(Fonte da imagem: Reprodução/TecnoEtc)
No primeiro semestre de 2013, a tecnologia 4G chegou oficialmente, focada no acesso mais rápido de dados pela rede celular. A ideia era de que as seis cidades-sede da Copa das Confederações fossem os primeiros municípios a receberem a tecnologia, ofertada pela Claro, Oi, TIM e Vivo. Agora, com o ano se despedindo de todos, surgem as informações de que as estimativas em relação ao número de usuários da tecnologia ficou bem abaixo do esperado.
Quando o acesso 4G chegou ao Brasil, o plano da Anatel era de que, até o final de 2013, aproximadamente 4 milhões de usuários migrassem para a tecnologia. Empresas de telefonia afirmaram que a marca era impossível de ser alcançada e a expectativa caiu para 1 milhão de usuários. Estamos na segunda metade de dezembro e nem esse número foi atingido.
Um dos pontos levantados sobre a baixa adesão à tecnologia é a necessidade de um novo aparelho que suporte 4G. Atualmente, smartphones que suportam a tecnologia têm preço elevado, custando valores a partir de R$ 1.000.
De acordo com o Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), a expansão da tecnologia necessitaria de mais 10 mil antenas, sendo que o país conta com 60 mil. Em entrevista ao UOL, o presidente da AET (Associação dos Engenheiros de Telecomunicações), Ruy Bottesi, disse que essa afirmação é uma “boa desculpa” para acobertar a falta de investimento das telefônicas.
“O 4G não avança porque as próprias operadoras não injetam o volume de investimento necessário para a expansão do sistema”, diz Bottesi. Para o especialista, isso acontece devido ao fato de que a tecnologia 3G ainda está em alta no Brasil e sendo mais usada graças à queda de preços de aparelhos compatíveis com a conexão.
Expansão para a Copa do Mundo pode ter sido um equívoco
Bottesi também comenta o fato de os planos de expansão da tecnologia 4G estarem atrelados à organização da Copa do Mundo de Futebol. De acordo com o especialista, os estrangeiros que virão ao país utilizarão aparelhos celulares que suportam uma frequência diferente de 4G da usada no Brasil. Por causa disso, o número de usuários não aumentará e a rede ficará “abandonada”.
Acredita-se que uma solução para o problema seria uma licitação da faixa de 700 MHz, utilizada em 47 países, como os Estados Unidos, e que requer investimento menor para ser instalada. A nova faixa de conexão também seria uma mão na roda para os consumidores, já que ficaria mais fácil e barato adquirir aparelhos importados que suportam esse tipo de 4G.
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