Imagine comprar um smartphone e descobrir que ele não tem câmera, acesso à internet, email, redes sociais ou suporte para mensagens de texto. Essas são apenas algumas das restrições oferecidas pela Accel Telecom para seu novo serviço disponível em Israel, um aparelho celular para judeus ultraortodoxos, que seguem estritamente suas ordens e práticas religiosas.
Além da proibição dos itens descritos acima, o usuário recebe ainda uma punição caso decida realizar ligações no Shabbat, o dia semanal destinado ao descanso do trabalho e à adoração religiosa: cada minuto da chamada passa a custar US$ 3,70 (aproximadamente sete reais).
A interface do telefone também foi adaptada para os fiéis que desejam fugir dos pecados e reforçar suas raízes, como ringtones limitados a músicas folclóricas hassídicas, uma das correntes do judaísmo ortodoxo. Além disso, todos os menus são traduzidos para o iídiche, idioma de origem germânica que ainda é utilizado por comunidades judaicas conservadoras – limitando o público-alvo do celular para de 350 a 400 mil pessoas, aproximadamente.
O aparelho é baseado no Alcatel T-701 e, além de quatro meses gastos para a tradução, foram necessários inúmeros testes para garantir que as funções bloqueadas não possam ser acessadas por usuários que não resistam aos prazeres oferecidos por um smartphone.
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