Desde que a Porsche começou a vender carros elétricos para o público, muita gente estranhou o fato de determinadas variantes trazerem o nome "Turbo", afinal de contas, o "turbo" é um elemento presente em motores a combustão. Ou seja: o que a Porsche está fazendo?
Na verdade, o motivo é muito mais simples do que você imagina e, atualmente, não tem nada a ver com a motorização dos veículos. A nomenclatura nasceu em 1974 como uma edição única do icônico 911, feita como um presente de 70 anos para Louise Piëch, filha de Ferdinand Porsche (fundador da marca) e irmã de Ferry Porsche, que foi quem lhe deu o presente.
O 911 Turbo era o mais rápido de todos os tempos e um dos automóveis de produção mais rápidos do planeta, o que (é claro) fez todo mundo querer um. Seu nome representava exatamente o que ele trazia, sendo o único 911 com motor sobrealimentado por turbocompressor, o que aumentava drasticamente o desempenho frente aos aspirados.
Desde então, os 911 Turbo passaram a ocupar o topo da gama entre as versões de rua do esportivo (tirando as de pista como as GT2, GT3 e etc.), sendo sempre as únicas com motores turbinados. Isso começou a mudar em meados de 2015 quando mesmo o 911 Carrera, modelo de entrada, passou a contar com motorização turbo, quebrando a tradição do nome.
Turbo para tudo e para todos
Se até os 911 da base da cadeia passaram a trazer motor turbo, então o 911 Turbo "de verdade" perdeu sua razão de ser, certo? Errado! Foi aí que a Porsche começou a transformar a nomenclatura "Turbo" em uma versão. Assim como um Volkswagen Polo tem as variantes Comfortline e Highline, por exemplo, o 911 tem as versões Carrera e, é claro, Turbo.
E isso se estendeu por toda a gama, incluindo os elétricos. O nome "Turbo" passou a simbolizar as configurações de rua mais caras e poderosas dos carros da Porsche. É por isso que você vê os elétricos Taycan e o novo Macan com Turbo no nome: para sinalizar que são os mais rápidos de suas gamas. Eles também trazem mais equipamentos e um visual exclusivo.
Há ainda as derivações Turbo S e Turbo GT (como no Cayenne Coupé que testamos há alguns meses), mas essas são bastante raras e ainda mais poderosas, reservadas a alguns poucos modelos. De todo modo, o nome Turbo passou a simbolizar que aquele Porsche que o ostenta é ainda mais especial do que o normal, seja a combustão ou eletrificado.