Review: testamos o SSD Kingston HyperX 3K 90 GB

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(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

As unidades de estado sólido, ou simplesmente SSDs, estão se tornando cada vez mais populares. O preço desses dispositivos ainda é alto, mas aos poucos modelos maiores e mais poderosos vão chegando ao mercado, e, com isso, os modelos convencionais devem ter um preço cada vez mais acessível.

O produto que testamos hoje é o Kingston HyperX de 90 GB, um SSD de primeira linha, desenvolvido especialmente para gamers e entusiastas, já que apresenta um desempenho acima da média. Essa linha traz diversos modelos, com capacidades que variam de 90, 120 e 240 a 480 GB.

Pesquisar muito antes de escolher um SSD é importante para garantir um produto de qualidade que possa trazer um bom equilíbrio entre desempenho e confiabilidade. Procurar por modelos apenas pelo preço pode acabar comprometendo o investimento, já que muitos produtos vendidos como os “mais baratos” podem ter a vida útil comprometida.

A Kingston é referência em chips de memória, e seus SSDs não são diferentes. Nós realizamos alguns testes com o produto. Veja como ele se saiu.

Especificações

Embalagem

Embora alguns modelos do Hyper X tragam alguns acessórios a mais dentro da caixa (cabo SATA, chave Philips, softwares e adaptador), esse modelo é um pouco mais simples. Dentro da embalagem encontramos apenas o SSD, um adaptador para baia 3,5 e um guia de referência rápida.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Design

O HyperX 3K de 90 GB é relativamente leve, pesando apenas pouco mais de 90 gramas. Como o HyperX é uma linha mais “nobre” da Kingston, o acabamento externo também é melhor, trazendo o logo do dispositivo em relevo sobre uma chapa de aço escovado que fica na parte superior. Não que isso seja pertinente ao funcionamento do dispositivo, mas certamente é bem melhor que apenas uma etiqueta com o nome do produto.

As medidas do SSD são as mesmas de um HD de notebook tradicional, e a conexão entre ele e a máquina é feita através da porta SATA. Com perdão do trocadilho, a unidade de estado sólido da Kingston é extremamente “sólida”, e isso é um ponto positivo.

Confiabilidade

O 3K escrito na embalagem remete ao número total de ciclos programar/apagar da memória NAND encontrada no SSD. Sabemos que essas células têm uma vida útil, ou seja, aceitam um número limitado de ciclos de trabalho antes que percam completamente a capacidade de armazenar os dados e fiquem inutilizáveis.

Funciona assim: para que as células NAND possam ser reutilizadas através de um ciclo programar/apagar, é preciso que recebam uma pequena quantidade de energia elétrica. Com o tempo, e o número de ciclos, a quantidade de carga que a célula precisa receber para voltar ao estado original aumenta até o ponto em que o processo torna-se inviável. Com isso, o SSD perde a capacidade de gravação, tornando-se um equipamento apenas de leitura de dados.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Os SSDs possuem um recurso chamado “Amplificação de Gravação”, que não é tão nobre quanto o nome sugere. Essa amplificação é a diferença de dados enviados para a gravação e quantos são realmente gravados no disco. Por exemplo: uma amplificação de valor 2 indica que, para cada 128k enviados para a gravação no disco, 256k são gravados efetivamente. Como cada operação de gravação é uma operação destrutiva, mais gravações significam uma diminuição da vida útil do equipamento.

O número de amplificação de gravação não é fixo nos drives e pode mudar conforme o uso do SSD e com o tempo. E, é claro, conforme a qualidade dos componentes.

Os SSDs modernos possuem uma taxa de gerenciamento de dados extremamente confiável, e a média de vida dos principais modelos disponíveis no mercado é de 5 anos antes que ele comece a apresentar degradação na qualidade. Desse modo, um disco como o HyperX, da Kingston, que possui capacidade para 3 mil ciclos, pode ter uma vida média de aproximadamente 8 anos antes de apresentar um problema.

Para exemplificar, veja o quadro abaixo:

Nesse exemplo, pelo menos uma vez por dia um ciclo de programar/apagar é gasto devido ao uso do equipamento, que está com uma amplificação de gravação de 10x. Se ele é capaz de realizar 3.000 ciclos antes de apresentar problemas, basta imaginar que esse disco funcionará (nessas condições) por pelo menos 3.000 dias, ou 8,21 anos. Ou seja, não é preciso se preocupar com a durabilidade do equipamento.

É claro que esse exemplo não deve ser levado ao pé da letra, uma vez que inúmeros outros fatores podem contribuir para a vida útil de um SSD.

Controlador SandForce

Todos os SSDs possuem um controlador central responsável pelas operações de leitura e gravação de dados. É esse processador que indica em qual parte do disco os dados devem ser gravados, incluindo processos como a amplificação de gravação.

O HyperX leva um controlador SandForce de segunda geração, o modelo SF-2281. Uma das principais vantagens dele é a tecnologia DuraClass, que foi desenvolvida para aumentar a vida útil das células NAND, diminuindo o número necessário de ciclos de programação/apagamento na unidade. Entre os recursos do DuraClass estão as seguintes ferramentas:

  • DuraWrite: reduz o número de ciclos P/E (programar/apagar), consequentemente estendendo a resistência da memória flash em oito vezes ou mais quando comparado com os controladores de flash padrão;
  • SHIELD: sistema de correção de erros combina verificação de paridade de baixa densidade (LDPC), processamento de sinal digital (DSP) e uma taxa de código adaptativo para transformar memória flash mais barata em produtos de armazenamento de estado sólido mais robustos;
  • RAISE: tecnologia de proteção de dados e recuperação de falhas potencialmente catastróficas de memória flash;

Além disso, o DuraClass também possui um avançado sistema de monitoramento de nivelamento e desgaste para ampliar ainda mais a resistência da memória flash. Para completar, há também um sistema inteligente de “coleta de lixo” que minimiza o impacto sobre a resistência dos componentes, consequentemente, ampliando a vida útil das células.

Testes de desempenho

Nós realizamos diversos testes com o SSD, colocando-o para rodar aplicativos específicos e benchmarks próprios para a medição de desempenho. Para completar, o colocamos ao lado de outros modelos para que seja possível ter uma base de comparação.

Importante: Para fins de comparação utilizamos SSDs de tamanho diferentes durante os testes. Entretanto, é preciso levar em conta que a capacidade dos drives pode influenciar diretamente nos resultados. Isso porque SSDs maiores tendem a ter mais chips de memória em seu interior.

A diferença de resultado entre os testes também é relacionada ao tipo de data sendo transferida para a unidade: compressível ou incompressível. Algumas controladoras não compactam os dados antes da gravação, isso aumenta a velocidade, mas degrada mais rápido os chips de memória.

O HyperX utilizado nesta análise trabalha com uma controladora SandForce que comprime os dados antes da gravação para aumentar a durabilidade dos chips de memória.

Máquina de testes

  • CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.800 MHz;
  • Placa-mãe: EVGA X79 SLI;
  • Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2133;
  • Fonte: Corsair AX860i.

Cópia de arquivo

O teste de cópia de arquivos é o mais simples de todos. Criamos uma pasta dentro do drive e copiamos um arquivo de 3,55 GB para ela. Depois, copiamos esse mesmo arquivo para uma segunda pasta, na mesma unidade. Para coletar os dados utilizamos o aplicativo TeraCopy que apresenta um relatório detalhado no final do processo e não utiliza dados em cache, o que poderia comprometer o resultado final.

    ATTO Disk Benchmark

    O ATTO Disk Benchmark é um aplicativo simples que mede a transmissão de arquivos de vários tamanhos diferentes para medir o desempenho do disco. O programa utiliza dados compressíveis e sequenciais, o que garante a velocidade máxima teórica, inclusive com controladoras que utilizam a compressão de dados. É importante lembrar, contudo, que esses resultados não refletem exatamente o uso real do aparelho, já que nem sempre a máquina trabalha com dados sequenciais.

    CrystalDiskMark

    CrystalDiskMark é um software de testes que trabalha com diferentes modos de transmissão, incluindo a gravação e leitura de arquivos sequenciais e randômicos de tamanhos variados. O software trabalha com dados incompressíveis, o que pode resultar em uma queda no desempenho de drives com controladores SandForce. Esse tipo de teste reflete resultados mais próximos ao uso do drive no dia a dia.

    HD Tune

    O HD Tune mede a velocidade de leitura do drive de duas formas diferentes: primeiro, a velocidade máxima e mínima de transmissão, em seguida, a velocidade média de acesso aos arquivos. O software utiliza dados compressíveis durante o benchmark.

    Pelos resultados é possível perceber que o HyperX apresenta um ótimo desempenho em diversos testes, principalmente em benchmarks de leitura randômica, que é o que realmente conta no dia a dia. Apesar de a velocidade total para arquivos contínuos ser importante, é a leitura/escrita randômica que acaba determinando o desempenho médio do produto. Em nenhum casos o HyperX deixou a desejar.

      Vale a pena?

      Se você ainda utiliza um HD tradicional, passar para um SSD representa um salto incrível em termos de desempenho. O aumento de velocidade é substancial e praticamente incomparável. Realizar qualquer tarefa, desde as mais simples às mais complexas, acaba ficando muito melhor com uma unidade de estado sólido.

      Trabalhar com a linha HyperX da Kingston é outra vantagem. A linha de alto desempenho coloca o SDD no topo, apresentando velocidades de escrita e leitura que batem no limite teórico das portas SATA 3.0, que é de 600 MB/s.

      O equipamento também possui uma série de benefícios que devem ser considerados na hora da compra. A presença de um chip SandForce é importante para garantir a durabilidade do equipamento. Em questão de longevidade, inclusive, o SSD aguenta até 3 mil ciclos, o que deve ser mais que suficiente para que ele dure uns bons anos antes de apresentar problemas.

      (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

      A única questão realmente importante e que pode afetar a decisão de compra ainda é o preço. Os SSDs continuam custando muito mais que um HD tradicional, e esse modelo em especial pode ser encontrado no mercado nacional por cerca de R$ 500. Deste modo, é preciso pensar bem na hora da aquisição.

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