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Se você está ansioso para entrar de cabeça na tecnologia 4G, é melhor ter paciência. A Associação de consumidores Proteste, em conjunto com a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET), enviou um oficio à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em que questiona a introdução do sistema 4G na rede de internet móvel brasileira.
Para a entidade, a Anatel não deveria autorizar a comercialização de planos que se dizem 4G, mas que contam com uma cobertura restrita. De acordo com o órgão, o lançamento do 4G no Brasil pode ser considerado como propaganda enganosa, pois alguns aparelhos e planos mais caros acabarão operando em uma frequência que deveria ser destinada apenas ao 3G.
“Ou seja, depois de assinar o contrato de fidelidade com a operadora e se dar conta da limitação, o consumidor que precisa transmitir e receber grande quantidade de dados se sentirá enganado”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.
A frequência com mais abrangência é a de 700 MHz, que ainda tem as regras para a operação em discussão por meio de consulta pública. Ou seja: gadgets que não operarem em 2,5 GHz (banda adequada ao 4G) vão funcionar na rede 3G até que a rede de 700 MHz seja implantada.
Mas as complicações não param por aí: existem aparelhos sendo vendidos como compatíveis com o 4G, mas que não operam na frequência de 700 MHz e, nestes casos, a dor de cabeça seria maior ainda. Assim que a nova rede entrar em operação, o consumidor vai precisar trocar novamente de smartphone, arcando com o custo de dois aparelhos – possivelmente, ambos com um preço bastante salgado.
Com tudo isso, a Proteste ressalta que não é aconselhável investir em uma tecnologia cara, compatível com poucos aparelhos e que ainda está disponível em poucas regiões de algumas cidades.
Muitas dúvidas, poucas soluções
Há ainda muitas dúvidas em relação às faixas de frequência em que o serviço deve funcionar, mas as operadoras não perderam tempo e já iniciaram as vendas de planos de olho no Dia das Mães. Como o 4G inicialmente funcionará na frequência de 2,5 GHz – que conta com baixo desempenho em locais fechados – será necessário utilizar outras faixas de frequência destinadas ao 3G e ao 3G Plus para que se obtenham as velocidades prometidas.
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Além disso, as associações ainda pedem que a Anatel informe em quais cidades estão instaladas as antenas capazes de funcionar como infraestrutura com suporte para o 4G. Pelo cronograma previamente definido pela própria Anatel, as operadoras teriam até amanhã (30/04) para colocar em operação as redes 4G nas seis cidades que vão sediar a Copa das Confederações no mês de junho.
A Proteste constatou ainda que existem apenas 11 modelos de smartphone homologados pela Anatel que operam na frequência de 700 MHz, no entanto, as operadoras estariam vendendo smartphones com preços superiores a R$ 1.800 como sendo compatíveis com a nova tecnologia, mas que não operam nas frequências de 2,5 GHz ou 700 MHz.
A Proteste ainda alerta a Anatel para a necessidade de orientar aos consumidores a respeito das características dos aparelhos e sua adequação a diferentes frequências, já que é grande o risco de se adquirir um smartphone de alto custo e ter que trocar o aparelho em um curto espaço de tempo, pois ele não poderá ser usado na frequência de 700 MHz, a ser leiloada no próximo ano.
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