Análise Razer Megalodon

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Imagem de: Análise Razer Megalodon

A Razer sempre vendeu produtos muito cobiçados por gamers e entusiastas. O forte da marca são os periféricos e não é à toa que os produtos dela custam valores acima do comum. A linha de áudio da fabricante não fica atrás dos demais acessórios e os fones que a empresa já lançou chamaram muito a atenção de quem gosta de ter um PC bem equipado.

Para quem usa o computador como plataforma de jogos não há como deixar de, ao menos, cogitar um fone da Razer. Apesar de a empresa não lançar um produto top de linha há algum tempo, o fone Razer Megalodon, que analisamos hoje, vem garantindo ótimas análises entre os diversos periféricos de áudio do gênero.

Caso você seja um fã de produtos de alta qualidade ou se simplesmente seja um jogador que busca alta qualidade em áudio, não deixe de conferir esta análise. Já se você almeja um fone de alto valor e não sabe por qual marca optar, talvez uma leitura deste artigo possa definir se o Razer Megalodon oferece o que você deseja.

Aprovado

Design premium

Como de praxe, a experiência com um produto começa logo no visual da embalagem. Nesse quesito, não há como negar que a Razer capricha. De maneira semelhante aos produtos da Apple, encontramos na caixa do Megalodon um visual exuberante que faz com que qualquer um fique imaginando que surpresa o estojo guarda.

Ao abrir, nos deparamos com um fone de tamanho avantajado, o qual fica posicionado ao redor de uma caixinha bem peculiar. Retirando o produto da embalagem, podemos notar o cuidado que a Razer empregou na construção do dispositivo. Com um plástico reluzente e espumas bem macias, percebe-se que o Megalodon foi projetado para oferecer conforto.

As curvas do Megalodon são bem suaves e fazem com que o produto tenha uma aparência impressionante. Nas laterais, estão posicionados logotipos da Razer, os quais acendem quando o fone é conectado ao computador. A caixinha “misteriosa” também tem uma aparência que chama a atenção. Apesar de trazer linhas mais retas, esse acessório tem poucos botões, o que deixa o dispositivo mais elegante e facilita a utilização.

Conforto acima de tudo

O Megalodon vem com espumas tanto nas laterais quanto na parte superior. Nos locais em que estão posicionados os alto-falantes,(vírgula) as espumas evitam que o material de plástico faça contato direto com o rosto. Apesar de trazer mais conforto, essas espumas afastam mais os alto-falantes dos ouvidos, o que reduz um pouco a intensidade do áudio.

Já a espuma da parte superior é muito bem-vinda. Em nossos testes, pudemos jogar, assistir a filmes, escutar muitas músicas e utilizar o fone por várias horas sem sentir qualquer desconforto. Um aspecto interessante é que nem se nota o peso do fone, talvez pelo amortecimento das espumas, ou quem sabe simplesmente pelo material de fabricação.

Placa de som própria

A caixinha que acompanha o Megaladon é, na verdade, uma placa de som com outros itens de hardware internos. Esse acessório serve para duas coisas: amplificar o áudio enviado através da porta USB e fornecer regulagens fáceis. A “placa de som” embutida nesse dispositivo é muito útil, visto que o usuário não necessita de uma placa offboard no PC para obter alta qualidade de som e volume amplificado.

Por se tratar de um produto Razer, o mínimo que se espera é praticidade. E com essa caixinha não há como encontrar dificuldades na utilização. Com apenas cinco botões e um regulador de volume é possível optar pela reprodução em dois ou sete canais, alterar o nível dos graves e modificar a intensidade do volume dos canais.

7 canais? Sim, por favor!

O grande trunfo do Megalodon é a reprodução de conteúdos multimídia com até sete canais de áudio. Apesar de não termos dado ênfase a esse detalhe logo no início de nossa análise, tal característica é a mais utilizada para fazer propaganda do produto. Contar com um fone capaz de reproduzir múltiplos canais é fantástico, principalmente se estamos falando de jogos.

Nem todos os games atuais suportam esse recurso, entretanto, alguns que suportam podem ficar muito diferentes quando combinados com um fone Megalodon. Efetuamos testes com alguns jogos, inclusive com o recente DIRT 3. Para quem tem ouvidos exigentes, com certeza os sete canais fazem toda a diferença.

A qualidade do áudio não fica apenas condicionada ao fone, contudo, fizemos comparações entre o Megalodon e outros dispositivos com suporte para dois canais. Em alguns casos, a diferença é perceptível e, com certeza, compensadora. Claro, nossa análise dos sete canais não foi apenas em games, todavia, as demais considerações serão detalhadas posteriormente.

Regulagens ajudam muito

Como citamos, as regulagens do Megalodon são efetuadas no acessório que é responsável por amplificar o sinal de áudio. Para ouvir músicas talvez nem haja necessidade de efetuar alterações no volume ou nas configurações dos canais. Já para quem pretende desfrutar de sete canais com o máximo de qualidade, alguns ajustes podem ser úteis.

É possível alterar o nível dos graves, dos canais frontais, laterais, traseiros e central. Configurar todos os canais para reproduzir em volume máximo pode ser interessante para testes, no entanto, não tão eficaz para aproveitar os sons de um jogo. A regulagem dos graves é muito importante e é uma das características que faz do Megalodon um excelente produto.

Vale salientar, no entanto, que o produto atinge níveis de som acima do normal, por isso é muito importante tomar cuidado para não causar danos aos ouvidos. Com a regulagem dos volumes dos canais é possível ter uma experiência bem proveitosa durante os games, porém, muitas vezes é necessário configurar o fone para cada jogo, visto que nem todos trazem os mesmos sons e qualidade.

Microfone top de linha

Os jogos mais recentes trazem suporte para conversas com áudio em tempo real, o que justifica a presença de microfones em fones de gamers. O Megalodon não poderia deixar de trazer um dispositivo para captar o áudio com alta qualidade e, claro, ele com certeza faria bonito perante os concorrentes.

Em nossos testes, o Megalodon não deixou a desejar, principalmente por contar com configurações no acessório de regulagens para ajustar o volume e alterar o nível de sensibilidade do microfone. O dispositivo para receber áudio ainda tem regulagem de altura, sendo possível configurá-lo em qualquer posição, graças ao eixo que gira 270º.

Reprovado

Decepções com múltiplos canais

Desfrutar de jogos com sete canais de áudio é uma característica que faz valer a pena a compra do Megalodon, contudo, um teste com outras atividades mostra claramente que os múltiplos canais não impressionam tanto. Ao assistir a um filme, por exemplo, nota-se que ter sete canais bem próximos aos ouvidos não é uma experiência muito agradável.

Um teste que repetimos muitas vezes foi o de reprodução de músicas. Como o Megalodon possui configuração para trabalhar com dois e sete canais, tivemos de realizar a análise múltiplas vezes para chegar a conclusões concretas. Foram diferentes players, equalizações, músicas, fontes de áudio (arquivos MP3s, músicas hospedadas no YouTube e outras), regulagens do Megalodon e comparações com diferentes fones.

A reprodução no modo de dois canais foi perfeita. O Megalodon mostrou-se fiel aos sons, sendo possível identificar claramente os instrumentos e ouvir graves reforçados. Já com a configuração de sete canais o resultado foi bem desagradável. O fone tenta “inventar” sons que não existem para preencher o ambiente, porém isso não acontece da maneira correta. Talvez o mesmo efeito em um home theater ficaria agradável.

Também realizamos alguns testes com filmes e shows. Aqui a execução em sete canais funciona bem. Ainda que a maioria dos conteúdos esteja disponível apenas em 5.1, a emulação de dois canais a mais não deixa a desejar. Apesar de não ficar ruim, a reprodução com sete canais para vídeos não é satisfatória.

O problema aqui é a proximidade dos alto-falantes. Assistir a um show que tenha o áudio de 5.1 canais em um home theater comum é muito legal, pois a distância das caixas acústicas até os ouvidos faz com que o efeito funcione. Já com o Megalodon isso não acontece. Ainda que o acessório tente diminuir o volume dos canais e criar atrasos para simular os efeitos, o resultado não fica muito interessante.

Volume máximo? Nem pensar!

Para constatar a qualidade do Megalodon tivemos de realizar alguns testes finais. Obviamente, não podíamos dizer o quão bom o produto é sem analisar a reprodução com o volume na intensidade máxima. Ao ajustar todas as regulagens, é possível desfrutar do fone como se ele fosse um par de caixas acústicas.

O volume impressionou, mas tivemos de testar a qualidade. Em diversas situações, o Megalodon distorceu os sons, tanto os graves quanto os agudos. Efetuamos análises nas configurações de dois e sete canais. Em ambas notamos claramente que o dispositivo não suportou reproduzir as músicas sem distorções.

Sabemos que dificilmente alguém vai desfrutar do volume máximo desse fone, até porque é bem provável que o uso em excesso nessa configuração gere problemas de audição. No entanto, ficamos decepcionados, afinal, estamos falando de Razer e não faz sentido algum venderem um produto que tenha um volume máximo que não pode ser utilizado.

Exclusividade para USB e problemas com o Linux

Tantas características positivas que podem ser arruinadas por um único detalhe: a conexão do fone. Pode ser que para alguns não seja um incômodo usar uma porta USB para conectar o fone, entretanto, pensando pelo lado da conectividade com outros dispositivos, enxergamos um problema.

Imagine que legal: você tem um fone capaz de reproduzir até 7.1 canais de áudio, mas só pode usar em computadores. Toda a potência de um produto de qualidade limitada apenas para uso em jogos e atividades realizadas no PC. Analisando que esse fone foi criado para jogadores, até poderíamos relevar o quesito, porém chega a ser um absurdo, se considerarmos que não é possível conectá-lo à TV, ao MP3 Player e a outros produtos.

Claro, existem home theaters, televisores e outros aparelhos com porta USB. Contudo, nenhum é capaz de utilizar o Megalodon. Por quê? Simplesmente porque a Razer criou um fone exclusivo para uso em computadores, visto que é necessário um driver básico para que ele funcione.

Quanto ao sistema operacional, efetuamos quatro testes. No Windows 7 e Vista, o Megalodon foi detectado automaticamente e funcionou sem quaisquer problemas. Testamos também em um Mac OS e não houve quaisquer dificuldades de utilizar o fone. Já com o Linux tivemos um pequeno problema: o sistema só detectou o microfone.

Tal fator não significa que os sistemas Linux não conseguem usar o fone, mas que há um problema impedindo a reprodução de som nos canais. Para solucionar o problema basta reiniciar o serviço de áudio do sistema com o comando "sudo alsa force-reload" (testamos essa solução no Ubuntu 11.04 e obtivemos sucesso). Em teoria, uma reinicialização do computador também deve bastar.

Nada portátil

Uma coisa é certa: o Megalodon foi feito para ser utilizado em casa. Não que ele não possa ser transportado, até porque ele tem um estojo elegante, todavia, o excesso de cabos e a caixinha que acompanha o fone retiram o acessório da classe portátil.

Tudo bem que não há muito sentido em carregar um fone como o Megalodon para todo lado, mas usuários que porventura utilizem o produto em um notebook gamer podem encontrar dificuldades para transportá-lo. Não é como um fone qualquer que você pendura no pescoço ou coloca no bolso.

Faltou um software para facilitar

A caixinha de regulagem que acompanha o Megalodon é muito útil e, certamente, torna a equalização fácil para quem não quer ficar perdendo muito tempo. Todavia, o problema com esse fone é que não há outra configuração além da fornecida pelo acessório que realiza a amplificação do áudio.

Ao utilizar aplicativos de música ou que tragam um equalizador, ainda existe a possibilidade de tornar a experiência sonora mais rica. Já para quem pretende detonar nos games, a falta de um programa próprio da Razer para essa configuração pode fazer falta.

Boa parte das placas de som onboard já traz software desse tipo, entretanto, efetuar alterações na equalização em um programa desse tipo não altera o som reproduzido no fone, visto que o áudio reproduzido no Megalodon não é enviado pela placa de som, mas sim pela porta USB.

É para quem pode, não para quem quer!

Estava pensando em comprar o Razer Megalodon? Então pense duas vezes. Fones de alta qualidade para jogos nunca foram baratos, mas o preço desse produto pode ir além do que muitos pensam em pagar. Esse fone já foi lançado há alguns anos, porém seu preço continua estagnado em 150 dólares – isso se você for adquirir pela loja oficial.

Quem mora no Brasil nem sempre cogita a compra de produtos em sites internacionais. E, no caso, se a ideia for adquirir um Megalodon, a aquisição em uma loja nacional pode custar mais que um salário mínimo. O site Submarino.com.br, por exemplo, oferta esse fone por 679 reais. Pode não parecer muito para os entusiastas, mas com esse valor é possível adquirir um home theater de cinco canais.

Vale a pena?

Seus jogos têm suporte para 7.1 canais? Você tem mais que 600 reais sobrando? Pretende comprar um fone para usar apenas no Windows? Caso você responda “não” para uma das perguntas acima, então, certamente, o Megalodon não é um fone que valha a pena.

Não menosprezando o produto, até porque ele é um acessório de alta qualidade, porém, na hora de comprar, é preciso analisar cada aspecto com cuidado. E quando se trata de um dispositivo de alto valor, qualquer decisão antecipada pode acabar em arrependimento.

Caso você queira desfrutar dos jogos e filmes com múltiplos canais, recomendamos a aquisição de um home theater. No entanto, se você insiste que prefere um fone, talvez um modelo de dois canais possa resolver sua situação e aí as opções são muitas. Quem busca qualidade máxima não deve adquirir o Megalodon, mas sim um fone profissional, da Pioneer ou da Sennheiser.

Enfim, a Razer provou novamente que não foca em produtos de baixa qualidade. Todavia, fica claro que o design e os recursos inovadores da fabricante custam valores que nem todos estão dispostos a pagar. Ficamos impressionados com o Megalodon, mas não o classificamos como um acessório indispensável para games.

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