O que você acharia se fosse banido temporariamente da internet por causa de um vírus em seu computador? A proposta é polêmica e foi fomentada por Scott Charney, vice-presidente da Trustworthy Computing, braço da Microsoft.
Em sua apresentação durante a International Security Solutions Europe 2010, que acontece até hoje na Alemanha, Charney propôs uma espécie de quarentena de computadores infectados por vírus para que eles não contaminem outras máquinas.
Charney utilizou como exemplo o cuidado que alguns voos especiais demandam. Em alguns casos, dependendo do destino da viagem, os passageiros têm sua temperatura conferida assim que desembarcam de volta. Se algum deles aparenta estar infectado, fica em quarentena e é tratado.
Então Charney relacionou essas medidas muito mais preventivas do que remediadores com o uso da internet: “Por que não fazemos isso com consumidores? Por que não pensamos nos provedores que estão fazendo inspeção e quarentena, e limpando máquinas antes que elas acessem a internet?”.
O motivo de tanto cuidado, segundo Charney, é simples: os perigos da internet não são individuais e envolvem sempre outras pessoas: “Nós as avisamos: execute antivírus, faça backups. Se você não faz isso e perde seus dados, é um risco que pode aceitar. Porém, hoje, você não está aceitando o risco só para você mesmo, está contaminando todos a sua volta”.
Essas medidas fazem parte de um modelo para segurança cibernética baseada na defesa coletiva, chamado "Internet Health Model" (Modelo de Segurança na Internet).
No cenário da internet, antivírus, firewalls e atualizações de segurança reduzem os riscos, mas não são suficientes.
De acordo com o modelo de segurança proposto, no meio de tantos usuários, muitos formam um grupo conhecido como “botnet”, ou seja, quando atividades ilegais e spams são espalhados por computadores sem que o usuário tenha conhecimento.
Ao contrário de empresas, usuários domésticos não têm um suporte rígido de segurança, e muitos deles não têm interesse em se tornar especialistas no assunto. Ainda segundo o modelo, alguns consumidores não seguem as instruções e então se expõe a riscos. Esses usuários ameaçam não somente eles mesmos, mas também outros.
Em um esforço coletivo, “governos, a indústria de TI e provedores de acesso devem garantir a saúde de dispositivos antes de oferecer acesso à internet para eles”, afirma a página do conceito de Defesa Coletiva.
Em casos de problemas simples, como apenas a necessidade de atualização do antivírus ou de download de um complemento de segurança, a solução é imediata. Já em casos mais graves, como o uso de um computador para a disseminação de spams, o acesso à internet seria impedido.
Você pode acessar a página "Internet Health Model", com mais informações sobre as propostas, clicando aqui (em inglês).
E você, o que acha da proposta de Scott Charney e da Defesa Coletiva? Não deixe de responder à enquete.