Tim Cook: conheça o chefe temporário da Apple

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Tim Cook

Fonte da imagem: Apple

Nascido no Alabama (EUA), o segundo em comando da Apple, Tim Cook, tem 49 anos e pela terceira vez assume a responsabilidade de liderar uma das empresas mais importantes do mundo da tecnologia. Novamente, Cook veste o manto de Steve Jobs em meio a incertezas sobre a saúde do fundador e queda no valor das ações da companhia.

É longo o tempo pelo qual Steve Jobs tem lutado contra situações graves de saúde. O CEO da Apple deixou seu posto  pela primeira vez em 2004 para a retirada de um tumor do pâncreas, e em 2009 foi anunciado um “desequilíbrio hormonal” que o deixou fora da Apple por seis meses, retornando apenas depois de um transplante de fígado.

Em ambos os casos, o nome que substituiu o de Jobs no posto maior da Apple foi o de Tim Cook. Em 2009, até mesmo a apresentação de produtos durante a MacWorld ficou a cargo do executivo.

Antes da maçã

Engenheiro formado em 1982 pela Universidade Auburn, no Alabama (EUA), e com um MBA pela Universidade Duke, Cook é um homem reservado e fanático por exercícios e pela própria saúde.

No mundo dos executivos, esteve em contato com o mercado de tecnologia desde cedo, tendo trabalhado em gigantes como a IBM e a Compaq, e é conhecido por sua atenção aos detalhes e pela exigência fria e sem emoção na hora de conduzir os negócios.

Tim Cook

Fonte da imagem: Business Insider/Associated Press

A carreira de Cook foi sempre baseada na gestão da produção, sendo que, durante os quatro anos que passou na Compaq, seu cargo de vice-presidente de materiais corporativos deixava-o responsável por todo o inventário da empresa.

Na IBM, onde esteve por doze anos, Cook controlou a distribuição e fabricação dos computadores da empresa nas Américas do Norte e Latina.

Toda a experiência com inventários, transporte de materiais, e equipamentos e também com fabricação foi o motivo principal para a chegada, em 1998, à Cupertino.

Dentro da Apple

Quando a empresa sofria crise após crise, mesmo com o retorno de Jobs à direção, Cook foi um dos encarregados de colocar os processos de fabricação – na época, de responsabilidade da própria Apple –, distribuição e insumos da companhia  em ordem.

Além de diminuir consideravelmente os custos de produção, Cook acabou por otimizar também a venda e atendimento da Apple. Um exemplo de ação dele foi a utilização de pessoal da própria Apple, devidamente treinados, como vendedores em pontos como a Best Buy americana, o que – de certa forma – serviu como experiência para os Genius presentes nas lojas da marca para assistência técnica e atendimento aos clientes.

Cook com Steve Jobs durante apresentação da Apple

Fonte da imagem: MacNotes

Conta a lenda que, em uma reunião para discutir a situação com sua equipe, o assunto se tornou um determinado problema na Ásia. Depois de receber os pareceres do time, Cook disse apenas “Isso é muito ruim. Alguém deveria estar lá cuidando disso”.

Meia hora após essa frase, ele vira para Sabih Khan, executivo de operações, e pergunta sem demonstrar qualquer emoção: “Porque você ainda está aqui?”. Diz-se que Kahn levantou, dirigiu até San Francisco e embarcou para a China, com passagem apenas de ida, sem nem mesmo pegar uma mala com roupas.

Porém, não é esse estilo que configura a principal contribuição de Cook para o pomar. Sua precisão permitiu que várias revoluções fossem lançadas sem que o mercado percebesse até o anúncio oficial e – como no caso da transição PowerPC-Intel – sem atrasos ou problemas de fornecimento.

Depois de entrar na empresa, Cook fechou as fábricas próprias, criando parcerias com fabricantes de componentes e montadoras, diminuiu o estoque de equipamentos e conseguiu, assim, diminuir drasticamente o custo operacional da Apple, a principal razão para a quase falência da empresa na década de 1990.

Tim Cook e Steve Jobs

Fonte da imagem: The Telegraph

Atualmente, o trabalho de Cook é manter a empresa “empreendedora em sua natureza, mas com a mãe de todos os balancetes ”, como ele próprio explica a Apple.

No caso, isso rendeu não só o posto atual de COO e a oportunidade de ocupar temporariamente a posição de Jobs, mas também a liderança da divisão de Macs e um item que talvez desagrade aos brasileiros: o poder de negociação com operadoras de celular para a venda de iPhones.

Ou seja, toda aquela demora para a chegada do smartphone mais cobiçado do mundo ao Brasil foi, em parte, responsabilidade de Cook. Felizmente, as empresas que oferecem os serviços de telefonia por aqui acabaram conseguindo dobrar o sério executivo da Apple e hoje já é fácil – ainda que caro – comprar um iPhone por aqui.

Substituir Jobs?

Segundo em comando no pomar, o COO (“Chief Operating Officer”, oficial encarregado de operações) é também o segundo a afirmar – categoricamente – que o CEO da Apple (e seu campo de distorção da realidade) é insubstituível, atrás apenas do próprio Steve Jobs.

As conjecturas cercando uma possível substituição do CEO da Apple normalmente giram em torno de “quem é gênio suficiente para substituir a criatividade e inovação de Jobs”. Cook, definitivamente, não é essa pessoa.

Tudo nele – experiência profissional, perfil e personalidade, o tornam muito mais um gestor do que um inovador e, caso assumisse a Apple, o papel criativo teria que ser assumido por alguém próximo ao novo CEO.

Poderia Tim Cook substituir Jobs definitivamente?

Fonte da imagem: Apple Insider

Assim como Jobs compensou a sua deficiência em termos de operações, mantendo Cook a seu lado, ele por sua vez precisaria de alguém para resolver a falta de criatividade em design que é a marca registrada da Apple.

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Agora que já se conhece um pouco mais sobre a “mão direita” de Steve Jobs no número 1 da Infinite Loop em Cupertino, Califórnia, é possível perceber que, caso realmente ocorra a substituição definitiva do CEO da empresa – que ninguém espera que aconteça por um longo tempo – não estaria em mãos erradas se fosse assumida por Tim Cook.

Porém, seria uma Apple muito diferente daquela que conhecemos hoje. Certamente ainda mais ágil e eficiente, mas talvez sem o mesmo brilho criativo e design arrojado que tornaram a Maçã uma das marcas mais valiosas e reconhecidas do planeta.

Cook aposta que se aposentará e Jobs ainda estará à frente da Apple

Fonte da imagem: MacNotes

Usando as próprias palavras de Cook sobre o assunto, entretanto, “é possível ver Jobs, grisalho e com 70 anos”, ajudando a desenhar a próxima revolução que mudará – outra vez – o cenário da tecnologia mundial. Que assim seja.

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