Depois de passar por uma série de disputas nos tribunais com gigantes da tecnologia pelos mais variados casos de quebra de patente, a Apple agora está para brigar, na justiça, com a companhia Digione. Nunca ouviu falar dessa empresa? Não se preocupe – você não é o único.
Para quem não conhece, a Digione é uma pequena companhia chinesa de aparelhos celulares, praticamente desconhecida por aqui ou fora de seu país. Esta estaria acusando a Apple de infringir patentes com relação ao design do iPhone 6.
Em uma carta originalmente enviada à Maçã em setembro e publicada recentemente no Sina Weibo, a Digione acusou a companhia de Steve Jobs de estar copiando o design de sua linha 100+. Os aparelhos dessa linha seriam modelos de baixo desempenho, com telas de 5,5 polegadas, um processador octa-core da MediaTek e uma versão própria do Android. Eles também são consideravelmente baratos, custando apenas 799 yuan (R$ 330 reais, aproximadamente) em comparação aos 5.288 yuan (2,2 mil reais) do iPhone 6.
Quanto à semelhança de design, não há como negar que há alguns pontos em comum – as bordas laterais e a posição de alguns dos componentes é consideravelmente parecida, por exemplo. Outros pontos, como a falta de um botão Home na parte frontal ou a traseira sem detalhes, fazem dos aparelhos um tanto diferentes.
Em sua carta, a Digione afirmou acreditar que “uma comunicação com boa vontade vai contribuir para resolver potenciais disputas legais”. Assim, é possível que, de início, não vejamos a questão tendo que ser resolvida diretamente nos tribunais.
Jogada antiga
Esse tipo de disputa já não é novidade para a Apple, na verdade: em 2012, por exemplo, a empresa foi alvo de um processo quando uma companhia chinesa lançou o GooPhone, um smartphone feito com base nos rumores que haviam vazado sobre o iPhone 5.
No caso da Digione, a situação não é muito diferente. Segundo o site Geeky Gadgets, a patente para o design da linha 100+ foi feita em janeiro deste ano, sendo que ela foi aprovada em julho, antes de o iPhone 6 ser oficialmente anunciado. Assim, há pouco espaço para que a Apple possa contrapor as acusações.