Filamento de matéria escura foi detectado graças a dados coletados desde 2001 (Fonte da imagem: Slashgear)
A matéria escura é um dos grandes mistérios da Física. Ela não pode ser vista, mas pode ser percebida por cientistas que estudam os efeitos gravitacionais que esse “algo” invisível é capaz de causar.
Uma das formas de detectar a presença de matéria escura é por meio da distorção que sua força gravitacional pode causar na luz proveniente de outros corpos celestes, como galáxias. Porém, isso é praticamente impossível de ser percebido da Terra e, até então, a única possibilidade de realizar esse feito seria por meio de grandes telescópios que ainda não possuímos.
Mas nós dissemos “até então”, certo?
Detectando matéria escura
Depois de muitas tentativas, astrônomos finalmente encontraram uma maneira de detectar um filamento de matéria escura sem o uso de equipamentos que ainda precisam ser construídos. A façanha foi realizada pelo astrônomo Jörg Dietrich e sua equipe do Observatório da Universidade de Munique, na Alemanha.
Para isso, os pesquisadores exploraram a geometria espacial peculiar de dois aglomerados de galáxias e analisaram dados coletados durante os últimos anos de mais de 40 mil galáxias diferentes, chegando à conclusão de que, entre os 2,7 bilhões de anos-luz que separam os aglomerados Abell 222 e Abell 223, há um filamento de matéria escura que está distorcendo o tempo-espaço naquela região.
Em 2008, Dietrich já havia publicado uma pesquisa que revelava a presença de gases quentes na mesma área do universo, o que sugeria a presença do filamento. Porém, ainda não era uma informação forte o suficiente para detectar a matéria escura diretamente. Agora, os novos cálculos reforçam o trabalho anterior do astrônomo. A descoberta é relevante porque ajuda a comprovar o modelo teórico de formação do universo.
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