Atualmente, parece ser comum que, de tempos em tempos, surjam casos de pequenas empresas de tecnologia que despontam em seu segmento e passam a valer milhões de dólares. Mesmo após grandes sucessos do gênero, como aconteceu recentemente com WhatsApp e Snapchat, esse tipo de história continua a surpreender. Agora, é a vez do Flipagram ficar sob os holofotes, anunciando nesta quinta-feira (16), uma parceria inédita com as grandes gravadoras para oferecer uma lista extensa de músicas a seus consumidores.
Mesmo que você não conheça a fundo o aplicativo que mistura fotos, vídeos e sons para criar uma rede social única, as chances são de que você já viu algum conteúdo produzido nele sendo compartilhado em outras plataformas, como Facebook, Twitter ou mesmo Instagram. Em pouco mais de 18 meses de vida, o app já abocanhou ao menos 100 milhões de usuários em todo o mundo, permitindo que eles usem todas as ferramentas do software para contar pequenas histórias em clipes de até 60 segundos de duração.
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Para ampliar ainda mais o repertório do sistema, a companhia sediada em Los Angeles fez uma série de acordos de licença globais com as principais gravadoras, incluindo Universal Music Group, Sony Music Entertainment, Warner Music e outras, além de também firmar contrato com diversas editoras de música. “Agora, nossos usuários têm acesso inédito a um abrangente catálogo de músicas populares, clássicas e independentes para usar como trilha sonora de suas histórias no Flipagram”, explicou Farhad Mohit, fundador e CEO do Flipagram.
A estratégia acaba permitindo que a plataforma possa ser uma pioneira no uso legal de canções pelo seu público, um tema que geralmente fica na chamada “zona cinza” da lei quando se pensa em como o conteúdo gerado por usuários funciona em outras redes – como nas produções para YouTube, por exemplo. Além disso, para o executivo, esse é um passo essencial para que a empresa possa se aproximar ainda mais de seu objetivo: conquistar um espaço no celular de 5,2 bilhões de pessoas para que elas possam compartilhar experiências.
Importância do elemento musical
De acordo com Farhad, o modo como o material é produzido no Flipagram beneficia mesmo quem não tenha domínio da escrita ou tenha dificuldades em se expressar bem em outras redes sociais. “Ficamos surpresos com a rapidez com que pessoas comuns se tornam criativos contadores de histórias em áudio e vídeo”, afirmou o profissional, dizendo ainda que é natural que a música seja bem recebida no aplicativo, já que “todo bom filme tem uma excelente trilha sonora”.
Farhad Mohit, criador do Flipagram.
Porém, como é que será que as gigantes da indústria fonográfica lucram com esse sistema? Embora o CEO tenha dito que não pode revelar detalhes do negócio – comentando que “a tinta ainda não secou na papelada” referente ao acordo –, o principal modo de ganhar dinheiro se dá por conta da publicidade gratuita feita pelos milhões de usuários do app. Quando um trecho de até 30 segundos das composições é usado nos vídeos, a postagem exibe links para a canção no Spotify ou na loja do iTunes.
Para se ter uma ideia do alcance do aplicativo, basta dizer que a música “Story of My Life”, da banda britância One Direction, foi usada em milhões de flipagrams – como são chamados os clipes criados na rede. Não é nem preciso dizer que isso abre as portas para um número altíssimo de clientes em potencial para as gravadoras e artistas que fazem parte da parceria, incluindo cantores e grupos brasileiros. Cada músico ganha uma página própria na qual as pessoas podem conferir os vídeos mais populares com seus trabalhos.
Foco no crescimento... e no Brasil
Curiosamente, essa ambição de crescer e firmar acordos inéditos no segmento não se converte em uma necessidade urgente de lucro por parte do Flipagram, já que tanto a companhia como os investidores não estão preocupados com a monetização no momento, diz Farhad. Essa liberdade na hora de tocar a empresa só é possível graças aos US$ 70 milhões injetados no projeto por um fundo de investimento no início de 2014, permitindo que o CEO e seus comandados se foquem na popularização de sua cria.
Embora não tenha divulgado números, o executivo afirmou que o Brasil é o maior mercado internacional para o app – atrás apenas dos EUA. Reservado quanto aos planos para o país, ele comentou apenas que nos próximos 12 meses o país deve ganhar um escritório local com uma equipe dedicada a cuidar de contratos com artistas nacionais e expandir ainda mais o serviço por estas bandas. Caso queira testar o Flipagram, pode ficar tranquilo, já que ele roda em quase qualquer dispositivo, com versões para Android, iOS e Windows Phone.
Com o novo catálogo de músicas no Flipagram, que histórias você pretende contar? Dê uma palhinha no Fórum do TecMundo!
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