As ligações e conexões entre neurônios no córtex cerebral acontecem tão rápido e de forma tão inconsciente que parecem imediatas e óbvias. Na verdade, a rede por trás disso tudo é complexa e sistemática — lembrando, ao menos em ratos e em uma metáfora não tão precisa assim, a internet nossa de cada dia.
Essa conclusão é a dos pesquisadores Mihail Bota, Olaf Sporns e Larry Swanson, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade da Califórnia do Sul e do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro da Universidade Indiana, ambas dos Estados Unidos.
Eles utilizaram dados coletados em mais de 40 anos de estudos em cérebros de ratos e criaram uma espécie de análise gráfica da organização do córtex cerebral desses animais. O resultado? Os neurônios estão em pequenas redes locais sobrepostas, como se fossem uma daquelas bonecas russas.
"Eles funcionam como uma mini-internet. (...) A internet tem redes locais incontáveis que se conectam com redes regionais maiores e, por último, com o backbone da internet. O cérebro opera de forma parecida", afirma um dos cientistas.
Entendendo os ratinhos
Basicamente, o cérebro dos ratos é organizado em quatro "módulos" arranjados em forma de cascas ou camadas, com conexões assimétricas entre si. Há uma certa conectividade geneticamente determinada por essa rede esse associação. Isso significa que certos fluxos de informação estão diretamente conectados ao cérebro, enquanto "hubs" agem como centros de conexão e distribuição dessas pequenas redes.
Cada cor representa um conjunto de associações similares no cérebro.
As camadas internas, ao menos nos ratos, dividem as tarefas de visão e aprendizado e funcionamento dos músculos e órgãos. As outras duas, respectivamente, cuidam do olfato e de reunir informações das outras três camadas.
A ideia é buscar uma espécie de padrão para aplicar o estudo em animais mais complexos e com alta carga de dados disponível — como o próprio ser humano.