A bicicleta é o meio de transporte do futuro e isso não é uma novidade para ninguém. Nos grandes centros urbanos, onde o trânsito é sempre caótico e o preço do estacionamento não para de subir, as magrelas têm ganhado destaque como uma forma de locomoção barata, saudável e mais ágil do que o carro – especialmente com o aumento no número de ciclovias.
Mas algumas verdades precisam ser ditas: andar de bike também tem seus pontos negativos. Não é todo mundo que tem preparo físico para subir uma ladeira no pedal, por exemplo. Além disso, não é nada bacana chegar cansado e suado em um almoço de negócios ou uma reunião profissional – e ainda são poucos os escritórios que oferecem ducha para quem chega lá pedalando.
Foi pensando nisso que o empreendedor Gabriel Arcon resolveu fundar a E-Moving, uma empresa que possui apenas seis meses da vida, mas que já ganhou um espaço importante na rotina de muita gente que reside na cidade de São Paulo. A startup é a responsável pelo primeiro sistema de aluguel de bicicletas elétricas do Brasil e permite que qualquer curioso experimente como é deixar o carro na garagem e usar uma magrela motorizada para seus afazeres diários.
Gabriel Arcon, fundador da E-Moving
O início da empreitada
Gabriel decidiu trabalhar na E-Moving ao perceber que muitos profissionais ao seu redor gastavam uma quantia desnecessária de dinheiro para se locomover até o escritório, visitar clientes, ir a reuniões externas e fazer outros trajetos curtos. Ou eles usavam táxi ou eram obrigados a utilizar um veículo próprio – que, como todos nós sabemos, não é algo barato nos tempos atuais.
Com novas ciclovias surgindo o tempo todo na capital paulista e uma preocupação coletiva constante com a preservação do meio-ambiente, ficou claro para o empresário que as magrelas haviam se tornado o modo de transporte mais apropriado para esse tipo de cidadão. Juntando o útil ao agradável, Gabriel resolveu popularizar as bicicletas elétricas, que possuem todas as facilidades da bike original, mas com a vantagem de ser motorizada.
Como o sistema funciona?
A E-Moving trabalha com dois modelos diferentes de locação. No corporativo, uma empresa interessada em oferecer um método de transporte alternativo para seus funcionários contrata um número determinado de bicicletas e as disponibiliza no local de trabalho de seus colaboradores. Dessa forma, os empregados podem usar as magrelas para seus afazeres profissionais e não precisam pagar nada por isso.
Já o segundo modelo é voltado às pessoas físicas. Qualquer cidadão interessado pode contatar a startup através de seu site oficial e assinar um plano de aluguel mensal, que custa cerca de R$ 350. Nesse valor está incluso um suporte técnico para eventuais manutenções na magrela caso o usuário assim precisar. “Basta ligar para nós e um especialista faz uma visita ao cliente até o dia seguinte”, explica Arcon.
Em determinados pontos de locação, é possível ainda ficar com uma bicicleta apenas por algumas horas. Nesses casos, o valor costuma ficar na faixa dos R$ 13 por 60 minutos. Atualmente, a E-Moving está presente em oito pontos de locação espalhados pela cidade de São Paulo, sendo que a maioria deles são escritórios de coworking, como o Plug’n’Work, visitado pelo TecMundo.
Recentemente, a startup também firmou uma parceria com a Accorhotels para oferecer bicicletas elétricas em algumas unidades da rede de hotelaria ibis Budget. Quem se hospedar nas unidades Jardins, Paulista e Paraíso pode usar uma bike para dar uma volta na ciclovia recém-inaugurada na avenida mais icônica da cidade. O valor do aluguel, neste caso, inclui um kit contendo capacete e u-lock (trava de segurança para fixar o veículo em postes).
O TecMundo testou – e aprovou
As bicicletas utilizadas pela E-Moving são do modelo Sense Breeze, fabricadas em Manaus pela Sense Bike. Trata-se de um modelo unissex, de quadro aberto e geometria confortável, equipado com um motor de 250 W (capaz de trabalhar em até cinco potências diferentes) e uma bateria de lítio de 36 V. A velocidade máxima é de 25 km/h e a autonomia energética está estimada em 30 km.
A magrela é muito fácil de pilotar e bastante silenciosa.
Respeitando as regras do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o modelo não possui acelerador. É necessário pedalar normalmente para que o motor comece a funcionar e dê aquele auxílio importantíssimo para que o ciclista atravesse aquelas subidas mais complicadas. O modelo conta ainda com um câmbio Shimano Nexus de três velocidades operado pela manopla direita (na esquerda, há o botão para ligar o motor e o indicador de nível de bateria).
O TecMundo teve a oportunidade de dar uma voltinha com a bicicleta e aprovou o modelo. A magrela é muito fácil de pilotar e realmente permite que qualquer pessoa atinja altas velocidades sem fazer muito esforço físico – basta girar o pedal algumas vezes para que o veículo ganhe um impulso impressionante. A bike também é bastante silenciosa – o ruído do motor é um tanto discreto.
É interessante observar que a Sense Breeze possui preço sugerido de R$ 3,9 mil no varejo, um custo bastante alto para o consumidor que ainda não tem certeza se deseja mesmo usar esse tipo de meio de transporte no seu dia a dia. Nesse ponto, o sistema de aluguel da E-Moving também é uma forma excelente de experimentar esse tipo de veículo antes de fazer um investimento deste porte.
O futuro é promissor
Ao ser questionado sobre a popularidade da E-Moving e os desafios na implantação do sistema, Gabriel é otimista. “Hoje o paulista já está muito mais acostumado com a ideia de ir e vir de bicicleta. Acreditamos sim que a bike elétrica é a forma mais eficiente para você se locomover e eu tenho certeza de que esse modal de transporte será cada vez mais utilizado”, afirma. A ideia do empresário é, no futuro, expandir o sistema para outros estados brasileiros.
O paulista já está acostumado com a ideia de ir e vir de bicicleta.
Outra pessoa que aprova essa ideia é Bruno Freitas, sócio da Plug N’Work, escritório de coworking que já utiliza as bikes da E-Moving. “Acreditamos que, por sermos um espaço de inovação colaborativa, nada mais natural do que dividir uma ideia disruptiva de mobilidade urbana como essa”, afirmou o executivo. “O sistema tem sido muito bem aceito aqui na Plug, e algumas empresas até querem alugar uma bike só para elas durante o mês inteiro”, comenta.
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