A denominada “corrida espacial” foi uma das disputas tecnológicas mais marcantes de toda a história. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos da América e a antiga União Soviética lideraram um entrave que perdurou anos em busca da hegemonia da exploração espacial.
Apesar de todas as batalhas por debaixo dos panos em que estava envolvida, a corrida espacial proporcionou expressivos avanços tecnológicos, principalmente, na área de aviação. Muito do que vemos hoje em relação aos aviões e caças é oriundo desta época.
Atualmente, a história é bem diferente. As agências espaciais de inúmeras nações, como EUA, Rússia, além de países europeus e asiáticos trabalham em conjunto para atingir maior prosperidade. Em meio a uma infinidade de pesquisas, a NASA (National Aeronautics and Space Administration, agência espacial norte-americana) anunciou em abril de 2010 para a NASA Aeronautics Research Mission Directorate (direção de pesquisas e missões espaciais da NASA) o conceito de um jato supersônico para a aviação comercial.
O modelo futurista foi apelidado de “Supersonic Green Machine” - em uma tradução livre “Máquina Verde Supersônica” - e pretende romper os paradigmas de como viajamos pelos ares. Conheça o jato que poderá nos transportar para qualquer parte do mundo em poucas horas!
O que ele tem de diferente?
Os jatos supersônicos já existem, e isso não é novidade para ninguém. Entretanto, há dois grandes empecilhos para que esse tipo de aeronave seja utilizada pela aviação comercial (a que nós usamos para viajar nas linhas aéreas): o altíssimo consumo de combustível para manter as impressionantes velocidades atingidas (são mais de 300 metros por segundo!) e o ruído causado pela quebra da barreira do som.
O Supersonic Green Machine. Fonte: NASA
O estrondo sônico - ondas de ar supercomprimidas - causado por tal rompimento é tão forte que, dependendo da distância em que o avião está do solo, pode quebrar vidros de janelas e automóveis, causar rachaduras em paredes, entre outros estragos. Por isso, voos à velocidade supersônica não podem acontecer sobre os continentes.
O Supersonic Green Machine, além de um visual descolado - que mais parece uma aeronave de super-herói dos desenhos animados -, conta com design e sistema de motores na parte traseira chamados de “V-invertido”. Segundo a própria NASA e a sua parceira no projeto Lockheed Martin Corporation, são exatamente estas formas que possibilitam que o modelo reduza drasticamente os ruídos dos estrondos sônicos e o consumo de combustível.
Fotografia do Jato F/A-18 Hornet quebrando a barreira do som sobre os céus do Oceano Pacífico em 1999. Fonte: U.S. Navy
De acordo com a Agência Espacial Americana, ainda estão sendo estudadas outras tecnologias inovadoras para que todas as metas ambientais, escalas e cargas sejam alcançadas. Por ser apenas o desenvolvimento de um conceito, ainda não foram informados mais detalhes desta revolucionária aeronave.
Além do alcance!
A grande vantagem para os consumidores comuns deste conceito de aeronave é óbvia: a redução de tempo nas viagens. Quanto tempo levaria para ir do Oiapoque ao Chuí? Quem sabe, menos de uma hora. Melhor que isso, imagine desembarcar no Japão em 10 ou 12 horas, muito menos estressante e cansativo que as intermináveis 24 horas que levamos atualmente.
As expectativas são grandes para o que esta máquina da alta tecnologia espacial será capaz de proporcionar. Entretanto, será uma espera um pouco longa, pois os desenvolvedores têm como previsão dos primeiros voos o período de 2030 a 2035. Até lá, vamos ouvir falar muito do Supersonic Green Machine, isso é certo.
Se este modelo vai quebrar os paradigmas da viação moderna, assim como rompe a barreira do som, ou não vai passar de um design para desenhos animados e brinquedos de crianças, só saberemos daqui a alguns anos. O mais importante é saber que a cada dia mais inovações são idealizadas para a melhoria e comodidade das nossas vidas. É mais um sinal de que a tecnologia sempre vai ser o braço direito do homem.
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