Os projetores se fazem presentes em nosso dia a dia – principalmente em momentos de lazer. Entretanto, poucas pessoas percebem a atuação desta tecnologia. Ao assistir seus programas prediletos em televisões de alta resolução, curtir as estreias mais alucinantes no cinema ou projetar a apresentação do seu trabalho na reunião de negócios, você está usufruindo deste tipo de equipamento.
Mas você sabe como a tecnologia de projeção de luz, denominada Digital Light Processing, funciona? Quais são as vantagens desta invenção? Em que aparelhos podemos encontrá-la? Prepare-se para ampliar seus conhecimentos sobre a reprodução de imagens em alta resolução. Apague a luz e conheça o DLP.
Digital Ligh... o quê?
DLP é a sigla para Digital Light Processing – Processamento Digital de Luz, em português. A tecnologia tem sua origem em 1977, ano em que o cientista Dr. Larry Hornbeck (colaborador da Texas Instruments) começou a explorar os princípios de reflexão para manipular a luz.
Dez anos mais tarde, o pesquisador desenvolveu o Digital Micromirror Device (DMD), um semicondutor ótico capaz de direcionar fótons com precisão, até aquele momento, jamais atingida. A invenção do Dr. Hornbeck levou cinco anos para se transformar em um projeto que testou sua viabilidade comercial. Eis que surge o precursor do DLP.
Somente em 1993 a empresa batizou a tecnologia com o nome que conhecemos hoje e montou um departamento especialmente para explorar as potencialidades da descoberta. Um ano depois, a Texas disponibilizava seu primeiro protótipo comercial de projetor dotado do DLP.
O ano de 1998 é marcado pelo reconhecimento oficial do Digital Light Processing pela sociedade científica. O inventor da tecnologia recebeu o prêmio Emmy Award for Outstanding Achievement in Engineering Development (título renomado na área de engenharia) pela Academy of Artsand Sciences (Academia de Artes e Ciências).
Deste marco histórico em diante, a empresa estabeleceu várias parcerias importantes. As maiores empresas de tecnologia já possuíram ou possuem produtos com o DLP, como HP, Dell, Samsung, Sharp, DreamVision, LG, Toshiba e Mitsubishi. Agora que já conhecemos um breve histórico da tecnologia, estamos prontos para descobrir como ela funciona.
Desvendando a projeção da luz
O chip utilizado no sistema de projeção DLP é o responsável pelo alto nível de qualidade na projeção de imagens e vídeos. Em se tratando de adaptação da luz em imagem, segundo o site da Texas Instruments, o semicondutor criado pelo Dr. Larry Hornbeck é um dos componentes mais avançados com esta finalidade. Chegou a hora de descobrirmos como o DMD, combinado com sinais gráficos, uma fonte de luz e uma lente de projeção consegue reproduzir o vídeo do seu computador na parede, por exemplo.
Faça-se a luz
A essência do Digital Light Processing, como seu nome revela, está no processamento da luz. Portanto, e não poderia ser diferente, a projeção tem seu processo iniciado com a fonte de luz. Em equipamentos mais simples, a lâmpada utilizada emite luminosidade parecida com a que usamos no dia a dia.
Filtro que mais parece um arco-íris
Após ser condensada por uma lente específica, a luz atravessa um filtro de cores que possui, no mínimo, as cores vermelha, azul e verde. Isso permite que o sistema produza 16,7 milhões de pigmentos diferentes. Nos casos de gadgets mais robustos, utilizando-se a tecnologia BrilliantColor, são acrescidas as cores amarela, ciano e magenta.
Depois de passar por este filtro, a luz segue para uma lente de modelagem, onde será adaptada para interagir com o chip.
Espelhos mágicos
Ao sair da etapa acima, a luz entra na fase primordial da projeção. Ela encontra-se com o Digital Micromirror Device (DMD). O semicondutor possui uma matriz com mais de 2 milhões de espelhos microscópicos que podem ser movimentados, entre as posições “on” e “off”, milhares de vezes por segundo. Cada refletor representa um pixel na imagem projetada.
Os bits gráficos enviados para o chip orientam como cada espelho deve ser posicionado. Se a maior incidência de movimentos levar o refletor para a posição “on”, o pixel reproduzido terá uma tonalidade mais clara. Por sua vez, se a posição “off” for mais frequente, o pixel receberá uma tonalidade mais escura.
Lente de aumento
Terminada esta árdua etapa, a projeção está próxima do seu final. A refração do DMD vai, então, em direção da lente de projeção, a qual dará uma resolução maior da imagem ou vídeo reproduzido.
No caso das telonas
As projeções de grande escala, exibidas em shows e cinemas, possuem um mecanismo de funcionamento diferenciado. O sistema DLP desses equipamentos mais potentes utilizam chips triplos para o processamento da luz.
Uma diferença básica deste método é a ausência do filtro de cores. Neste modelo de sistema, a luz passa por um prisma onde é quebrada em feixes com as cores RGB (vermelha, verde e azul). Cada DMD está preparado para operar com uma destas cores. Depois de passarem pelos microespelhos dos semicondutores (assim como acontece no processo com um chip), a luminosidade é recombinada, encaminhada para uma lente ótica e, em seguida, enviada para o foco projetor.
Fonte da imagem: Divulgação/Texas Instruments.
A transformação da luz em cores sólidas permite que o trio de semicondutores gere 35 trilhões de cores. Esse número exorbitante é que deixa os filmes tão atraentes nas telonas dos cinemas.
As vantagens do DLP
Os gadgets com o Digital Light Processing possuem críticas muito favoráveis a sua qualidade de reprodução para conteúdos multimídia. O Baixaki mata a sua curiosidade em saber quais as vantagens de utilizar este tipo de tecnologia. Segue uma síntese do que o DLP tem a oferecer:
- Em resoluções mais exigentes, como é o caso de eletrônicos compatíveis com 1080p, as imagens atingem melhor estabilidade e têm maior suavidade;
- O contraste na execução de vídeos é excelente;
- A quantidade de cores operadas promove a linearidade das imagens;
- Projetores DLP em alta definição são menos abertos ao screen-door effect, efeito que permite a visualização das linhas que separam os pixels;
- Gadgets que usam esta tecnologia são menos suscetíveis à descoloração de imagens em displays eletrônicos;
- Ao utilizar uma lâmpada, a televisão com DLP aumenta sua vida útil em relação a tecnologias mais comuns, como o plasma;
- Maior velocidade no processamento das imagens. Isso é relevante na reprodução de cenas com movimento. A experiência ao assistir uma partida de futebol ou uma corrida de automobilismo é mais agradável;
- A lâmpada pode ser trocada sem muito esforço, bem diferente do sistema de iluminação das TVs e monitores LCD. Qualquer pessoa, com os devidos cuidados e instruções assimiladas, pode realizar a substituição.
O outro lado da moeda
O mundo da tecnologia é repleto de equipamentos sofisticados que tornam nosso cotidiano mais prático, cômodo, rentável, emocionante ou divertido. Apesar dos grandes benefícios oferecidos pelos gadgets, nada é perfeito. O Digital Light Processing também tem seus “defeitos” ou limitações. Dê uma olhada nos quesitos que ainda encontram críticas de especialistas e usuários:
- Televisores dotados do DLP são mais espessos do que aparelhos de LCD, Plasma ou LED. Apesar de parecerem mais “gordinhos”, eletrônicos com esta tecnologia tem peso equivalente aos demais;
- Para evitar o aquecimento do sistema, é necessária a utilização de ventoinhas ou coolers para o arrefecimento dos componentes, o que acaba causando ruídos;
- No caso de equipamentos com chip simples, algumas posições de visualização podem ser afetadas pelo efeito “arco-íris”, pequenas cintilações e sombras das cores RGB na projeção;
- Em resoluções mais baixas, como 720p, o sistema DLP encontra dificuldade em mascarar o efeito screen-door effect. Isso acontece devido aos minúsculos espaços entre os espelhos microscópicos que, ao serem ampliados, podem gerar interferências nas imagens. Essas distorções estão sendo tratadas pela Texas Instruments, que trabalha em novas versões do DMD;
- Apesar de ter um resultado final melhor, o controle do contraste da imagem é mais limitado do que em televisores de CRT (TVs de “tubo”);
- A alteração da resolução nativa de televisores baseados no Digital Light Processing pode afetar a qualidade das imagens. Os quadros exibidos demoram mais tempo para serem processados. Esse tipo de situação é mais evidente ao executar jogos em consoles de última geração (PlayStation 3 e Xbox são exemplos).
- Televisões DLPs possuem mais partes mecânicas que outras tecnologias, o que aumenta os riscos de quebra – em teoria.
- O custo das lâmpadas pode encarecer os eletrônicos. Uma peça chega a custar US$ 500.
Quais tipos de produtos utilizam?
A tecnologia Digital Light Processing tem aplicação em três tipos básicos de produtos eletrônicos: projetores de parede, televisões de alta definição e projetores para cinemas ou shows. Entretanto, nada impede que o sistema DLP seja implementado em outros dispositivos que operem com a projeção de luz.
No site da Texas Instruments constam alguns exemplos de gadgets que possuem o mecanismo de sua propriedade. Os projetores de parede dotados por esta tecnologia são fabricados por diferentes marcas, como o K11DLP Projector da Acer, o ElectronicseXpo GW820DLP Projector da LG e o SP-HO3DLP Projector da Samsung. O preço inicial para estes eletrônicos é US$ 347.
Fonte da imagem: Divulgação Mitsubishi.
Para consumidores comuns, os televisores são os equipamentos mais atraentes. O tamanho das telas varia de 60 a 73 polegadas. A Mitsubishi é a empresa que tem mais apostado no potencial do DLP, segundo a página de produtos da Texas. As TVs menores custam no mínimo US$ 1 mil, cerca de R$ 1,7 mil, sem o cálculo de impostos. Para conferir os modelos de televisões disponíveis clique aqui.
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O que você achou desta tecnologia? Você já usufrui de equipamentos dotados do DLP? Quais as suas expectativas em relação a este sistema de projeção de luz? Faça seus comentários e compartilhe sua opinião!
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