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As grandes fabricantes de veículos têm, finalmente, proposto soluções ambientalmente limpas como alternativa para a grande poluição causada pelos carros em grandes cidades espalhadas ao redor do mundo.
Combustíveis menos poluentes (apesar dos problemas socioambientais oriundos da monocultura da cana-de-açúcar e do uso de alimentos como o milho para a produção de biocombustíveis), carros totalmente movidos à energia elétrica ou híbridos, e até motores a base de hidrogênio dão mostras desta “boa vontade” das montadoras.
Platooning
Dentro das novidades que pretendem aliar conforto, segurança e menor impacto ambiental está o sistema de transporte inteligente batizado de “platooning” (do inglês “platoon” que significa pelotão de exército).
A sua aplicação é bem fácil de entender: um comboio de carros seguem o mesmo caminho guiados automaticamente por outro veículo, sem precisar da ação de motoristas. Somente o primeiro carro é dirigido do modo convencional.
Os testes realizados até agora usaram apenas conexão sem fio, mas uma acoplagem mecânica dos veículos enfileirados não está descartada. Todo o comboio se move simultaneamente, como vagões de trem ligados ao vagão do maquinista. Mesmo conectados, os veículos mantêm sua autonomia e podem deixar a fila a qualquer momento.
Os objetivos do platooning são reduzir o número de acidentes de trânsito, visto que 80% deles são causados por ação humana, melhorar o aproveitamento do espaço viário a fim de diminuir o número de congestionamentos, e também garantir um maior conforto para os motoristas, que poderão viajar por horas sem tocar as mãos no volante.
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Como funciona
O platooning faz uso de diversas tecnologias diferentes, tanto para controle quanto para conexão dos carros, de modo a alcançar um alto grau de segurança e eficiência no transporte. Magnetismo, sistemas de comunicação via rádio e até mesmo radares podem ser empregados para a construção de um comboio.
O vídeo abaixo (com narração em inglês e sem legenda) exibe o teste do projeto SARTRE, da Volvo, realizado com um único carro sendo guiado. O que se vê é um motorista tomando café e lendo jornal enquanto seu carro segue o caminhão à frente.
Projetos em desenvolvimento
Além da Volvo, a General Motors (GM) também possui um conceito de carro para platooning. É o EN-V, um miniveículo cujos modelos podem se comunicar entre si e formar um comboio único. Com espaço para apenas duas pessoas, este veículo tem a cara de uma via futurista onde carros em procissão passam rapidamente.
O projeto da Volvo, contudo, encontra-se em um estágio superior de desenvolvimento em relação ao da GM – tanto é que já realizam testes mais avançados. De qualquer forma, nada ainda é muito concreto e deve levar mais alguns anos para que se veja um comboio deste nas ruas.
Colocando em prática
Para ver um sistema amplo de platooning em prática, especialistas garantem que falta legislação específica e também a aceitação por parte de quem dirige o carro. O vídeo da Volvo mostra o motorista um pouco reticente e desconfortável com a sensação de descontrole causada pelo “piloto automático”.
Além disso, o ideal seria o desenvolvimento de estradas específicas, também dotadas de alta tecnologia, para este tipo de rodagem. Nos EUA, existe o projeto PATH para a criação de estradas inteligentes e capazes de guiar automaticamente carros sem motoristas para uma mesma direção.
Mais empecilhos
Para ver o platooning em prática seria necessária a aplicação de alta tecnologia nos veículos, como sensores de movimento e presença, plataformas para conexão sem fio e diversos outros dispositivos que elevariam o preço dos carros.
A condição das estradas podem ser um problema, afinal, asfaltos com buracos ou mesmo lombadas acabariam por dessincronizar os veículos. Por exemplo: o carro-chefe reduz a velocidade para passar sobre uma lombada, e depois acelera novamente. Desta forma, os demais veículos podem passar pela lombada a uma velocidade não adequada.
Prós...
Uma análise superficial já nos mostra inúmeras vantagens para um sistema platooning. Talvez o principal deles seja a segurança dos motoristas, afinal, todos os carros manteriam a mesma distância entre si e responderiam às variações de velocidade do carro-chefe. Isto colaboraria para a diminuição de acidentes.
O conforto também não pode ser deixado de lado, afinal, viagens de várias horas seriam menos cansativas, pois os motoristas poderiam relaxar e até cochilar ao volante sem nenhum prejuízo.
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Além disso, a economia de combustível, estimada em até 20% devido a menor resistência do ar para os carros enfileirados, seria um benefício não só econômico, mas também ambiental. Uma combinação de tecnologias poderia viabilizar a utilização de carros híbridos, o que diminuiria ainda mais os custos.
... E contras
O grande ponto contrário ao platooning é o desconforto que os motoristas sentirão com a falta de controle sobre o veículo, afinal, volante e pedais se tornariam artigos inúteis enquanto o carro é guiado em comboio.
Outro contra pode ser o momento das paradas na estrada. Para que o sistema seja realmente efetivo, seria preciso ter vários comboios (assim um veículo pode parar e, posteriormente, integrar uma nova fila) ou então todos os carros pararem juntos.
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Parece uma ideia interessante. O aumento da segurança e a economia – tanto de combustível quanto de paciência por não ter que enfrentar um trânsito estressante – parecem justificar o desenvolvimento do sistema platooning.
É claro que muita coisa precisa mudar para que tenhamos sistemas de transporte mais seguros e ambientalmente responsáveis, inclusive a mentalidade de fabricantes de veículos e de motoristas. Tomara, então, que soluções como estas se tornem cada vez mais comuns e acessíveis a todos.
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