A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ouviu o apelo do consumidor e deve interferir nos planos que cortam a internet móvel 3G e 4G em 100% após o acesso a determinado limite de dados.
Em uma audiência realizada na semana passada na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o vice-presidente da Anatel, Marcelo Bechara, disse que a resolução de regulamentação dos direitos do consumidor foi "mal interpretada" pelas empresas e que o corte é feito de forma equivocada.
Segundo ele, alguma alteração precisava ser feita, mas a ação foi da forma errada. Ele garante que em uma ou duas semanas o caso será esclarecido e que "alguma medida de consenso de mercado envolvendo os agentes e (...) os próprios parlamentares e o Procon" será tomada a partir de um debate.
Os políticos não curtiram
Se a Anatel quer conversar, os deputados estão menos felizes — afinal, eles mesmos devem ser prejudicados pelas operadoras. Para os parlamentares, a resolução que permite o corte deve ser anulada caso a solução não aconteça nas tais duas semanas prometidas.
"Eu disse e repito que essa resolução tem caráter alfaiate, exatamente para atender a necessidade das operadoras que perderam seus clientes do serviço de voz e estão ganhando cada vez mais clientes de dados e isso vai atender as necessidades financeiras das operadoras", criticou Marcos Rotta, deputado do PMDB do Amazonas.
O Procon também reforça as críticas, mas as operadoras presentes (Oi, TIM, Claro e Vivo) alegam que a alta demanda obriga o corte e que o aviso com antecedência sobre o bloqueio é suficiente.
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