A estrela mais próxima da Terra está a quatro anos-luz. Se considerarmos que cada ano-luz é equivalente a aproximadamente 9,6 trilhões de quilômetros, a empreitada levaria algumas décadas ou até mesmo séculos para ser finalizada. Entre as inúmeras dificuldades de uma jornada tão longa, está a reprodução humana.
Durante o simpósio 100-Ano Starship, conferência patrocinada pela Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), realizada na última sexta-feira (30 de setembro), alguns especialistas afirmaram que a procriação do ser humano é inviável em locais sem gravidade. Assim, os tripulantes não conseguiriam gerar sua prole para que a viagem pudesse ser concluída.
De acordo com Athena Andreadis, biólogo da Universidade de Massachusetts, o problema com o sexo no espaço é a falta de gravidade. "Sexo é muito difícil em gravidade zero, aparentemente, porque você não teria tração e continuaria batendo contra as paredes. Pense nisso: você não tem atrito, você não tem nenhuma resistência", comentou o pesquisador, conforme publicação do site DailyTech.
Além disso, segundo Andreadis, o nascimento de um bebê nesse tipo de ambiente seria muito complexo, pois o peso da criança exigiria um esforço sobre-humano da mãe devido à falta da pressão exercida pela gravidade.
A “microgravidade” é conhecida por ocasionar diversos efeitos negativos no corpo humano, como alterações na visão, atrofia de músculos e redução no volume do sangue. Se a falta de gravidade pode afetar tanto um adulto, provavelmente, ela prejudicaria o feto, causando anomalias em sua formação.
Para Dan Buckland, pesquisador do MIT, os cientistas não conhecem o valor exato de gravidade necessário para que a reprodução humana aconteça com segurança. Segundo esse pesquisador, para uma reprodução bem-sucedida, seria preciso a utilização de uma nave extremamente grande, que simule a gravidade do nosso planeta e que seja autossuficiente para oferecer tal recurso durante toda a jornada.
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