Para muita gente, a Dark Web – um trecho da internet que fica escondido dos indexadores e buscadores tradicionais – é tida como uma parte temida do universo online, oferecendo desde documentos sigilosos a material criminosos e serviços, digamos, pouco usuais. O ataque de um suposto grupo afiliado ao Anonymous, no entanto, levou o medo para os usuários da própria web sombria, tirando do ar 20% do conteúdo dessa rede.
O episódio teve início na última sexta-feira (3) e afetou pelo menos 10 mil sites que só podem ser acessados via Tor. Ao visitar essas páginas o usuário era recebido não pelo visual original do endereço, mas pela mensagem “Olá, Freedom Hosting II, você foi hackeado”. O nome citado no texto é o do popular serviço de hospedagem na Dark Web, utilizado por um bom número de pessoas que quer manter seus negócios longe dos olhos do internauta padrão – e da lei.
O grupo afirmou estar disposto a revender os dados comprometidos de volta à Freedom Hosting II
Além de derrubar explicar que os servidores tinham sido invadidos, o grupo responsável pela ação aproveitou o texto de alerta para dizer que estava disposto a revender os dados comprometidos de volta à Freedom Hosting II pelo valor simbólico de 0,1 bitcoin – pouco mais de R$ 300. Na declaração, eles ainda afirmam que mais da metade dos arquivos contidos nos bancos de dados diziam respeito a pornografia infantil, o que é algo bastante provável, visto que a primeira versão da hospedagem – fechada em 2013 – sofreu o mesmo tipo de acusação.
We were able to identify FHII-hosted sites through SSH fingerprints & Hostname hacking among others. Hosted sites now redirect to message. pic.twitter.com/DMhMb5ixtH
— Sarah Jamie Lewis (@SarahJamieLewis) 3 de fevereiro de 2017
Embora a queda desse lado criminoso da rede possa ser vista com bons olhos por boa parte do público, Sarah Jamie Lewis, pesquisadora da Dark Web, acredita que um ataque como esse pode – a curto prazo – acabar com boa parte da diversidade do local. Isso porque além de abrigar material ilegal, esses servidores também hospedavam sites pessoais ou de projetos sérios e blogs que discutiam política. De acordo com o The Verge, até o momento boa parte dos sites afetados ainda não voltaram ao ar.
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