Por Bruno Affonso.
Participar de feiras e eventos relevantes ao redor do mundo é sempre uma boa ideia para empreendedores e inovadores, qualquer que seja o setor. No caso das bicicletas, felizmente pude estar presente em dois grandes momentos este ano: o Shimano Fest em São Paulo e a Eurobike em Frankfurt — essa última sendo a maior feira do segmento no mundo inteiro.
É particularmente interessante observar os avanços do mercado em diferentes lugares do mundo. Não tem como negar que, na Europa, há uma consolidação maior a partir da cultura, já que o uso de bicicletas sempre foi popular e encorajado por lá. Porém, ao mesmo tempo, dá para perceber que o Brasil está seguindo os mesmos passos, ainda que o caminho seja longo.
Um grande ponto em comum e que recebeu atenção especial na Eurobike foram as bicicletas elétricas para mobilidade urbana. O número de modelos apresentados aumentou bastante em comparação às últimas edições, principalmente as de leve porte, com foco nas cidades e com sistemas mais integrados e minimalistas.
As e-bikes são amplamente utilizadas na Europa, sendo peças chaves na mobilidade sustentável do continente.
Essas novidades seguem a tendência de diversas marcas que, por muito tempo, só trabalhavam com bicicletas tradicionais, e agora oferecem bikes elétricas com frequência cada vez maior. O mesmo está acontecendo lá fora e no Brasil.
Aqui, contudo, é indiscutível que precisamos de mais estímulo por parte dos governos, com o aumento da segurança pessoal e de infraestrutura para acelerar o desenvolvimento da cultura de adoção da bicicleta no dia a dia.
De qualquer maneira, está claro que o mercado está se inclinando fortemente para as elétricas, com mais atenção para o uso em centros urbanos do que no ciclismo, e com cuidados em relação à sustentabilidade.
Isso vale inclusive para as empresas em si, não só para os produtos: muitas delas possuem selos que comprovam que seus processos e produção seguem padrões sustentáveis, com fornecedores ambientalmente responsáveis e uso de fontes de energia renováveis, como a energia solar, nas linhas de montagem das bikes.
Outros destaques que percebi nas feiras ficaram com os modelos cargueiros, que tem se tornado mais robustos e bem acabados, e também acessórios variados para bikes. Os suportes para celular nas elétricas, por exemplo, fizeram bastante sucesso, assim como as cadeirinhas de criança — algo que ainda está em falta no Brasil, mas que já estamos trabalhando para trazer para as nossas elétricas.
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De forma geral, esses eventos demonstram que o mercado está bem movimentado e que há muito espaço para crescer. O futuro da mobilidade exige soluções sustentáveis e práticas e é exatamente isso que inúmeras marcas ao redor do mundo estão se preocupando em construir.
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Bruno Affonso é diretor e cofundador da Lev, empresa líder no segmento de bicicletas elétricas no Brasil.
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