TV digital interativa: ela é tudo aquilo que foi prometido?

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Segundo o Fórum do Sistema Brasileiro de TV digital Terrestre, TV Digital deveria proporcionar de forma gratuita “melhor qualidade de imagens e sons e uma série de novos benefícios, tais como ver televisão quando em deslocamento e interagir com os programas”.

A ideia de televisão aberta com excelente qualidade de áudio e vídeo é excelente, mas, na prática, nem tudo vai como deveria. Ainda de acordo com o Fórum, a TV digital inauguraria uma nova forma de ver televisão, dando ao telespectador a possibilidade de interagir com a programação a que assiste e até ver mais de um programa em um mesmo canal.

Contudo, três anos depois do início da TV digital no Brasil o cenário que se vê é de uma tecnologia que apenas engatinha em terras tupiniquins.

Para interagir tem que ter Ginga

A interatividade, sinônimo da TV digital, começou a chegar ao Brasil há pouco tempo e somente algumas emissoras estão equipadas com a tecnologia Ginga, um middleware que serve como suporte à interação do usuário com a programação do canal.

Exemplo de tela Ginga. Fonte da imagem: DTV

Fonte da imagem: DTV

É por meio dele que serão desenvolvidos aplicativos que permitem, por exemplo, acesso à internet, operações bancárias e a tão sonhada interação. Esta tecnologia está em desenvolvimento há vários anos no Brasil por meio de uma parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Você pode saber mais sobre a Ginga no site oficial.

Áudio multicanal

Além da melhora da imagem, o que já é possível de se ver em residências com conversores ou televisores prontos para receberem o sinal digital, o novo sistema de TV deveria trazer também o aclamado áudio 5.1.

Com este tipo de áudio você tem diversas faixas independentes de som, o que dá uma sensação ainda mais interessante para quem assiste. Você pode obter algo semelhante ao ver um DVD ou Blu-ray em um aparelho de home theater. Assim, simula-se um ambiente de cinema na sala onde é realizada a exibição.

Enfim, é tudo muito interessante, mas salvo testes realizados em algumas exibições de jogos de futebol transmitidos pela Rede Globo (que possui até um site especial falando sobre sua cobertura de TV digital), um sistema de áudio multicanal na TV aberta brasileira simplesmente não existe.

Exemplo de áudio 5.1. Fonte da imagem: Jynus

Exemplo de áudio 5.1. Fonte da imagem: Jynus

Vale lembrar que para usar um sistema de áudio 5.1 você precisa, invariavelmente, de cinco caixas de sons.

Multiprogramação

Outra das grandes atrações da TV digital é a multiprogramação, que permitiria aos telespectadores assistir a um evento alternando entre ângulos captados pelas diversas câmeras de uma emissora de televisão.

Além disso, com este novo sistema seria possível ver dois programas diferentes de um mesmo canal sem grandes problemas. Mas por enquanto, isto ainda não está em funcionamento no Brasil. É bem escasso o número de emissoras que já trabalham com este recurso e uma delas é a estatal TV Senado.

Nem tudo está perdido

É claro que, apesar de lento, o processo de implementação da TV digital no Brasil existe. Já é possível assistir a vários conteúdos em alta definição no formato 16:9 e até mesmo captar o sinal digital em dispositivos portáteis (como smartphones) e computadores equipados com um receptor de bolso.

Um decreto presidencial estipula o ano de 2013 como marco para que a cobertura de TV digital se torne obrigatória. Três anos depois, em 2016, será extinto o sistema analógico de TV analógico no Brasil. Até lá, o sinal digital deve estar funcionando a plenos pulmões por aqui.

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