(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
Quando se fala em transporte aéreo, é difícil não imaginar um futuro para o meio que não envolva cidades repletas de carros voadores com assentos individuais. Impressão cuja responsabilidade pode ser atribuída tanto a alguns cientistas mais otimistas quanto à ficção científica, no qual esse elemento aparece de maneira bastante comum.
Porém, quando se levam em consideração as possibilidades atuais que temos a nosso dispor, as aeronaves do futuro devem ser bastante semelhantes às atuais — ao menos em sua aparência exterior. Novos materiais de construção, técnicas de design e combustíveis têm tudo para mudar completamente a indústria da aviação.
Neste artigo, reunimos algumas das ideias mais interessantes nesse sentido. O objetivo não é apresentar aviões que já estão sendo construídos, mas sim apresentar planos que, caso se tornem realidade, vão ter grande impacto sobre a maneira como viajamos pelos ares.
Box Wing Jet, da Lockheed Martin
O objetivo do Box Wing Jet é manter o mesmo design das aeronaves convencionais ao mesmo tempo em que reduz substancialmente o consumo de combustível de um veículo do tipo. Para isso, a companhia pretende usar os materiais ultraleves empregados em jatos como o F-22 e o F-33, além de incorporar uma configuração de asa em forma de loop.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popsci)
Com isso, o avião não só poderia viajar a distâncias maiores como estaria totalmente adaptado aos aeroportos atuais. O veículo também contaria com um sistema de turbinas com pás 40% maiores do que usadas pela indústria, o que aumentaria a velocidade do veículo em até 22% durante voos subsônicos.
Segundo a Lockheed Martin, o avião seria 50% mais econômico do que qualquer um de seus competidores, além de permitir que os pilotos fizessem descidas mais íngremes sobre áreas urbanas. A empresa acredita que uma primeira aeronave do tipo poderia estar pronta para uso comercial até 2025.
Asas ampliadas
Já o conceito desenvolvido pela Boeing aposta na construção de asas maiores para reduzir o consumo de combustíveis. Além disso, o avião possui duas turbinas em sua parte superior, que contam com o auxílio de duas caudas verticais para proteger pessoas que estão no chão do barulho provocado pelos motores.
(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
A aeronave também apresenta outras tecnologias capazes de reduzir ruídos e a resistência do ar durante as viagens. O projeto foi apresentado pela NASA no final de 2011 como um sério candidato a se transformar em realidade até o ano de 2025.
Volta Volaire, da GT4
Desenvolvido pela empresa norte-americana GT4, o Volta Volaire tem tudo para ser o primeiro avião que usa somente eletricidade para se locomover. Segundo o fundador da companhia, Paul Peterson, as baterias elétricas de carros evoluíram a um ponto em que são leves e eficientes o bastante para permitir esse tipo de empreitada.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popsci)
A empresa já realizando as primeiras etapas de teste do avião, que possui quatro assentos e um motor híbrido. Caso a energia acabe no meio do voo, a gasolina volta a ser o combustível utilizado pela aeronave.
Caso o projeto se prove bem-sucedido, pode significar uma grande redução de custos na operação das aeronaves comerciais. Enquanto um voo de 300 quilômetros consumiria cerca de R$ 40 em eletricidade, o mesmo percurso exige gastos na ordem de R$ 160 em combustíveis fósseis específicos para esse tipo de veículo.
Sugar Volt, da Boeing
Não existe maneira melhor de economizar combustível do que simplesmente desligar os motores — e é justamente isso que pretende fazer o Sugar Volt, da Boeing. Durante o voo, o veículo dependeria somente de baterias elétricas para funcionar, o que reduziria tanto os custos do trajeto quanto a quantidade de poluição emitida.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popsci)
Os engenheiros da companhia também repensaram a propulsão do veículo, mudando o design das asas, que, além de dobráveis, são mais finas do que as usadas nos modelos atuais. Segundo a empresa, a aeronave seria 55% mais eficiente que qualquer modelo atual, além de emitir uma quantidade 60% menor de dióxido de carbono e 80% a menos de óxido de nitrogênio.
AMELIA
O projeto AMELIA (Advanced Model for Extreme Lift and Improved Aeroacoustics) é constituído por um veículo subsônico capaz de realizar pousos e decolagens em ritmo bastante acelerado. Seu design é responsabilidade do California Polytechnic State Institute, que espera reduzir o ruído ouvido pelas comunidades que vivem perto de aeroportos com sua criação.
(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
Um modelo do veículo foi testado por pesquisadores da NASA em janeiro deste ano, que produziu uma miniatura dele em escala de 1/11. Entre os fatores que se destacam no AMELIA estão as suas turbinas, localizadas logo acima de suas asas — o objetivo é que a invenção seja capaz de transportar 150 passageiros sem que eles tenham que esperar muito tempo pelo momento de seu embarque.
Supersonic Green Machine, da Lockheed Martin
A primeira era dos voos comerciais supersônicos chegou ao seu fim em novembro de 2003, quando ocorreu o último voo do Concorde. Porém, isso não impediu que companhias como a Lockheed Martin continuassem a investir na ideia, procurando meios de solucionar os problemas encontrados até então: barulho excessivo, designs pouco eficientes e um alto consumo de recursos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popsci)
Com o Supersonic Green Machine, a empresa propõe uma aeronave com motores com ciclos variáveis, que alternam para um modo de voo convencional durante a decolagem e o pouso. Combustores seriam responsáveis pela redução de 75% na emissão de óxido de nitrogênio, enquanto a cauda em V invertido do veículo impediria a ocorrência de estrondos sônicos.
“Toda a ideia de um design de baixo estrondo é controlar a força, posição e interação das ondas de choque”, explica Peter Coen, pesquisador de projéteis supersônicos da NASA. O avião desenvolvido pela Lockheed Martin seria capaz de gerar ruídos muito menores do que aqueles provocados pelo Concorde que, do nível do chão, poderiam até mesmo ser confundidos com o som de um aspirador ligado.
Fontes: NASA, Popsci, Business Insider
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