As últimas semanas foram bastante agitadas para as empresas Apple, Microsoft e Google. Personagens principais de diversas discussões que surgiram na internet, as três gigantes foram acusadas de coletar e armazenar dados de localização dos usuários que fazem uso do iOS, Microsoft Phone 7 e Android.
Toda essa polêmica teve início depois que pesquisadores afirmaram que a Apple estaria coletando informações das coordenadas de seus usuários e armazenando tais dados em servidores próprios. Depois disso, foi a vez da Google ser acusada e, em seguida, a Microsoft.
Afinal de contas, o que está realmente acontecendo? Entenda melhor toda a polêmica gerada, quais dados estão sendo armazenados pelas empresas e como isso pode afetar sua segurança (positiva ou negativamente).
Como tudo começou
No início do mês, surgiram boatos de que a Apple estaria rastreando seus usuários por meio do aplicativo FaceTime. De acordo com os relatos recebidos no fórum de discussões da Apple, o iPhone 4 poderia estar capturando imagens sem o consentimento das pessoas. Algumas semanas depois, a empresa de Steve Jobs volta a ser o centro das atenções.
Dois pesquisadores do Reino Unido descobriram uma brecha no iOS 4 que permite o acesso a dados de localização dos usuários. Segundo a pesquisa, a falha torna possível que qualquer pessoa, por meio do Windows, tenha acesso ao histórico de latitude e longitude dos locais onde o sistema captou posições geográficas. Os registros podem ser vistos em ordem cronológica.
(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)
Após esses episódios, outros dois sistemas operacionais para dispositivos móveis tornaram-se alvos de pesquisas e acusações. Segundo o jornal nova-iorquino The Wall Street Journal, smartphones Android também estariam armazenando dados sobre a localização dos usuários e fornecendo tais informações às operadoras de telefonia.
Essa denúncia foi baseada nos testes realizados por Samy Kankar (responsável pelo Worm no MySpace em 2005). Segundo ele, os aparelhos com o sistema operacional Android captam e transmitem os dados de localização várias vezes em períodos curtos de tempo.
Por fim, chegou a vez da Microsoft e seu Windows Phone 7 serem alvos das acusações. Porém, a empresa de Bill Gates tratou logo de se justificar e de explicar em maiores detalhes a sua política de armazenamento de dados do usuário. Google e Apple também se pronunciaram.
Quais dados são armazenados?
Segundo os testes feitos por Samy Kankar, os dados transmitidos pelos aparelhos consistem na identidade das redes e pontos de acesso próximos à localização dos usuários e também a intensidade do sinal captado pelo celular. Dessa maneira, é possível fazer a triangulação e encontrar o ponto geográfico exato.
Segundo a Microsoft, ela possui uma base de dados própria com a localização geográfica e identidade de milhares de torres de celular e pontos Wi-Fi. Os dados para montar essa base foram coletados por funcionários da própria empresa, que ativavam a internet sem fio de seus aparelhos e saiam pela cidade a fim de encontrar os pontos e torres.
As justificativas
Entre as corporações envolvidas na polêmica, a Microsoft foi a primeira a se pronunciar. Segundo nota divulgada, a coleta de informações só é feita com a devida autorização do usuário, e esses dados são armazenados em uma base própria da empresa, à qual ninguém mais tem acesso.
A empresa diz manter uma base com o mapa de torres de celular e pontos de acesso à internet sem fio. Dessa forma, quando você autoriza que aplicativos utilizem os dados de sua localidade, a empresa compara suas coordenadas com a base de dados de localização e, com isso, consegue fazer a triangulação. Ainda segundo a Microsoft, os dados são enviados em modo anônimo, ou seja, não há como saber qual usuário encontra-se em determinada coordenada.
A Google, por sua vez, disse que os usuários do Android podem optar se desejam ou não compartilhar suas coordenadas. Dessa forma, quem permite a coleta dos dados está ciente que as empresas irão armazenar suas informações. Além disso, os dados armazenados pela gigante da internet também são anônimos.
Em comunicado oficial, a Apple afirmou que a empresa não rastreia a localização geográfica dos usuários por meio do iPhone. Segundo o relato, o que está acontecendo é que o sistema iOS possui um bug, o qual será corrigido em breve com o lançamento de uma atualização para o iOS.
As informações a respeito da localização dos usuários são mantidas apenas nos aparelhos e não são enviadas a nenhuma base de dados. Os dados armazenados tornam a ativação do GPS muito mais rápida do que nos demais aparelhos, uma vez que as coordenadas estão previamente configuradas.
Como sua segurança é afetada
Todas as polêmicas e boatos que surgiram em volta do armazenamento de localização assustaram muitos usuários. Segundo o relato postado por uma usuária no fórum de discussões da Apple, “[...] não é terrivelmente inconveniente, mas é definitivamente inquietante”.
A ideia de que empresas podem estar coletando dados do seu aparelho celular sem o devido consentimento é, realmente, alarmente. Não são poucas as pessoas que utilizam o celular para acessar emails, fazer compras online e até efetuar transações bancárias.
Se os dados de localização podem estar sendo enviados para as empresas responsáveis pelos sistemas operacionais citados ao longo do texto, o que impede que outras informações também sejam coletadas e transmitidas?
Por outro lado, os dados e as coordenadas dos aparelhos podem ser muito úteis em algumas situações. No Find My iPhone (do MobileMe), por exemplo, o usuário tem à disposição uma imagem de satélite com a localização do aparelho, muito útil em caso de perda ou roubo do dispositivo.
Prevenção
Existem alguns aplicativos que permitem ao usuário limpar o histórico e o cache de aplicações que fazem uso de sistemas de localização. Um bom exemplo é o Location Cache, para Android. Com ele, você pode acessar o log de localização presente no aparelho, bloquear o acesso de apps à sua localização geográfica e bloquear o armazenamento de dados do gênero em seu aparelho.
Em suas configurações de segurança, o iPhone possui opções que bloqueiam o acesso de aplicativos a dados de localização. Além disso, a maioria das aplicações que fazem uso de coordenadas solicitam a autorização do usuário antes de empregar tais dados. O mesmo acontece no Android.
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Se todos os boatos e polêmicas são verdade ou não, é certo que agora os usuários estão de olhos bem abertos. Agora é com você, usuário. Não deixe de enviar sua opinião a respeito do assunto.
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