Fonte: Motorola
Pode não parecer, mas por trás de um simples toque seu numa tela touchscreen existe um conceito complexo, destinado a tornar a sua experiência de usuário com o aparelho a mais natural possível. Para que você possa entender o que são haptics, é preciso olhar para o aparelho durante um toque na tela.
Vamos tomar como exemplo o iPhone. Ao habilitar o teclado virtual, repare que ao tocar sobre uma letra ela é ampliada e, ao mesmo tempo, um sinal sonoro suave indica que, de fato, o comando solicitado foi validado. No dia a dia, esse processo é tão instintivo que você praticamente não percebe a ocorrência.
Respostas como essas, tanto visuais quanto sonoras, formam o que é conhecido pelo conceito de haptics, palavra grega sem tradução literal para a língua portuguesa. Em linhas gerais, o termo se refere à sensação de toque, a resposta que o usuário tem ao tocar uma superfície interativa.
Quanto mais instintiva for essa resposta, melhor é a aplicação do conceito. Por exemplo, imagine que se cada vez que você pressionasse uma tecla seu celular emitisse um sinal forte e alto de alerta. Essa resposta, provavelmente, logo deixaria você incomodado. Por outro lado, quando não há resposta alguma, você pode ficar em dúvida se a letra tocada “entrou” ou não.
Por que o conceito de haptics é importante?
Encontrar um equilíbrio entre os dois opostos e proporcionar ao usuário a experiência mais intuitiva possível é o objeto de estudos dos desenvolvedores. Quanto melhor for o haptic, provavelmente melhor será a experiência do usuário e a sua familiarização com a plataforma em questão.
A resposta a uma ação pode ser percebida também na vibração de um celular ou ainda na interação com elementos sensíveis a gestos. No caso do Kinect, por exemplo, ao fazer um gesto para pressionar um botão, é preciso aguardar um determinado tempo para que o comando seja validado. Na tela, uma animação de carregamento indica que o seu comando está em resposta.
Com o aumento do uso de interfaces touchscreen, e até mesmo daquelas que dispensam o toque, cresce também o interesse da indústria em tornar essas respostas cada vez mais perceptíveis para o usuário. Durante o Mobile World Congress 2011, realizado no mês passado, a Immersion apresentou a plataforma MOTIV.
O aplicativo é voltado para desenvolvedores de softwares para celular e é o primeiro do gênero, segundo o fabricante, voltado para o estudo e desenvolvimento de novas utilizações de haptics, permitindo aos programadores inovar no quesito interatividade.
Entretanto, a MOTIV é voltada unicamente para Android. No caso da Apple, as opções de haptics integram o kit de desenvolvimento do iOS, e seguem as normas estabelecidas pela empresa. Esta será a primeira vez que os desenvolvedores terão acesso a oportunidades de testar novas possibilidades para as respostas de interação.
O que esperar do futuro?
Ao que tudo indica, cada vez mais os usuários terão acesso a elementos interativos que não requerem um dispositivo próprio para isso, como mouse e teclado, por exemplo. Se numa ferramenta física o usuário tem a exata noção de quando clicou ou não em um botão, o mesmo não acontece no reconhecimento gestual ou no toque sobre uma tela.
Assim, os haptics são um campo vasto para desenvolvimento. Praticamente tudo o que os usuários conhecem na atualidade, com relação a telas sensíveis ao toque, foi desenvolvido nos últimos cinco anos. Muitos dos conceitos aplicados são baseados na observação das respostas dos consumidores a eles.
Num mercado competitivo como o de smartphones, não há muito espaço para experimentações e, dessa forma, a maioria das empresas prefere não arriscar, aprimorando aos poucos aquilo que já têm certeza que vai funcionar.
Com a abertura da plataforma para outros desenvolvedores, quem sabe nos próximos anos não veremos experiências interativas diferenciadas e ainda melhores daquilo que estamos habituados a utilizar.
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