Usar garrafas pets, embalagens Tetra Pak e outras soluções sustentáveis estão na moda, mas, quando falamos em grandes construções, temos a ideia de que os painéis solares são a solução perfeita. De fato, esse é um recurso muito usado para poupar o meio ambiente e aproveitar os raios solares de alguma forma.
Os prédios em prol da natureza são cada vez mais comuns e, acredite se quiser, eles podem sim ajudar a garantir um futuro mais limpo. Um bom exemplo disso é a torre chinesa Pearl River Tower, instalada em Guangzhou. Além de ser gigantesca, essa construção foi pensada desde o início para ser um exemplo de edifício sustentável.
(Fonte da imagem: Reprodução/Terri Meyer Boake)
Desde a estrutura externa até os mínimos detalhes das persianas foram pensados para garantir economia máxima de energia. Se você quer conhecer como serão alguns prédios do futuro, vale conferir os detalhes desta torre que tem 71 andares bem acomodados em seus 309 metros de altura.
Aproveitando o vento
A energia eólica é uma das mais populares quando falamos em fontes de energia alternativas. Apesar de ser uma tecnologia já evoluída, muita gente ainda associa o conceito desse tipo de energia com os cata-ventos gigantes, mas vamos falar a verdade: seria um bocado esquisito ver um prédio tão tecnológico usando algo tão rudimentar.
É claro que o Pearl River Tower teve seu design projetado para aproveitar essa dádiva da natureza, portanto não encontramos nenhum tipo de ventoinha ou aparelho externo que ajude na captura da energia eólica. As curvas desta gigantesca torre ajudam a “coletar” o vento para transformá-lo em energia elétrica.
(Fonte da imagem: Reprodução/Terri Meyer Boake)
No meio da torre, podemos ver quatro entradas consideravelmente grandes. Esses espaços não são falhas de design, aliás, muito pelo contrário: são “frestas” especialmente projetadas para trabalhar com a energia eólica.
Basicamente, o vento atravessa esses espaços e ativa turbinas enormes que vão gerar a energia elétrica. O conceito é exatamente o mesmo das tecnologias mais simples, porém a diferença é que, no Pearl River Tower, as turbinas são discretas e muito mais eficientes. A torre aproveita os ventos do norte e do sul para produzir a eletricidade necessária.
Escritórios bem ventilados
Toda a energia produzida pelas turbinas é utilizada para alimentar os dispositivos e equipamentos eletrônicos dos escritórios da torre. O mais curioso, no entanto, é que nada é desperdiçado. Depois de girar as turbinas, o vento é redirecionado para o sistema de ventilação.
(Fonte da imagem: Reprodução/Terri Meyer Boake)
O vento natural é utilizado como um substituto do ar-condicionado, sendo uma tecnologia perfeita para refrigerar todas as salas do prédio. Há um sistema bem avançado instalado nos vãos entre um andar e outro que ajuda a filtrar o ar e utilizá-lo da melhor forma possível. Vale notar que este recurso é usado apenas em dias mais quentes.
O Sol cumpre bem o seu papel
Se você reparar bem nas fotos do Pearl River Tower, é possível notar que o prédio é coberto por tecnologia. Pois é, na parte superior do edifício, há uma rede de painéis solares que absorvem a energia solar e a transformam em eletricidade. Apesar de ser uma fonte de energia considerável, estes painéis não são usados para alimentar os dispositivos eletrônicos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Skidmore, Owings & Merrill LLP)
Conforme a informação publicada na revista How It Works, a energia proveniente do Sol é aproveitada para controlar as persianas automáticas, ou seja, para escurecer os ambientes ou impedir que a luz entre nos escritórios.
Além dos painéis na parte de cima, a Pearl River Tower conta com células fotovoltaicas instaladas nas persianas. Essas células funcionam de forma parecida com os painéis, ou seja, captam a energia solar e a transformam em eletricidade.
(Fonte da imagem: Reprodução/Skidmore, Owings & Merrill LLP)
Em todos os lados da torre, há três camadas de vidro revestindo as faces. O vidro oferece boa visibilidade e permite que a luz entre, mas também serve para impedir que o calor interno escape (ou seja, não há troca de temperatura com o exterior) e evita que os raios de sol aqueçam ainda mais as salas.
Falta muito para ser perfeita
Mesmo utilizando uma série de tecnologias para economizar energia elétrica, a Pearl River Tower não consegue se sustentar apenas com as fontes de energia alternativas. As turbinas que aproveitam o vento para alimentar aparelhos eletrônicos, por exemplo, ajudam com apenas 4% do total de energia necessária anualmente.
Essa “baixa” quantidade de energia (que na verdade representa uma grande economia) é fruto dos ventos inconstantes da região. Em alguns momentos, a velocidade do vento é de 8 km/h, em outras ela atinge 225 km/h. As turbinas foram programadas para trabalhar com velocidades diferentes, por isso não oferecem eficiência energética elevada.
(Fonte da imagem: Reprodução/Terri Meyer Boake)
Apesar de não atingir perfeição em eficiência energética, a torre gigante da China consome 58% menos energia do que outras construções similares — combinando o sistema de ventilação, iluminação e os demais que evitam o uso de aparelhos eletrônicos adicionais.
O Pearl River Tower ganhou muitos prêmios e é um exemplo para o mundo. Para o futuro, podemos esperar mais prédios desse tipo, com outras tecnologias sustentáveis que ajudem o planeta, afinal eles são mais inteligentes e não alteram a rotina de quem utiliza as instalações.
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