Para explorar a incidência do envelhecimento nesse método de segurança é preciso dar ênfase nas três tecnologias biométricas mais populares atualmente: impressões digitais, íris e características faciais. A biometria de íris torna essa parte do olho uma forma de identificação única. A textura da íris oferece um rico conjunto de padrões detectáveis que permitem reconhecer uma pessoa com precisão total. No entanto, surgem algumas inconveniências quando a íris se altera, por exemplo, quando a pupila está dilatada.
Também deve-se levar em conta que a íris é uma superfície tridimensional e isso faz com que a captura de imagem não contenha necessariamente os mesmos padrões identificáveis. Em adição a isso, vários fatores levam à dilatação da pupila, entre eles, o envelhecimento. Com o passar dos anos, as pupilas do ser humano se tornam menores (isso faz parte do processo natural do envelhecimento), por isso, se uma pessoa se registra no sistema biométrico de análise de íris aos 15 anos, ocorreria uma mudança no tamanho da dilatação com o passar do tempo, e isso afetaria a precisão da leitura.
O mesmo acontece com a digital, pois ela muda com o passar dos anos devido à redução de colágeno nos dedos, o que faz com que as impressões fiquem mais “achatadas”, dificultando o processo biométrico. O rosto também sofre mudanças com o passar dos anos como, por exemplo, o crescimento das orelhas e do nariz. Isso pode causar erros quando a imagem atual é comparada à imagem registrada anteriormente.
A biometria de voz não é levada em conta, pois não é suficientemente distinta para diferenciar um indivíduo dentro de um grande banco de dados. Da mesma forma, a biometria dinâmica (de clique e assinatura) não foi considerada porque não está profundamente testada em casos de uso reais, além de sofrer um grande impacto com o passar do tempo, pode ser modificada de propósito pelo usuário para ocultar sua identidade.
Vale destacar que quase todos os traços analisados biometricamente se alteram proporcionalmente de acordo com o passar dos anos, e por isso apenas os leitores que utilizam tecnologias complementares podem ser eficientes em usuários de idade avançada. Todavia, existem no mercado leitores que utilizam métodos distintos para capturar a impressão digital, e é a combinação destas tecnologias que permite superar os obstáculos que surgem com a velhice.
Como proteger as soluções de biometria antes da passagem dos anos de seus usuários? No momento, a não ser que o registro das pessoas que utilizam a tecnologia seja feito periodicamente, é altamente difícil que os leitores reconheçam as alterações nabiometria humana na medida em que envelhecemos. Porém, as diferentes marcas tecnológicas continuam trabalhando pata estar na vanguarda de uma tecnologia que a cada dia ganha mais adeptos, tornando esse cenário cada vez mais possível.
Artigo escrito por Gustavo Gassman, diretor de vendas da HID Global no Brasil.
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