Quando você vê algumas empresas até então desconhecidas apresentarem um conceito de veículo autônomo que mais parece uma sala sobre rodas, até que não é tão assustador. Agora, quando uma das maiores fabricantes do mundo resolve entrar nessa onda, aí você vê que a coisa ficou séria: a Audi apresentou na semana passada o seu conceito Long Distance Lounge, que é, como o nome diz, um lounge que vai sair andando por aí.
O veículo, apresentado para um jornalista do site Roadshow, é mais uma experimentação dos designers da marca alemã que teve como foco a reestruturação do interior para que, em vez de acomodar motoristas e passageiros, sirva como um ambiente móvel para as pessoas. São duas poltronas e uma espécie de sofá reclinável sobre um piso de madeira, em um espaço interno que não prevê qualquer tipo de intervenção humana no ato da direção.
Do lado de fora, ele se parece com uma cápsula ou um minivagão superestilizado, mas... Não parece um carro, apesar de ter as proporções de um sedã de luxo – a própria marca chama o LDL de “objeto de transporte”. Diga-se de passagem, o amplo espaço interno permite ainda que o veículo tenha mais de uma configuração interna – a Audi fala em algo similar a um ambiente corporativo para viagens de negócios.
A ideia é que o LDL seja um veículo com direção autônoma de nível 5, a mais alta na escala SAE, capaz de guiar 100% por conta própria e totalmente conectado. Não há volante, pedais e nem cintos de segurança – esse último devido a esperança que a indústria e as pessoas têm de que esse tipo de automóvel nunca (ou quase nunca) se envolverá em acidentes.
Os motores que movimentar o LDL ficam nas rodas, mas, como o foco não é a performance, não há mais detalhes a respeito deles.
Um detalhe interessante sobre o piso é que os “móveis” dentro do veículo são fixados através de magnetismo e podem ser movimentados como os ocupantes desejarem. Outra tecnologia interessante é um gerador de vibração em alta frequência que faz com que sujeiras soltas no chão sejam levadas até as bordas do chão do LDL, para serem sugadas por uma espécie de “aspirador” embutido.
A melhor parte em relação à tecnologia do lounge ambulante, no entanto, é sua central multimídia com realidade aumentada. Uma mesa de centro conta com uma tela touchscreen que é usada para espelhar smartphones, mas a sua imagem pode ser jogada para as janelas laterais do veículo, que contam com folhas de TFT nos vidros, permitindo que você possa tanto olhar para fora quanto usá-las como monitores.
É possível, também, deixar as janelas opacas, para diminuir a intensidade de luz dentro do LDL. Um dos representantes da marca, inclusive, disse que o uso de OLED é perfeitamente possível – é apenas uma questão de tempo.
Além da projeção, o vidro também vai mostrar informações sobre o mundo fora do LDL: a realidade aumentada vai permitir que você toque indicadores atrelados a veículos e localizações para dar mais informações.
Está vendo o céu se fechar sobre o teto de vidro? Toque-o e você terá a probabilidade de chuva. Uma estrutura repleta de sensores e câmeras de reconhecimento facial faz a parte de identificar para onde você está olhando e todo o conteúdo pode ser compartilhado no espaço interno com a ajuda de um cursor que fica localizado logo abaixo da janela.
Não se trata apenas de tirar o motorista do comando, mas de virar o conceito de mobilidade de cabeça para baixo. O carro como conhecemos não só pode como vai mudar radicalmente daqui alguns anos.
No fim das contas, a mensagem é clara: não se trata apenas de tirar o motorista do comando, mas de virar o conceito de mobilidade de cabeça para baixo. O carro como conhecemos não só pode como vai mudar radicalmente daqui alguns anos.
O Long Distance Lounge não tem uma data para ser lançado, já que trata-se apenas de um produto puramente conceitual e um trabalho criativo dos designers e engenheiros da Audi – mas, como tudo na indústria, sempre existe a possibilidade de que ele vire realidade.
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