Comprar um novo smartphone ou notebook, se admirar com a capacidade de sua bateria nos primeiros meses de uso e, de repente, perceber que a mesma carga já não está “segurando o tranco” tanto assim. Identificou-se com a situação? Pois esse mistério que, até então, era um tanto quanto nebuloso para a ciência pode ter sido desvendado agora: pesquisadores estadunidenses finalmente conseguiram identificar as reações químicas que causam o problema.
A análise meticulosa foi realizada pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, órgão que regula as políticas de energia e segurança nuclear do país. Os cientistas afirmam ter descoberto um dos mecanismos que causam essa redução na capacidade das baterias - e talvez sejam capazes de reverter o processo.
A explicação
Baterias recarregáveis de lítio funcionam com íons em uma solução de eletrólito, que se movem entre dois eletrodos e, assim, criam o fluxo de elétrons para alimentar o dispositivo. Portanto, o que define a capacidade da bateria é simplesmente o volume de íons de lítio capaz de fazer essa “viagem” durante o carregamento do aparelho, e também enquanto a bateria está descarregando.
Estudando esse processo, os pesquisadores descobriram que o material que compõe os eletrodos acaba quebrando com o tempo de uso. O resultado é a influência de íons de metais (como o manganês) flutuando livremente por esse sistema, provocando uma reação que interfere na ação dos íons de lítio. E quanto mais o aparelho segue em uso após esse dano, os íons de lítio encontram cada vez mais dificuldade de trabalhar direitinho, reduzindo a capacidade da bateria manter sua carga pelo mesmo tempo de antes.
Essa correlação entre os íons de manganês e os de lítio ainda era desconhecida pela ciência, e, de acordo com Daniel Araham, co-autor do estudo, “agora que conhecemos os mecanismos por trás dessa sabotagem dos íons de lítio e da diminuição da capacidade [da bateria], nós podemos descobrir métodos para resolver o problema”.
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