A ideia já circulava nos bastidores, ganhou força e agora chega a ser uma aposta de outros especialistas de mercado: muita gente acredita que a Apple possa comprar a Disney em breve. Como a Maçã vem tendo dificuldade em fechar parcerias e encontrar seu nicho ideal na produção de conteúdo, essa seria uma forma de acertar dois coelhos com uma cajadada só.
Adquirir o conglomerado do Mickey seria uma ótima solução para bater de frente com os gigantes do setor
Segundo informações do setor, a Apple acumula US$ 215 bilhões e não estaria muito interessada em investir mais do que já injeta em seus produtos eletrônicos. Em 2015, a receita nessa área cresceu US$ 8 bilhões e, em 2016, foi para US$ 10 bilhões. É muito dinheiro, mas perto da fortuna acumulada não representa tanta coisa.
O próximo grande passo seria, então, capitalizar frentes nas quais a companhia está quase ausente: uma delas é a produção de conteúdo exclusivo, que vem sendo um dos grandes diferenciais na multibilionária indústria do entretenimento, especialmente nesses tempos de streaming e consumo em diversas plataformas móveis.
Adquirir o conglomerado de Mickey, Star Wars e Marvel Entertainment seria uma ótima solução para bater de frente com os gigantes do setor e trazer para seu portfólio uma empresa que seria uma de suas maiores concorrentes.
A voz dos especialistas
Outros analistas concordam com Cahall. “Comprar a Disney poderia reduzir a exposição da Apple aos ciclos de produtos e valorizaria muito suas ações”, comenta Samantha Greenberg, fundadora da companhia de investimentos Margaret Capital. “Seria um bom uso de sua verba e uma boa forma de repatriar favoravelmente um dinheiro que está fora do país.”
Em novembro do ano passado, John Malone, CEO da companhia Liberty Media — do canal Starz e responsável pela produção e exibição de vários eventos esportivo — segue a mesma linha de pensamento, especialmente se a ESPN se destacar da aba da companhia do Mickey.
“Fundamentalmente, Tim Cook (presidente da Maçã) é um agente global e fundamentalmente a ESPN é um serviço doméstico”, disse. Para ele, a Disney seria uma melhor aposta porque junto da Apple atuariam em escala mundial, sem a limitação dos negócios locais da ESPN.
Produtos Apple/Disney
Seria um tiro no pé comprar a Disney e “trancar” os direitos de streaming de filmes e séries ou de games apenas para os dispositivos iOS, até porque a maioria dos consumidores curtem isso tudo em PCs e aparelhos com Android. Porém, planejar a exclusividade com precisão e timing poderia valorizar ainda mais os iPhones e iPads e a Apple TV.
'Capitão América: Guerra Civil', da Disney/Marvel Studios, foi o filme com maior receita em 2016, com mais de US$ 1,153 bilhão
Isso não é novidade na indústria de jogos, por exemplo, em que você tem o Nintendo Switch vendendo 1,5 milhão de unidades inicialmente só com Legend of Zelda: Breath of the Wild e outras como a Sony e a Microsoft sempre apostando em flagships como Horizon Zero Dawn, God of War, Gears of Wars, Halo, entre outros para vender suas máquinas. E o resultado dá certo.
Cinco dos filmes que mais lucraram em 2016 vieram da Disney: “Capitão América: Guerra Civil” foi o de maior receita, com mais de US$ 1,153 bilhão, seguido de “Encontrando Dory”, “Zootopia”, “Mogli: O Menino Lobo” e “Star Wars: Rogue One”. Caso as grandes do cinema levem à frente a ideia de disponibilizar longas via serviço de streaming, a gigante de Cupertino teria uma arma ainda mais poderosa nas mãos diante da concorrência. Isso tudo sem contar a parceria entre Marvel Entertainment e Netflix.
Claro, tudo isso são apenas especulações, contudo os pontos favoráveis realmente apontam esse destino como o ideal atualmente para o dinheiro “parado” da Apple. Resta aguardar e ver no que vai dar essa história.
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