Telas mais finas e com qualidade surpreendente, quem não quer? Pois é exatamente isso que as novas telas OLED estão oferecendo para as fabricantes que aderem a elas. Criadas com LED (diodo emissor de luz) orgânico (por isso OLED), elas prometem revolucionar não apenas as telas de televisores, mas todo o mercado de eletrônicos.
Versátil como poucos, este material já vem sendo empregado em aparelhos de televisão, leitores digitais e consoles portáteis, sendo que nos próximos anos, outros tipos de dispositivos também devem passar a empregar o OLED. Pois além das vantagens na qualidade de imagem, a espessura das telas é um grande apelo comercial.
Por que orgânico?
Talvez o conceito de “orgânico” seja um pouco confuso. Tente lembrar-se de suas aulas de química do Ensino Médio: “em linhas gerais orgânico é tudo aquilo que possui carbono em sua composição”. Pois é exatamente isto que é o OLED: LEDs compostos por camadas de compostos carbônicos. E por que usá-los? Porque eles emitem luz própria.
Fonte da imagem: divulgação/LG
Quando estimulado eletricamente, os diodos emitem luz em milhões de cores e com potência suficiente para dispensar a utilização de backlights. Essa ausência é o que permite que a espessura das telas OLED seja tão reduzida. Em suma, sem luz de fundo, camadas do aparelho são deixadas de lado.
Quem está financiando?
Hoje há várias empresas que utilizam o OLED em seus aparelhos, mas até alguns anos atrás a história era bastante diferente. Em 2004, as duas empresas que mais investiam nesta tecnologia eram Samsung e Sony, tanto que elas foram as primeiras a lançarem protótipos de televisores OLED, como a Sony XEL-1.
Tudo começou a mudar quando a tecnologia foi conhecida pelos portáteis. Há uma enorme quantidade de celulares e MP4 players que utilizam OLEDs em suas telas. Em 3 ou 4 polegadas, o consumo de energia torna-se baixíssimo e garante maior durabilidade para as baterias, o que agrada bastante aos consumidores. Talvez você não esteja lembrado de muitos aparelhos OLED, mas isso é porque ele aparece com seus dois “sobrenomes” nas especificações.
AMOLED e PMOLED: diferenças de matriz
A matriz que é tão comentada pela imprensa especializada em tecnologia, não é nada mais do que uma película TFT (Thin-Film Transistor). Duas camadas deste material compõem a matriz, que será considerada ativa ou passiva, de acordo com a técnica de ativação dos pixels.
AMOLED: matriz ativa
Nas telas de matriz ativa OLED, cada pixel é ativado individual e diretamente. Ou seja, as informações são transmitidas de forma dinâmica na tela, pois os circuitos eletrônicos são ativados sem interferência de outros componentes. Em resumo: os circuitos ativam os LEDs eletricamente para que emitam luz diretamente nos pixels necessários.
PMOLED: matriz passiva
Enquanto telas AMOLED ativam pixels diretamente, os circuitos eletrônicos das telas de matriz passiva realizam um processo diferente. Os pixels não são ativados diretamente, mas sim por intersecções entre comandos emitidos por linhas e colunas de energia. No encontro dos sinais, os pixels emitem luz e constroem as imagens na tela.
Qual é melhor?
Em dispositivos pequenos não há grandes diferenças na qualidade de imagens e tempo de resposta das tecnologias, mas quanto maior a tela, mais é possível perceber a superioridade das telas de matriz ativa. AMOLED consome menos energia, pois demanda menos processos na construção de cada imagem.
Fonte da imagem: divulgação/Samsung
Além disso, a qualidade de imagens obtida é superior. Por criar a iluminação de cada pixel individualmente, o tempo de resposta é mais reduzido do que o oferecido pelo sistema de matriz passiva. Por outro lado, o custo de produção dos AMOLEDs é maior, o que gera maiores gastos para os consumidores.
OLED: as grandes vantagens
Novas tecnologias geralmente encontram barreiras por parte dos consumidores, porque estando acostumados com determinado tipo de material, fica difícil aceitar mudanças drásticas, ainda mais quando não se conhecem as vantagens e desvantagens deste ou daquele produto.
Uma tela ou uma folha?
É natural que o OLED enfrente este mesmo tipo de dificuldade, mas muitos já estão conhecendo as vantagens trazidas pelos diodos orgânicos emissores de luz. A principal delas, como já dissemos, é também o maior apelo comercial que uma tela poderia ter: muitas polegadas de imagem com poucos centímetros de espessura.
Fonte da imagem: divulgação/LG
Por não requerer mecanismos de luzes de fundo, o OLED pode ser muito mais fino do que qualquer outra tecnologia já criada. Dessa forma, painéis de iluminação são deixados de lado e o resultado é verificado em telas mais finas com consumo de energia reduzido.
Preto total: contraste de verdade
Ao contrário do que ocorre com televisores de LCD, as telas de OLED trabalham com pixels individuais, o que garante muito mais qualidade no contraste. Por quê? É simples: enquanto telas comuns precisam do backlight para que as imagens possam ser vistas, aparelhos OLED não demandam do mesmo.
Isso significa que em TVs de LCD, há sempre luminosidade sendo emitida em toda a tela. Por isso o que é preto, na verdade está mostrado em tons muito escuros de cinza. Já com aparelhos OLED, os pixels se apagam totalmente e por não existir luz de fundo, o que é preto fica realmente preto.
Ângulos de visão
Um dos problemas da nova geração de televisores (LCD, Plasma e similares) é o reduzido ângulo de visão oferecido. Em muitos aparelhos é realmente complicado enxergar se o espectador não está localizado à frente da fonte. Melhorando a cada dia, esta dificuldade parece estar quase esgotada com a chegada dos OLEDs.
Fonte da imagem: Oled-Display
Calcula-se que a percepção seja satisfatória numa angulação de 170 graus, o que representa avanços significativos. Dessa forma, até mesmo quem está quase paralelo ao televisor, por exemplo, pode visualizar as imagens geradas sem problemas.
Flexibilidade garantida
Já imaginou como seria maravilhoso se uma tela pudesse ser torcida e não quebrasse? O OLED já permite isso, porque pode ser composto com lâminas plásticas ou metálicas que garantem a flexibilidade dos materiais. Este tipo de material já pode ser visto em alguns protótipos de telas para leitores digitais, como é o caso da utilizada pelo Skiff Reader, da Hearst Corp.
Há quem diga que no futuro será possível comprar roupas inteligentes, ou seja, roupas que mudam suas estampas de acordo com a vontade do usuário. Isso porque são telas OLED flexíveis costuradas em tecido. Não se sabe ao certo se isso possuiria aplicação comercial, mas a flexibilidade para e-reader é uma vantagem que chama bastante atenção.
Fonte da imagem: divulgação/Philips
Desvantagens: o outro lado da balança
Não se pode dizer que o OLED é perfeito, até porque ainda é uma tecnologia em desenvolvimento e tem muito em que melhorar. Confira quais são os pontos mais criticados em relação ao OLED e saiba em que precisa ficar atento quando os próximos aparelhos com a tecnologia chegarem ao mercado.
Cores: cadê meu azul?
Apesar de as cores do OLED oferecem maior profundidade do que outras telas, os aparelhos OLED apresentam uma falha ainda sem explicações concretas. Os diodos azuis perdem a eficiência muito rapidamente, o que gera problemas após algum tempo de utilização.
Com tempo de uso relativamente curto, é possível notar reduções significativas no balanço de cores. Mas é preciso dizer que os departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento das fabricantes lutam diariamente contra isso e já fazem progressos animadores, o que dá dicas de que em um futuro próximo a história será bem diferente.
Economia de energia? Nem sempre!
Mesmo que, em geral, o OLED seja mais econômico do que outros materiais, há momentos em que a história é invertida e ele se mostra pouco eficiente. Quando há predominância da cor branca na tela, todos os diodos são ativados com potência total, o que gera um consumo de energia até 300% maior do que o normal.
Isolamento insatisfatório
É verdade que ninguém vai jogar um copo d’água sobre os televisores para saber se eles são resistentes ou não, mas telas OLED sofrem muito com a umidade. O isolamento utilizado ainda não é adequado para garantir o tempo de vida útil esperado pelos consumidores, o que significa dores de cabeça constantes para quem vive em cidades úmidas.
Visibilidade externa reduzida
Os principais leitores digitais do mercado utilizam a tecnologia e-ink para gerar os conteúdos na tela. Simulando papel e tinta de verdade, com perfeição, esse material é muito confortável aos olhos e quase não reflete a luz externa, já que utiliza essa mesma luz para permitir que os usuários leiam seus textos (e-ink não emite luz).
Fonte da imagem: Inhabitat Design
Telas OLED em e-readers podem ser um problema para quem gosta de ler em ambientes muito iluminados. Os cátodos metálicos das telas podem refletir até 80% da luz que chega a eles, o que pode atrapalhar, e muito, a leitura. Notebooks também devem sofrer com o mesmo problema, assim como os televisores que trazem de volta o “efeito janela” dos aparelhos CRT.
Tempo de vida reduzido
Somando alguns dos problemas já citados, chegamos a um ponto que assombra todos os consumidores de tecnologia: tempo de vida útil. Com falhas no isolamento contra água e problemas graves na resistência nos pixels azuis dos diodos emissores, calcula-se que aparelhos com telas OLED não cheguem a 14 mil horas. Pouco em comparação com outros dispositivos.
Já no mercado
OLED ganhou popularidade no mercado por causa de players multimídia e celulares. Mas agora já começa a ser visto em outros tipos de aparelhos, como televisores, smartphones, PDAs, computadores militares, GPSs e câmeras digitais, sendo que o que mais chamou atenção até agora foram os leitores digitais flexíveis.
Fonte da imagem: divulgação/Sony
Outro produto anunciado recentemente com a tecnologia é o NGP (Next Generation Portable), da Sony (o PSP2). Este video game portátil trará a tela OLED sensível ao toque para reproduzir os jogos e seus gráficos surpreendentes. Prova de que o material continua recebendo investimentos e está melhorando a cada dia.
Quanto aos televisores OLED, a grande maioria dos que já foram apresentados é composta por aparelhos 3D sem óculos. Isso se deve às altas frequências possibilitadas pelo material, o que permite a transmissão de várias imagens em velocidades não percebidas pelo olho humano. Novamente a Sony aparece para marcar território com a XEL-1 (remodelada).
Qual o futuro para a tecnologia?
Assim como acontece com grande parte dos materiais lançados no mercado, as telas OLED devem passar a ter seus custos reduzidos ao mesmo tempo em que o consumo for crescendo. Mais produção significa mais abundância de matéria prima, que significa menos custos de produção da matéria-prima e também da fabricação. Isso pode levar alguns anos, mas deve tornar o OLED mais acessível.
Fonte da imagem: Samsung
Outro ponto que deve ser levado em consideração pelos fabricantes é o tempo de vida útil. Pesquisas vêm sendo feitas para garantir que os produtos não sejam descartáveis e os progressos são animadores. Diodos de emissão da cor azul já não estão com a mesma durabilidade baixa e, mesmo ainda não estando como se esperava, mostram que o progresso está ocorrendo.
Em suma, o futuro do OLED é promissor. Sabe-se que novas tecnologias surgem com rapidez, mas é bastante possível que esta evolua o bastante para permanecer no mercado. Agora o que nos resta é esperar por novos produtos que contem com os diodos orgânicos na composição das telas
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O que você pensa a respeito deste tema? Será que as tecnologias de OLED, AMOLED e PMOLED conseguirão conquistar espaço em mercados de telas grandes, como televisores e notebooks? Ou estaria destinada apenas aos portáteis? Deixe um comentário para nos contar sua opinião.