Review: smartphone ASUS Zenfone 3 Deluxe

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A ASUS lançou uma nova linha de Zenfones no Brasil este ano e tem recebido um bom retorno dos consumidores. Contudo, existe uma diferença tremenda entre o Zenfone 3 tradicional e o Zenfone 3 Deluxe. Esse segundo aparelho é o mais poderoso da marca e foi feito para concorrer com o iPhone 7 Plus no Brasil.

Prós
  • Ótima qualidade de construção
  • Design luxuoso
  • Desempenho excelente
  • Tela de boa qualidade
  • Câmera boa e muito rapida
Contras
  • Interface com design ruim
  • Preço muito alto

Existem duas versões bem distintas do Zenfone 3 Deluxe, mas ambas usam o mesmo nome

Portanto, ele tem um hardware bastante parrudo, tela grande e acabamento superpremium, bem diferente do Zenfone 3 normal. Para saber se vale a pena pagar alguns milhares de reais nesse smartphone, confira toda esta análise e veja se ele combina com você.

Mas, antes de começar a ler este conteúdo completo, fique ciente de que existem duas versões distintas do Zenfone 3 Deluxe, mas ambas usam o mesmo nome. O aparelho que a Asus nos mandou para testes tem processador Snapdragon 821 (o mais atual da Qualcomm) e 256 GB de armazenamento, mas existe um modelo com Snapdragon 820 (processador do ano passado) e 64 GB de espaço. Existe uma boa diferença de desempenho e também de preço.

Desempenho

O Zenfone 3 Deluxe simplesmente voa. Ele tem um desempenho exemplar em qualquer game ou app que você pode encontrar na Google Play. Fora isso, como há nada menos que 6 GB de RAM, dá para guardar bastante apps na memória, oferecendo acesso a eles sem recarregamento constante.

Testamos o monstrão da Asus com vários games, entre eles PinOut, NOVA 3 e FIFA Mobile. O smartphone conseguiu dar conta desses aplicativos sem titubear em qualquer momento e também mostrou uma ótima qualidade gráfica em todos. Você consegue inclusive jogar um game, ir para outro jogo pesado e voltar para o anterior sem ter que recarregar o título.

Os benchmarks também comprovaram que o Zenfone 3 Deluxe tem um dos melhores Androids em questão de desempenho. Ele se saiu melhor que seus principais concorrentes em vários dos nossos testes de benchmark. Contudo, nesses procedimentos, o aparelho esquentou um pouco, e o seu acabamento metálico ajudou a deixar isso mais evidente.

Vale destacar ainda que o dispositivo em questão tem um comportamento estranho quando a bateria está acabando: ele começa a esquentar sem que você esteja utilizando nenhum app ou game intenso. Contudo, essa característica já foi percebida em outros modelos do gênero, tanto da Asus quanto de outras marcas.

Benchmarks

Para a realização desta análise, submetemos o Zenfone 3 Deluxe (821) a três aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 6 e Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 6 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior ela for, melhor é o desempenho.

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliada a performance do celular no acesso direto à internet via browser. Já no segundo teste, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Design

No departamento de design, a ASUS fez um bom trabalho com o Zenfone 3 Deluxe. Ele tem uma aparência luxuosa, e a qualidade de construção dá a entender que ele é bem durável. A sensação que ele passa nas suas mãos durante a pegada é muito boa. A carcaça é toda construída em metal, há uma saída USB-C no fundo, ao lado de um microfone e um alto-falante.

No topo, temos um plugue de 3,5 mm para fones de ouvido e uma gaveta compartilhada para dois chips de operadora e um cartão micro SD na lateral esquerda. Não dá para usar os três itens ao mesmo tempo, entretanto. Os botões de volume e o de energia ficam na lateral direita. Há um leitor de digitais na traseira, logo abaixo da câmera.

O dispositivo tem uma boa aparência geral, e realmente impressiona quando você bate o olho nele pela primeira vez. É inegavelmente um smartphone premium. Contudo, a parte da frente tem bordas com acabamento metálico brilhoso e detalhes circuncêntricos.

Isso é praticamente a marca registrada da ASUS, mas não combina com a traseira, que tem uma elegância neutra e fosca. Isso não chega a comprometer todo o design do aparelho, mas certamente é uma quebra na coesão visual. Por fim, a parte frontal ainda tem uma borda preta bem esquisita em volta de toda a tela. Ou seja, o bom trabalho feito na parte de trás não foi seguido à risca na frente.

Tela

A ASUS resolveu apostar em uma tela Super AMOLED de 5,7 polegadas. O display é muito bonito e representa bem as cores, mas falta um pouco de saturação – isso de acordo com as configurações originais do smartphone.

Zenfone 3 Deluxe tem resolução Full HD em vez de 2K

Apesar do tamanho e da faixa de preço, o Zenfone 3 Deluxe tem resolução Full HD em vez de 2K. A ASUS provavelmente resolveu usar a opção mais básica para não comprometer a autonomia de bateria, uma vez que telas com mais pixels gastam mais energia.

De qualquer forma, isso não prejudica muito a experiência do usuário. Se a pessoa não for muito entendida desse assunto, só vai notar a diferença quando vir ao lado do seu celular um outro smartphone com tela 2K.

Deixando isso de lado, podemos dizer que a tela do dispositivo da ASUS é realmente boa para qualquer consumo de mídia: vídeo, games, leitura e tudo mais, mesmo sob luz forte do Sol. Contudo, não espere ter uma boa experiência em VR nessa tela.

Software

O software da ASUS é o seu maior inimigo nesse momento. A empresa entrega um excelente smartphone, com hardware parrudo, desempenho invejável, mas pisa na bola com sua interface ZenUI, que tem um design muito aquém do esperado. A empresa tem evoluído muito pouco na questão estética ao longo dos anos, e até a Samsung e a LG — duramente criticadas por suas personalizações “bregas” sobre o Android — já conseguiram superar essa fase.

A Samsung inclusive está seguindo a passos largos em busca de um visual mais limpo e moderno, enquanto a ASUS ainda aposta em muitos efeitos desnecessários, ícones grandes demais e esquema de cor e design indefinidos, que mudam em cada app original da marca.

Diferente de suas concorrentes, a ASUS pegou muito poucas guias de design do Material Design da Google, e não dá para dizer que a empresa seguiu em uma boa direção. Há ainda falta de coesão no design da interface, botões que trazem apenas parte do texto que deveriam mostrar, entre outras pequenas falhas.

A área de notificações permite personalizar muitos de seus atalhos

Contudo, a ZenUI tem seus pontos positivos. Sempre que você instala um novo app, ela oferece a possibilidade de organizar o novo ícone em alguma pasta ou categoria, antes de simplesmente colocá-lo na tela inicial. A área de notificações, por sua vez, permite personalizar muitos de seus atalhos, e a gaveta de apps tem uma variedade de opções para configuração.

Mas isso é eclipsado pela quantidade absurda de apps pré-instalados. Além do pacote obrigatório da Google, a Asus manda no Zenfone 3 Deluxe nada menos que 23 apps desnecessários. É muita coisa para desinstalar assim que você recebe o dispositivo em casa.

Câmeras

As câmeras do Zenfone 3 Deluxe são boas. Contudo, não espere que ele seja o melhor de sua categoria nisso. Vários top de linha de 2016 que chegaram ao mercado antes do aparelho da ASUS conseguem capturas melhores. Galaxy S7, S7 Edge, iPhone 7 e 7 Plus e Moto Z são alguns exemplos. Mas isso não quer dizer que o Zenfone tem câmeras ruins. Pelo contrário, elas são muito boas, só não são excepcionais.

A velocidade de captura do Zenfone 3 Deluxe é realmente um de seus pontos fortes em câmera. Você toca no botão e a imagem está pronta e salva na galeria. Isso é possível graças ao foco a laser, o mecanismo de foco mais rápido que temos atualmente em smartphones.

Quando esse recurso não dá conta do espaço — com objetos muito distantes —, o foco PDAF entra em cena. Ele é um pouco mais lento, mas consegue resultados melhores que o laser na questão estética da foto. As imagens ficam menos granuladas nessa segunda opção.

Outro ponto positivo é o realismo na representação das cores, mesmo com o HDR ligado. A câmera não prejudica o esquema de cores para conseguir uma foto mais apelativa aos olhos do usuário, e isso é bom. O alcance dinâmico também é interessante e consegue ajudar na exposição precisa de diferentes planos.

O software da câmera ainda conta com uma série de recursos para você brincar, incluindo configurações profissionais, como foco manual, controle de ISO, entre outas.

Bateria

O novo aparelho poderoso da Asus também tem uma boa autonomia de bateria. Você consegue usar o smartphone por um dia inteiro sem se preocupar muito com a possibilidade de ele morrer antes de você chegar em casa. Claro que estamos considerando nessa constatação o uso moderado, aquele que as pessoas normalmente fazem com um dispositivo desse naipe.

Por isso, se você sair para um passeio ou viagem e ficar fazendo centenas de fotos no mesmo dia, certamente a bateria terá uma autonomia bem inferior do que o esperado. O mesmo vale para longos períodos de jogatina.

Em nosso teste de execução contínua de vídeo, o Zenfone 3 Deluxe da ASUS conseguiu durar 8 horas e 20 minutos em uma carga completa. Isso tocando um vídeo no app do YouTube, com WiFi ligado e brilho da tela no máximo. A marca é boa para a categoria.

Vale a pena?

O Zenfone 3 Deluxe tem uma infinidade de pontos positivos e eles certamente eclipsam os seus pontos fracos. Mesmo com sua interface malfeita e de design ruim, o smartphone consegue apresentar um desempenho excelente, sem titubear mesmo nas situações mais exigentes. Mas existe um grande problema com o top de linha da ASUS: ele é muito mais caro que seus principais concorrentes.

Mesmo com sua interface malfeita e de design ruim, o smartphone consegue apresentar um desempenho excelente

Para título de comparação, o modelo mais básico do Zenfone 3 Deluxe — com chip Snapdragon 820 e 64 GB de armazenamento —  custa R$ 3,9 mil na loja oficial da fabricante. Esse celular tem hardware muito similar ao do Moto Z, por exemplo, que custava algo em torno de R$ 2,7 mil na data de publicação desta análise.

Fora isso, o aparelho da Lenovo vem com um módulo de bateria e uma capinha extra nesse pacote. Ele também tem uma tela melhor que a do Zenfone, e sua câmera também faz fotos melhores ou de qualidade similar. Portanto, por que alguém apostaria em um “smartphone tradicional” como o Zenfone 3 Deluxe (o básico) quando existe a oferta da concorrente que oferece algo superinovador, como a modularidade?

Esses competidores não contam com 6 GB de RAM, mas note que existe uma diferença de mais de mil reais

Além do Moto Z, a oferta da ASUS enfrenta forte concorrência de celulares ainda mais populares, como o Galaxy S7 Edge, que também está na faixa dos R$ 2,7 mil. O top da Samsung tem ótimo desempenho, design mais atraente e câmera inegavelmente superior à do Zenfone 3 Deluxe. Claro que esses competidores não contam com 6 GB de RAM, mas note que existe uma diferença de mais de mil reais entre eles.

No caso do Zenfone 3 Deluxe com Snapdragon 821, a versão que nós testamos, o principal concorrente é o iPhone 7 Plus, que custa exatamente o mesmo preço do Zenfone com 256 GB de armazenamento: R$ 4,9 mil.

Acontece que, apesar de o dispositivo da ASUS ter sim suas vantagens sobre o concorrente da Apple — a começar pela possibilidade de colocar cartões de memória e ter bem mais RAM —, o iPhone ainda vence em questão de desempenho, design e câmera.

Considerando tudo isso, fica claro que os dois top de linha da ASUS estão mal posicionados no mercado. São produtos de ótima qualidade, mas simplesmente não valem o preço que está sendo cobrado atualmente. Quem sabe, com um bom desconto, na casa dos R$ 800 ou mais, esses modelos se tornem uma alternativa viável para quem quer um monstrão de celular. Mas, no momento, a gente não recomenda gastar quase 5 mil reais no Zenfone 3 Deluxe.

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Perguntas dos leitores

1. O Zenfone 3 Deluxe tem carregamento sem fio?

Não. O aparelho da Asus não possui essa tecnologia de carreamento. Um leitor chegou a perguntar se isso era uma “heresia”, mas, na verdade, as fabricantes precisam escolher entre fazer um celular com carcaça de metal ou colocar tecnologia de carregamento sem fio. A maioria dos padrões de carregamento wireless não funciona através de cases metálicas, e isso provavelmente impediu a Asus de incluir o recurso nesse modelo. Contudo, a Qualcomm chegou a comentar em 2015 que estava desenvolvendo uma solução para isso, mas não sabemos em que pé anda esse projeto.

2. Tem áudio Hi-Res?

Sim. Ele possui áudio Hi-Res de 192kHz/24-bit, que é quatro vezes melhor que o som gerado por um CD, por exemplo. Entretanto, não dá para notar muita diferença usando os fones originais do aparelho. Esses acessórios são intra-auriculares e têm um som melhor do que o esperado. Isso em qualquer smartphone, não só no Zenfone.

3. Ele esquenta muito quando está carregando ou durante a jogatina?

Ele esquenta sim, mas não muito, durante esses processos. Contudo, como a carcaça é de metal, a pessoa tende a sentir mais esse calor e a se incomodar com isso.

4. Onde fica localizado o sensor NFC do Zenfone 3 Deluxe?

Segundo este fórum de suporte da ASUS, o sensor fica na parte da frente do celular. Bem ao estilo Xperia ZX. Nada prático para uso cotidiano em pagamentos ou compartilhamentos via Android Beam.

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