Um juiz norte-americano decidiu negar os pedidos da imprensa estadunidense para que um vídeo do depoimento de Steve Jobs fosse liberado para exibição para o público em geral. A gravação em questão, feita seis meses antes da morte do executivo, teve um papel essencial no julgamento antitruste recente encarado pela companhia do iPod, dando detalhes sobre os contratos da Apple com os estúdios musicais para a manutenção de políticas de DRM.
Em meio aos procedimentos do julgamento, um grupo de companhias do setor de notícias que incluía CNN, Bloomberg e Associated Press, entre outros, fez um pedido formal para que o vídeo de depoimento de Jobs fosse liberado para o público. Citando o precedente de um julgamento envolvendo um depoimento do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, a corte decidiu que a gravação não pode ser considerada um registro judicial e, portanto, não será divulgada.
“O depoimento de Jobs foi apresentado no papel de um testemunho ao vivo devido à impossibilidade da presença da testemunha, sendo e devendo continuar a ser tratado da mesma maneira que qualquer outro depoimento feito pessoalmente em um julgamento”, determinou o juiz. Portanto, o conteúdo do vídeo estava disponível apenas para os presentes no julgamento e, posteriormente, será liberado para o público na forma da transcrição da corte.
Circo da imprensa
A Apple vinha lutando contra os pedidos da imprensa, declarando que as empresas de notícia que desejavam divulgar o vídeo queriam apenas exibir “um homem morto”. Segundo o juiz, a pressão por parte da empresa teve peso na decisão final em não liberar a gravação, o que poderia ter sido diferente caso a companhia não se importasse com o conteúdo.
Ainda assim, o documento reforça que a decisão também foi motivada pelo receio de que, caso o vídeo de Jobs fosse divulgado, outras pessoas poderiam hesitar em fornecer depoimentos gravados no futuro caso temessem que a gravação poderia ser liberada para a imprensa. A transcrição de trechos da fala do executivo pode ser vista no documento final da corte, disponível em inglês neste link.
O julgamento antitruste da Apple a respeito do iPod chegou ao fim na última quarta-feira (18), com uma decisão a favor da empresa – embora um recurso ainda seja possível. Após um debate de três horas, o júri decidiu que a Maçã não causou danos aos consumidores por meio de práticas para eliminar a competição. Saiba mais sobre o caso no nosso artigo sobre o julgamento (clique aqui).
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