Reuters. Por Alexei Oreskovic e Paul Thomasch - Dias depois que o Google causou surpresa ao anunciar que Larry Page voltaria ao comando da empresa, investidores e observadores do setor debatem se ele está à altura de um trabalho que mudou muito.
Page, 38, co-fundador da maior companhia mundial de buscas na Internet, substituirá Eric Schmidt como presidente-executivo em abril, em um momento no qual o Google enfrenta concorrência dura de Facebook e Twitter.
A decisão parece seguir um dos mais velhos roteiros do Vale do Silício, mas qual será o final da história?
"Fundador que assume a presidência... Estamos falando do retorno de Steve Jobs ou do retorno de Jerry Yang?", afirmou Chris Dixon, veterano da tecnologia que investiu no Skype e Foursquare, em mensagem no Twitter, fazendo referência à Apple e ao Yahoo.
Jobs retornou à Apple nos anos de 1990 para salvar a companhia criada por ele, que estava à beira da insolvência. Depois de sua volta, a Apple vem ditando a agenda na cultura e tecnologia, com o iPhone e o iPad.
Jerry Yang, do Yahoo, fez retorno semelhante, retomando o comando de sua companhia de Internet depois de um período conturbado, mas não conseguiu restaurar a posição do grupo.
Para o Google, que domina o mercado de buscas e gerou cerca de 29 bilhões de dólares em receita no ano passado, a necessidade de mudança não é tão urgente quanto no caso do retorno de Jobs à Apple.
Mas analistas dizem que a popularidade de serviços de redes sociais como o Facebook e Twitter, e do serviço de compras coletivas Groupon, representa crescente ameaça aos negócios do Google.
As ações da empresa apresentaram desempenho inferior à média do mercado em 2010, e o Google vem enfrentando dificuldade para desenvolver produtos próprios de redes sociais; muitos de seus engenheiros e executivos trocaram a companhia pelo Facebook.
Enquanto isso, novos concorrentes, de menor porte, no mercado de buscas online começam a ganhar reputação, e alegam que a qualidade dos resultados de busca do Google, o traço definidor da empresa, vem se deteriorando.
Page, que co-fundou o Google com Sergey Brin, 13 anos atrás, tentará reconduzir a companhia à vanguarda da inovação na Web, mas também precisará comandar as operações diárias de uma organização com 24 mil funcionários, muito maior que a existente nos anos iniciais da companhia.
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