O caso judicial envolvendo a Apple e o FBI por conta do iPhone bloqueado de um terrorista responsável por um tiroteio em San Bernardino, nos Estados Unidos, ganhou novos personagens. Dois grandes magnatas da tecnologia se posicionaram sobre o caso.
O primeiro deles é Bill Gates, cofundador da Microsoft. Ao jornal Financial Times, ele afirmou que empresas de tecnologia deveriam ajudar o governo em casos de terrorismo. "Essa é uma situação específica em que o governo pede acesso à informação. Eles não vão perguntar coisas gerais, eles querem um caso particular", disse.
Segundo Gates, o caso não é diferente de você perguntar coisas ao seu banco ou companhia telefônica. "Digamos que você enrolou uma faixa no disco rígido e disse 'não me faça cortar a faixa porque você vai me fazer cortá-la muitas vezes", comparou, apoiando o FBI.
Zuckerberg é contra
Já o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, publicizou o apoio à Apple no caso durante a MWC 2016, citando a privacidade como principal argumento. "Acreditamos na criptografia. Eu acredito que não seja a coisa certa tentar bloquear isso dos principais produtos que as pessoas querem usar. E acho que essa não será a regulação ou política econômica correta a se fazer", argumentou.
Porém, ele ainda confirmou que ajudaria o FBI em casos de terrorismo ou simpatizantes do ISIS "como pudesse", especialmente excluindo esses usuários do site.
O caso "FBI vs. Apple" envolve pedidos da agência para que a empresa instale um backdoor naquele aparelho para permitir o acesso à informações ou forneça o desbloqueio de dispositivos em um caso especia — o de San Bernardino. Porém, a polêmica é que isso seja requisitado mais vezes no futuro, até se tornar um padrão em investigações. Anteriormente, a Google já havia declarado apoio à Maçã, enquanto o candidato à presidência dos EUA, Donald Trump, pediu boicote à Apple.
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Pouco depois de gerar polêmica com suas palavras, Bill Gates veio novamente a público — dessa vez através do jornal Bloomberg — afirmando estar "desapontado" com os relatos de que ele estaria apoiando o FBI nessa história.
E de que lado ele estaria, nesse caso? Na verdade, Gates preferiu tomar uma posição mais moderada sobre o assunto: sem apoiar nenhum dos lados necessariamente, o magnata disse que era necessária uma maior discussão sobre o caso, em busca de um equilíbrio maior entre ambos.
“Eu acredito que, com as travas de segurança adequadas, existem casos em que o governo, para nosso bem – como parar o terrorismo, que pode se tornar pior no futuro – que isso é valioso”, explicou ele. Quando questionado sobre o lado que ele apoia, porém, Bill preferiu permanecer neutro: “as cortes vão decidir isso”. “Essas questões vão ser decididas no Congresso”, continuou.
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