Você pode não saber, mas enquanto estamos aqui no Brasil pagando R$ 40 por uma conexão de 10 MB e achando isso o máximo, a Comissão Federal de Comunicações (a famosa FFC, órgão estadunidense equivalente à nossa Agência Nacional de Telecomunicações) está lutando para redefinir “banda larga” apenas como uma rede cabeada capaz de atingir uma velocidade igual ou superior a 25 Mbps para download e 3 Mbps para upload.
Qualquer coisa abaixo disso não poderia ser oferecido pelos provedores sob o título de “banda larga”, obrigando as empresas a comercializarem pacotes de maior velocidade para o consumidor final – que obviamente ficaria bem feliz com essa situação. Contudo, de acordo com a Associação Nacional dos Cabos e Telecomunicações (ou NCTA, sigla para o nome original em inglês), uma cooperativa de companhias que atuam no ramo de telecomunicações nos EUA, a atual definição de banda larga no país – 4 Mbps de download e 1 Mbps de upload – é mais do que o suficiente para o cidadão americano.
Em um comunicado oficial à FCC, a NCTA afirma que 25 Mbps não é uma taxa necessária para compor a definição de “uma comunicação cabeada, de alta velocidade, que permite aos usuários criar e receber dados de voz, dados, gráficos e vídeos em alta qualidade”. No documento, a assembleia chega ao ponto de alfinetar a Netflix, que recentemente divulgou que uma conexão de 25 Mbps é o mínimo necessário para a realização de streaming de vídeos em 4K.
“Apenas uma pequena fração dos usuários usam sua banda larga para esse fim [ver filmes em Ultra HD], e não há um consenso na indústria de que 25 Mbps são realmente necessários para a transmissão de conteúdos em 4K”, afirmou o órgão. Ou seja: os provedores realmente acreditam que os estadunidenses estão felizes com uma conexão de 4 Mbps e redes de capacidades absurdas – como os 1 Gbps oferecidos pelo Google Fiber – são desnecessários para uma boa experiência na internet. Quem somos nós para discordar desse lobby bem-intencionado, não é mesmo?
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