(Fonte da imagem: Divulgação/Samsung)
Atualmente, no momento da aquisição de um computador novo, você possui uma alternativa diferente para o armazenamento de dados, que é a unidade de estado sólido. Esse dispositivo é normalmente apresentado como um possível substituto dos discos rígidos atuais, especialmente pelo desempenho e maior confiabilidade apresentados em comparação ao HD tradicional.
Por mais que os SSDs tivessem vários problemas na sua época inicial de vendas, com o tempo eles vêm recebendo cada vez mais melhorias, além de já apresentarem uma redução considerável no preço. Os HDs, por outro lado, podem ter chegado a um ponto no qual os aprimoramentos parecem não ser mais tão dignos de nota.
Mesmo o conceito de os SSDs “não terem espaço” começa a sofrer alterações, especialmente com o lançamento de unidades com até 1 TB por parte da Samsung. Ainda falando de espaço, também já foi provado que você pode montar um computador “híbrido”, adotando ambas as unidades de armazenamento para resolver tal dificuldade.
Porém, mesmo com unidades mais robustas e diversas vantagens sobre o HD, por que os SSDs não estão tão populares quanto o outro mecanismo? Essa transição de discos rígidos para unidades de estado sólido já vem acontecendo, porém em um ritmo lento. Para entender melhor as razões desse fenômeno, vamos começar com uma breve explicação de como funcionam as duas unidades.
Armazenamento dos dados
Uma unidade de estado sólido (SSD) é um dispositivo que proporciona uma maneira para o seu computador armazenar dados, assim como o disco rígido (HD), que é a unidade mais comumente utilizada para a tarefa. De uma maneira simples, podemos dizer que a principal diferença entre os dois está na maneira na forma como eles realizam a operação.
(Fonte da imagem: iStock)
O disco rígido faz a gravação dos dados em placas de metal giratórias. Por isso, sempre que o seu computador precisa acessar um dado (ou seja, precisa fazer a leitura), um componente semelhante a uma agulha se move até chegar à posição na qual a informação necessária está armazenada. O procedimento de gravação funciona de forma semelhante, fazendo com que as partes do dispositivo estejam em constante movimento.
Já no caso de um SSD, não há qualquer tipo de movimento nos seus processos. Os dados são armazenados em blocos, sendo cada um deles dividido em páginas. Sempre que o acesso a uma informação for necessário, a unidade apenas responde qual é o local no qual está o conteúdo em questão.
O procedimento utilizado para gravação em um SSD é um pouco mais complexo. Em uma tentativa de simplificação, pode-se dizer que ele faz a anotação dos dados nas páginas presentes em um bloco. No entanto, se qualquer alteração é realizada na informação, a unidade precisa apagar todo o conteúdo do bloco (não apenas de uma página) e escrevê-lo novamente da maneira correta.
(Fonte da imagem: Divulgação/Samsung)
Embora essa tenha sido uma explicação muito simplificada do processo, é possível perceber alguns dos motivos pelos quais normalmente os SSDs são considerados mais silenciosos e mais eficientes do que os HDs.
Principais vantagens de um SSD
Como principais vantagens de um SSD com relação a um HD, podemos citar o fato de a unidade ser menos sensível a impactos, além de não correr o risco de ter os seus dados apagados por uma fonte magnética próxima ao dispositivo. Além disso, as unidades de estado sólido são bem mais leves, consomem menos energia e aquecem muito pouco quando comparadas aos discos rígidos.
(Fonte da imagem: iStock)
Outro ponto que sempre é levado em conta envolve a rapidez de boot de um SSD e a performance apresentada pela unidade, de uma maneira geral.
Problemas centrais: espaço e preço
Entre os fatores que podemos citar como empecilhos para a popularização das unidades de estado sólido, o espaço e o preço certamente aparecem como os primeiros itens da lista e estão interligados. Uma unidade de estado sólido costuma ter valores tão elevados no mercado que um modelo com apenas 256 GB de espaço pode vir a custar quase o preço de um computador inteiro, conforme a sua marca e as suas especificações.
Enquanto isso, os HDs de tamanho semelhante possuem um preço bastante acessível, e mesmo discos com tamanhos tão grandes quanto 1 TB já são bem populares. Embora o SSD possa ser um ótimo dispositivo para notebooks e tenha sido a escolha de mecanismo de armazenamento para quase toda a linha mais recente da Apple, certamente o preço final do seu produto estará muito acima da média apenas pelo fato de ele possuir uma unidade de estado sólido.
Adicionalmente, ao menos até o presente momento, são poucos os modelos de SSD que passam de 512 GB. Além disso, todos seguem a citada regra do preço: quanto maior o espaço disponível, mais caro será o modelo. Já no caso dos HDs, não é preciso dizer que nos dias atuais é possível encontrar discos com tamanhos tão grandes quanto 4 TB com valores relativamente muito abaixo dos praticados no caso de um SSD.
(Fonte da imagem: iStock)
Ainda assim, com a popularização de serviços de armazenamento nas nuvens (como os famosos Google Drive e Dropbox) e streaming de vídeos diretamente da internet (como o Netflix), muitos sugerem que espaço não é mais um problema como foi no passado. No entanto, para você considerar esse tipo de serviço como um substituto, deve-se levar em conta que é necessário ter uma conexão constante com a rede.
Talvez esse fator ainda não seja uma realidade em todos os ambientes que você frequenta para confiar em sempre utilizar um player de músicas online ou de ter os seus arquivos nas nuvens. Além disso, ainda pode levar muito tempo para que os consumidores que são acostumados a terem muito espaço façam a troca de tamanho por desempenho.
Popularização com o tempo
Por mais que os SSDs possuam desvantagens, ao fazer uma comparação fica claro que o principal problema é o valor do produto. Isso porque de uma forma geral – e grosseiramente analisando – eles são superiores aos HDs, tanto em desempenho quanto pelos benefícios oferecidos ao se obter um computador com uma unidade de estado sólido para o armazenamento dos dados.
Porém, até o presente momento não há um grande investimento por parte das montadoras de PCs e notebooks para incorporar o produto, com exceção de poucas empresas. Além disso, mesmo o consumidor final ainda não está disposto a abrir mão de um produto mais barato e com maior espaço em função da aquisição de uma unidade menor, mas com uma performance melhor.
Dessa forma, é possível considerar que no futuro os SSDs venham a substituir os discos rígidos atuais, porém ainda vai levar um bom tempo para que isso possa se tornar uma realidade.
Categorias