intrigante.
Outro aparelho com um conceito similar, mas um pouco mais modesto em sua execução, é o Snake, da BenQ Siemens. A idéia é a utilização de um material dobrável que se enrolaria como uma cobra pelo seu braço, daí seu nome.
Sem fronteiras
Reprogramação dinâmica de interface
O uso de tela sobre toda a superfície também permite que cada parte do aparelho tome uma forma ou função específica. Ao tocar um ponto tudo pode virar um álbum fotográfico, um teclado convencional, um menu de acesso rápido com ícones soltos para você arrastar como desejar. As possibilidades são infinitas.
Prova disso é o “Black Box”, outro conceito da BenQ-Siemens que foi projetado já em 2006, um celular com uma aparência pra lá de moderna, além de belíssima. Sua interface é completamente reprogramada de acordo com a função acessada.
Seguindo a mesma linha, temos também mais um modelo conceito da Nokia, o Aeon, que chegou a ser considerado puro boato em certos momentos, mas que atualmente tem versões de demonstração espalhadas pelo mundo. Ao contrário do anterior, ele é separado em duas partes. Veja algumas imagens:
Guardado na carteira
Cartão de crédito, ou de ligação?
Para aqueles que não quiserem se submeter à overdose de tecnologia, a aposta é um aparelho extremamente fino e leve, do tamanho e com o formato de um cartão de crédito. Mas ao contrário dos protótipos atuais que contam apenas com a função de ligar, no futuro estes modelos “slim” terão mais coisas que os nossos celulares mais avançados.
Imagine uma máquina capaz de filmar, fotografar em alta resolução, gravar e sincronizar dados e agendas, reconhecer movimentos e que ainda por cima pode ser guardado em qualquer canto da sua carteira. Executivos vão adorar!
Dinheiro? Pra que?
Seu saldo está nas suas mãos
Se seu celular for capaz de ler códigos de barra com a câmera, de acessar a sua conta de banco e de efetuar transações financeiras, nem mesmo os cartões de crédito serão mais necessários. Aqui isso pode parecer baboseira, mas no Japão é uma realidade.
Pessoas simplesmente fotografam os códigos dos produtos e recebem em instantes as faturas para pagarem (ou o custo é debitado automaticamente na conta). Isso ocorre porque todos os dados já estão registrados no aparelho.
Mas e isso não será um risco? Não, pelo contrário. Para a liberação da transação financeira pode ser empregado um método de leitura biométrica, como de digitais por exemplo. Não será possível nem mesmo falsificar os dados.
Energia para falar a vontade
Baterias menos poluentes e mais eficientes
Outra revolução deve atingir um ponto crucial para o funcionamento dos celulares: a duração de bateria. Hoje é utilizada a tecnologia de íons de lítio, mas já existem inúmeras pesquisas com micro células alimentadas por combustível (como hidrogênio), garantindo durabilidades até cinco vezes maiores.
Outro estudo bem interessante é o da transmissão de energia elétrica sem fio. Já pensou se seu aparelho for capaz de captá-la? Nunca mais será necessário plugá-lo por cabo em nada, nem mesmo no computador já que a comunicação também será sem fios.
Integrado ao seu corpo
Sob a sua pele, 24 horas por dia
Tatuagens eletrônicas e microchips podem parecer desconfortáveis aos nossos ouvidos atualmente, mas com o avanço da tecnologia a probabilidade da integração destes dispositivos (celulares) de comunicação em nossos próprios corpos é grande.
Com relação a esta ideia, a divergência é tremenda. Alguns apontam para o uso dos dispositivos no pulso, sendo necessário levar as mãos até perto da boca para se comunicar, caso no qual a tecnologia de tinta eletrônica seria útil, atuando como um display sob sua pele.
Outros têm ideias mais parecidas com os comunicadores de filmes de guerra, mas conectados diretamente com o seu ouvido. A recepção e captação do áudio poderiam ser feitas até mesmo através das vibrações do seu crânio, dispensando a instalação de um microfone no seu corpo.
Quanto tempo até lá?
Não há como saber ao certo. Os modelos com reconhecimento de gestos e com funções completas de Notebooks já estão virando realidade com o lançamento do Windows 7 — previsto para daqui a alguns meses — que é capaz de reconhecer toques na tela e com o surgimento dos Netbooks cada vez menores.
Em relação aos outros padrões ainda é necessário mais estudo do ponto de vista econômico, justamente para determinar se as telas flexíveis serão um dia viáveis para as fabricantes e duráveis o bastante para os consumidores.
Mesmo assim, tenham toda a certeza de que os celulares ainda vão muito além dos aparelhos que vemos nas lojas hoje. A integração às redes sem fio e acesso completo a internet são apenas o primeiro passo para esta revolução na comunicação.