O modo com que estamos acostumados a assistir a nossos programas de TV favoritos está prestes a mudar. Desde que a Google e a Apple anunciaram seus respectivos serviços de programação, o mundo inteiro passou a especular quais mudanças esses novos formatos trariam.
É inegável que o Google TV e o Apple TV vão forçar as emissoras a reinventarem a forma com que o sinal e seus programas são transmitidos. Contudo, por funcionarem de maneira diferenciada, as duas plataformas fazem gerar uma dúvida bastante pertinente ao usuário: quem vai prevalecer?
Cada empresa aposta em seu formato e nas novidades apresentadas, principalmente por serem uma resposta àquilo que o público considera essencial na televisão. É o caso da integração total com a internet do Google TV e a ausência de publicidade do Apple TV.
Mas e no Brasil? Como acontece com a maioria dos lançamentos tecnológicos, nosso país nunca é visto como público-alvo principal dos produtos. Por conta disso, o Baixaki decidiu analisar as características desses lançamentos para saber qual tem mais chance de ser o formato principal a ser adotado por usuários brasileiros.
Quando chega?
Antes de mais nada, é preciso reforçar que a vinda do Google TV e Apple TV para o Brasil ainda não é dada como certa. Como não há nenhuma confirmação oficial por parte das empresas, todas as informações apresentadas são especulações e pontos considerados prováveis.
A "maçã" faz do seu jeito
Anunciada oficialmente no início de setembro, a Apple TV promete revolucionar a forma como vemos televisão exatamente por permitir que o usuário monte sua própria programação. Para isso, ele disponibiliza a locação de filmes e seriados via streaming a baixos preços e em alta qualidade.
Divulgação/Apple
O grande diferencial do novo formato está na praticidade com que tudo isso é feito. Basta acessar a loja virtual e adquirir a atração desejada, da mesma forma que a empresa já faz com a AppStore e iBooks Store. Além disso, também é possível assistir a filmes armazenados em seu iPad diretamente na tela da televisão.
Com isso, o usuário pode assistir aos seus programas e filmes favoritos em alta qualidade e sem ser incomodado com interrupções por conta de comerciais e propagandas. Ele teria liberdade de ver apenas aquilo que desejar e quando quiser.
Para fazer tudo isso, o Apple TV utiliza um pequeno dispositivo que é conectado ao televisor por meio de um cabo HDMI. Dessa forma, qualquer modelo de TV que possua essa entrada já é compatível com o novo formato, o que facilita a popularização da tecnologia em pouco tempo.
Isso funcionaria no Brasil?
Os anos de iPhone e iPad no Brasil serviram para nos ensinar uma coisa: o serviço de compra pela Store não é algo tão funcional em nosso país quanto é nos Estados Unidos. Não que isso signifique que o Apple TV vá falhar no Brasil, mas é possível que ele não alcance o mesmo êxito que vai conseguir em outros países.
Primeiramente porque, assim como acontece com a AppStore, todo o conteúdo deve ser comercializado em dólar, mesmo que seja produzido por canais nacionais. Com isso, quem não possui um cartão de crédito internacional fica impossibilitado de adquirir qualquer programa.
Divulgação/Apple
Além disso, a cultura norte-americana é diferente da brasileira. Enquanto eles estão acostumados com uma programação que se resume a seriados e filmes, nós já temos uma oferta maior de possibilidades, com diversos formatos de programas. Com isso, é possível que muitas atrações não sejam inseridas na loja da Apple TV.
Por fim, outro problema que dificultaria a consolidação em terras brasileiras da programação personalizada proposta por Steve Jobs é a necessidade de uma conexão à internet de alta velocidade para acompanhar a programação via streaming sem travamentos.
Para isso, o ideal seria que a banda larga fosse de, no mínimo, 2 Mbps. Contudo, sabe-se que a internet de alta velocidade não é acessível a todos no Brasil, o que limitaria o Apple TV a um número ainda mais restrito de usuários. Porém, isso não é exclusividade da Apple, já que o Google TV também vai exigir o mesmo padrão.
A Google e o centro de comando em sua sala
Enquanto a Apple aposta na coexistência entre a internet e a TV por meio de um pequeno dispositivo, a Google transforma a televisão em um computador que reúne tudo aquilo que você precisa em um só lugar.
Porém, a comparação com um PC não é meramente metafórica. De maneira simplificada, a novidade do Google TV está na integração feita entre o aparelho e a internet. Para isso, o televisor recebe um sistema operacional próprio e até mesmo um navegador, que permite a navegação por ferramentas de buscas que vão ajudar o usuário e encontrar aquilo que deseja ver.
Divulgação/Google
Com isso, todo o conteúdo de vídeo disponível na rede pode ser acessado e visualizado pelo Google TV. Sendo assim, qualquer programa que esteja no YouTube, sites de emissoras e até mesmo transmitidos em canais digitais estarão disponíveis.
Além disso, a proposta da empresa é oferecer ao usuário uma programação exclusiva, semelhante ao modelo atual adotado pelas TVs a cabo. Assim, o usuário contrataria um serviço de canais e poderia acessá-los por meio do navegador disponível na televisão.
Interatividade ou qualidade?
O grande destaque do Google TV é exatamente a grande oferta de programas que o usuário tem a seu dispor. Em vez de se agendar de acordo com a programação ou baixar algo muito específico, o modelo da Google permite que você pesquise aquilo que você quer e saiba exatamente onde ver.
Porém, assim como pode acontecer com a Apple, alguns problemas podem dificultar o crescimento dessa tecnologia no Brasil. A principal delas é o preço da televisão capaz de realizar todas essas tarefas, que pode ser inviável para muitas pessoas.
Divulgação/Google
Além disso, com exceção da programação específica, nada do que é oferecido pelo Google TV está fora internet atualmente. Sendo assim, tudo aquilo que você já vê no computador vai estar disponível na tela da televisão. Contudo, isso pode fazer com que alguns programas sofram com a baixa qualidade, principalmente aqueles que foram exportados do YouTube, por exemplo.
Porém, como a maioria das atrações estará disponível gratuitamente, é muito provável que o Google TV tenha mais chances do que o produto da Apple em nosso país. Com a facilidade do sistema de busca, o usuário poderá encontrar o programa que quiser sem ter de pagar nada por isso, o que é um grande atrativo para o público nacional.
E para você, usuário? Qual o formato de TV que mais lhe agrada, o da Apple ou da Google? Deixe sua opinião nos comentários!
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