Aqui no TecMundo costumamos falar sobre todos os tipos de tecnologias inovadoras e luxuosas, muitas das quais são lançadas com preços que ultrapassam a marca dos milhares de dólares. No entanto, não é sempre que esses valores mais elevados são sinônimo de coisas novas – especialmente quanto o assunto é o mercado de cópias de qualidade em vinil de álbuns clássicos de bandas internacionalmente famosas.
Se você é um daqueles audiófilos que estão dispostos a pagar alguns (ou muitos, na verdade) reais a mais por discos em vinil com um áudio excepcionalmente bom, então vai gostar de conhecer a loja online Better Records. O estabelecimento se especializa na venda de álbuns clássicos como Tommy, do Who, The Wall, de Pink Floyd e White Album, dos Beatles, todos os três pela “bagatela” de US$ 1 mil (cerca de R$ 2.973) cada.
Segundo o proprietário da loja, Tom Port, os preços não somente são justificados, mas se tratam de verdadeiras barganhas pelos produtos oferecidos. “Eu gostaria de cobrar US$ 1,5 mil, porque é o que acho que eles valem. Mas não faço isso porque os clientes reclamam”, afirma. Para o empresário, a razão por trás do preço elevado é o método especial com o qual foram fabricados, o que os classifica como “hot stampers” – o que há de melhor em vinil.
Luxo com motivos
Muitos fatores estão por trás da qualidade final do áudio produzido por um disco de vinil, indo desde a quantidade de donos e a forma como foram armazenados até o material usado para fazê-los e os equipamentos usados em sua fabricação. Um dos elementos aos quais os colecionadores dão mais atenção, no entanto, é a qualidade das prensas usadas para transformar a massa de vinil em um álbum.
Esses equipamentos são conhecidos por terem uma vida útil bastante limitada, acumulando arranhões e outros danos conforme são usados para fornecer toneladas de pressão ao processo de fabricação dos discos – falhas essas que acabam diminuindo a qualidade do som que o produto final emite. Por esse motivo, os colecionadores preferem os LPs provenientes do início do processo de fabricação que tenham sido tratados com cuidado ao longo dos anos.
Caso sejam oriundos de uma dessas “fornadas” iniciais e estejam em um bom estado de conservação, os álbuns clássicos de bandas mundialmente famosas adquiridos pela Better Records passam por uma bateria de testes. Após um longo processo de limpeza e análise dos materiais obtidos, Port e seus especialistas classificam os achados, em ordem crescente de qualidade sonora e preço, como “hot stampers”, “super hot stampers” e “white hot stampers”.
“Como um bom vinho”
Embora seja fácil definir essa prática como fruto de uma pseudociência, basta falar com alguns especialistas da área para acreditar que a diferença entre esses produtos de luxo e seus irmãos mais ordinários é considerável. Scott Hull, engenheiro de gravação e proprietário da Masterdisk, compara a produção de um vinil com a fabricação de um bom vinho. “Cada esmagamento das uvas, assim como cada pressão de um disco, é única”, afirma.
Mesmo assim, encontrar uma clientela disposta a gastar tanto pelos discos de qualidade não é nada fácil e envolve muita procura e trabalho. Ainda que atualmente existam 117 testemunhos de compradores no site da Better Records, o sucesso da companhia na prática depende do apoio de 20 ou trinta “clientes preferenciais”, que chegam a gastar cerca de US$ 100 mil por ano na busca pelos melhores LPs.
E você, estaria disposto a pagar centenas ou até milhares de reais por um disco de vinil? Acha que essa história de áudio de qualidade não faz muito sentido frente aos downloads aos preços baixos das distribuidoras de música digital? Deixe sua opinião nos comentários.
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