Câmeras apontadas causam desconforto e criam uma interação (Fonte da imagem: The Verge)
A privacidade é, cada vez mais, uma palavra que perde sentido em nossas vidas. O direito à reserva de informações pessoais e da própria vida privada declina diante do monitoramento de governos e empresas, ao acompanharem nossos movimentos na web, gastos com cartão de crédito e até os nossos passos.
Como forma de instigar essa sensação de espionagem, um artista de rua denominado SpY instalou nada menos que 150 câmeras de vigilância na parede lateral de um edifício de Madrid, todas apontando exatamente para o mesmo local.
Ligadas ou não?
Para artistas de rua como SpY, esse tipo de câmera é um símbolo óbvio do olhar atento de empresas e governos. Mas sua obra artística pretende causar reflexão sobre o nosso presente e a interação diária com a tecnologia e quem está por trás dela.
Neste caso, as câmeras são apenas simbólicas: não estão gravando absolutamente nada. Entretanto, quem passa por ali não tem a mínima ideia disso e pode sentir-se extremamente desconfortável, perguntando-se se elas estão realmente ligadas. Entretanto, boa parte das pessoas não liga e até interage como se estivessem sendo filmadas.
Reação e interação
“Eu gosto de gerar algum tipo de reação com o meu trabalho”, revelou SpY ao site de notícias The Verge. “Eu tento despertar e criar uma consciência mais lúcida com as minhas intervenções. Ironia e humor são duas formas de fazer do receptor um cúmplice, criando um diálogo e fazendo-o pensar que o trabalho comunica algo com o qual ele se identifica”, completou.
Porém, o fato mais curioso dessa obra é que as câmeras foram todas apontadas para a casa de um traficante bem conhecido. “Muito conhecido mesmo pela polícia local”, afirmou SpY.
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