No começo da semana, um trio anônimo artistas instalou um busto em homenagem a Edward Snowden no topo de uma coluna no parque de Fort Greene, em Nova York. Como a legislação local proíbe a instalação de qualquer estrutura ou obra de arte sem autorização nessas áreas públicas, a peça foi removida pelas autoridades pouco tempo depois. Mas, como era de se esperar, as coisas não iam parar por aí.
Algumas horas depois da remoção da escultura original, um coletivo de artistas chamado The Illuminator (“O Iluminador”, em tradução livre) – sem qualquer relação com o trio que fez o busco – substituiu a obra por uma versão holográfica. Usando laptops, um equipamento de projeção e um gerador de fumaça, a equipe fez a imagem de Snowden pairar sobre a mesma coluna de onde a arte anterior foi retirada.
Segundo o coletivo de artistas, a ação foi uma mensagem voltada para as autoridades que “censuraram” a escultura original. “Nossa sensação é que, embora o Estado possa remover quaisquer artefatos materiais que sirvam de desafio contra o autoritarismo incumbente, os atos de resistência permanecem na consciência pública. E é no compartilhamento desse ato desafiador que a esperança reside”, declarou o grupo.
Sobre mentes e corações
A coluna escolhida como suporte para a escultura faz parte do monumento aos Mártires dos Navios-Prisão, feito para homenagear os mais de 11 mil prisioneiros de guerra norte-americanos que morreram abordo de embarcações britânicas durante a guerra de independência dos EUA. Justamente por esse motivo a escolha do local teve um significado simbólico para os artistas-manifestantes.
Ao ficar sabendo sobre o tributo holográfico, o trio responsável pela obra original comentou a atitude. “Nós ficamos surpresos ao ver a forma como a estátua foi coberta antes de ser removida, como se fosse uma declaração profana. E nos animamos ao notar a torrente de apoio que Nova York, e as pessoas online, compartilharam”, declarou a equipe.
“Isso prova o significado da peça e as perguntas duras que ela nos força a encarar, que vão permanecer mesmo que a obra não esteja mais fisicamente presente. Estamos empolgados que isso inspirou outros a tomar ações criativas para aumentar a atenção sobre o que significa ser um americano e um herói”, concluiu o trio anônimo.
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