Planador se prepara para voo a 24 mil metros de altitude na estratosfera

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A aeronave Perlan 2 é um planador da Perlan Project empresa americana sem fins lucrativos, que tem como meta alcançar a estratosfera terrestre em um voo agendado para acontecer em meados de 2016.

O objetivo é contribuir para pesquisas científicas, promovendo a observação, a coleta e o compartilhamento de dados climáticos entre cientistas que estudam as mudanças na atmosfera terrestre. Além disso, a expectativa é que a missão na estratosfera possa ajudar a aviação comercial no planejamento de futuros voos em altitudes muito elevadas.

No dia 23 de setembro do ano passado, o planador realizou testes no aeroporto municipal de Redmond, no Oregon, Estados Unidos, chegando a mais de 1,5 mil metros de altitude. Em 2016, os pilotos americanos Jim Payne e Morgan Sandercock devem entrar para a história ao alcançar 24 mil metros – mais que o dobro da altitude de cruzeiro de um voo comercial tradicional –, desbancando o recorde anterior do antecessor, o planador Perlan I, com 15.461 metros no dia 30 de agosto de 2006.

Como será realizado o voo

O planador será levado em um avião de carga até El Calafate, na Argentina, onde os ventos do Oceano Pacífico são desviados pelos Andes e criam uma onda estacionária com correntes ascendentes que chegam a nove metros por segundo.

Se conseguir pegar essa corrente, o planador irá ainda mais alto, chegando às Ondas Estacionárias Estratosféricas, ou nuvens Perlan, e mais alto ainda, até o buraco na camada de ozônio, onde as reações químicas que s afetam acontecem.

Como preservar os pilotos

Embora não dispondo de motor, a velocidade real do planador será superior a 400 mph (643 km/h) e a densidade do ar será menos 2% do que ao nível do mar, de acordo com os dados oficiais do projeto.

A solução é vedar a minúscula cabine à medida que o planador sobe e deixar um pouco de ar escapar por uma válvula para que a pressão da cabine imite a de 4.400 metros de altitude. A cabine vedada precisa de purificadores similares aos de naves espaciais para remover o dióxido de carbono e a umidade, evitando a formação de gelo nas janelas e paredes do planador. Não há maneira de esquentar o avião – outra consequência da falta de motor –, então os dois pilotos, que irão se revezar no comando da aeronave, usarão meias com solas aquecidas.

As pessoas gostam de dizer que o céu é o limite, mas Perlan prova que o céu não é o limite, é apenas um ponto de partida

A tripulação irá respirar oxigénio puro fornecido por um sistema de respiração similar ao usado pelos astronautas no espaço. Além dos dois pilotos, o aparelho transportará instrumentos científicos para fornecer novos dados sobre as mudanças climáticas e as altas camadas da atmosfera.

Custos e importância do projeto

“Estamos extremamente entusiasmados com o primeiro voo do planador Perlan 2”, disse Edward J. Warnock, CEO do Projecto Perlan. “É um grande marco na inovação para a aviação, na medida em que irá permitir a exploração com asas da atmosfera nos limites do espaço e à frente de novas descobertas sobre os mistérios do clima, das mudanças climáticas e da camada de ozono”, acrescentou.

O Perlan II custará cerca de US$ 7,5 milhões, dos quais 3,5 já foram gastos; o projeto ainda precisa arrecadar fundos. Um dos organizadores é Dennis Tito, o gestor de fundos de pensão que gastou US$ 20 milhões para visitar a Estação Espacial Internacional. Steve Fossett, o aeronauta que pilotou o Perlan I, morto em 2007 em um acidente de monomotor, foi outro dos organizadores.

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