A Apple já estaria se preparando para enfrentar a administração Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Segundo informou o site japonês Kikkei Asian Review, a Maçã teria perguntado à Foxconn e à Pegatron se elas teriam a capacidade de produzir iPhones em solo norte-americano. Essas duas terceirizadas são as empresas responsáveis por montar os smartphones da marca depois de receberem os componentes prontos de uma infinidade de fornecedores espalhados pelo mundo.
Aparelhos importados da China seriam taxados em 45% do valor total
Em um discurso durante a sua candidatura à presidência dos EUA, Trump declarou que faria com que a Apple passasse a produzir seus dispositivos localmente. Fora isso, aparelhos importados da China (como todos os smartphones e computadores da Maçã) seriam taxados em 45% do valor total. “Nós vamos fazer a Apple começar a fabricar seus malditos computadores e coisas dentro país em vez de em outros países”, esbravejou Trump.
Essa movimentação da Apple com suas principais parceiras seria uma forma de se prevenir caso a empresa realmente tenha que argumentar sobre o caso com o governo. “A Apple pediu à Foxconn e à Pegatron em junho para que elas avaliassem a possibilidade de fabricar iPhones nos EUA”, teria dito uma fonte anônima do Kikkei Asian Review.
Caro e difícil
Ao que parece, a Pegatron se recusou a formular um plano de viabilidade, afirmando que não seria economicamente vantajoso montar uma estrutura de fabricação nos EUA do zero. A Foxconn, por outro lado, teria feito a tal verificação, mas parece que chegou a uma conclusão bastante negativa.
Não há uma estrutura próxima ou dentro dos EUA que viabilize construir os smartphone lá
Isso porque não há uma estrutura próxima ou dentro dos EUA que viabilize construir os aparelhos lá. Todos os equipamentos de uma eventual fábrica teriam que ser importados, não há mão de obra suficiente e qualificada nesse tipo de coisa por lá, muito menos uma linha de fornecedores.
Processadores, memórias, chips diversos, telas, metais, vidros e outros componentes de smartphones são todos fabricados na Ásia, especialmente Japão, China, Taiwan e Coreia do Sul. Levar tudo isso para montar nos EUA deixaria os custos muito altos por lá, criando uma situação similar ou ainda pior do que a que temos hoje no Brasil em relação a eletrônicos importados.
Mesmo implementando a taxa de 45%, é provável que nem Apple nem outras marcas consigam fabricar qualquer eletrônico do tipo dentro dos EUA. Elas provavelmente teriam que importar e repassar o custo extra para o consumidor. Dessa forma, o país que historicamente tem sido o refúgio dos preços baixos para os turistas brasileiros não teria mais essa atração. Assim como no Brasil, a taxa de importação seria um grande baque na economia, especialmente no cliente final.
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