Códigos de barra já fazem parte da nossa vida, afinal, atualmente é muito difícil encontrar um comércio onde preços sejam inseridos manualmente nos produtos. Em locais onde o fluxo de vendas é muito grande, você provavelmente encontrará leitores óticos prontos para lerem as informações de um código.
Além disso, nenhum produto industrializado (e até mesmo os caseiros) estará sem o código de barras em sua embalagem. Enfim, independente de sua idade e posição social, com certeza você já vê códigos de barras costumeiramente.
Apesar de tanta popularidade, este sistema sofre algumas ameaças de ser superado por outros supostamente mais eficientes e práticos. Você já leu no Baixaki sobre um sistema de identificação por radiofrequência, a RFID (clique para saber mais) e agora conhecerá um pouco mais acerca de outra tecnologia que pode substituir os códigos de barra, o Bokode.
O que é o Bokode?
Esta é um tipo de etiqueta de dados que mede apenas 3mm (milímetros) de diâmetro e é capaz de armazenar muito mais informações do que um código de barras. Esta tecnologia foi desenvolvida pelo Media Labs do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Estados Unidos. Sua compreensão também é feita através de um leitor ótico, porém de uma maneira diferente das já existentes por aí.
Assista a um vídeo sobre o Bokode
Antes do Bokode existiam três maneiras de se transferir algo oticamente: por meio de variações no comprimento de uma onda de luz (método utilizado em comunicações via fibra ótica, para que diferentes canais possam usar uma mesma fibra); por meio de uma imagem bidimensional comum (um código de barras, por exemplo); e ainda por variações de tempo (como em filmes).
Origem do nome
Bokode é uma palavra inventada, criada a partir da junção de duas outras palavras: bokeh, palavra em japonês que significa mancha ou borrão, e é um termo técnico da área de fotografia, e code, que significa código em inglês. Unindo as duas, Bokode.
Como ele funciona?
Esta nova tecnologia já parte na direção dos hologramas e codifica dados na direção angular. A partir disso, estes dados são interpretados de maneiras diferentes de acordo com o posicionamento dos raios de luz que emergem do dispositivo. Assim, um pequeno circulo luminoso de 3mm de diâmetro guardará informações e poderá ser lido facilmente.
Seu objetivo então é ocupar menos espaço, armazenar mais informações e facilitar sua leitura, afinal, pretende-se que essa tarefa possa ser realizada a uma distância de até 4m (metros) e por meio de outros dispositivos, como celulares e câmeras, e não somente por leitores de códigos padrão, como os encontrados em lojas e supermercados da atualidade.
E de onde vem a luz?
Diferentemente do código de barra comum, que é uma imagem bidimensional comum, o Bokode é lido de maneira holográfica. Os raios luminosos emitidos por ele são lidos e interpretados por um aparelho qualquer. Ao analisar esta assertiva, de que são emitidos raios luminosos, você deve se perguntar: mas de onde vem os raios de luz? Pois é, para emitir as luzes, o Bokode necessita de uma um LED (Diodo Emissor de Luz).
Imagem: MIT Media Lab
Mas para que o LED possa funcionar e emitir as luzes necessárias para a leitura do Bokode, ele necessitará de uma fonte de energia, que também deverá estar presente. Ao chegar nisso, vemos aí um dos principais problemas para esta tecnologia concorrer com o código de barras, afinal, as barras são apenas imagens, frias e sem luz, ou seja, não necessitam de nada além de tinta.
Contratempos técnicos
Então, o primeiro contratempo do Bokode, por enquanto, seria sua necessidade de LED e alguma espécie de bateria para alimentá-lo. Além das incompatibilidades técnicas de instalar isso tudo em algum produto ou mesmo em um ser vivo, há também o inconveniente do preço. Contudo, segundo Ankit Mohan pesquisador do MIT Media Lab e um dos principais responsáveis pela nova tecnologia, já existem pesquisas visando ao desenvolvimento de equipamentos mais baratos e praticamente invisíveis, tal qual os que existem em cartões de crédito.
Vantagens em relação a outras tecnologias
Além de ser bem menor que uma etiqueta de RFID e também que um código de barras, uma etiqueta Bokode é capaz de armazenar bem mais dados e também de ser lida por diversos dispositivos que possuam câmera (máquina fotográfica digital, câmeras de segurança, celulares, etc.) e até mesmo a olho nu (neste caso, tendo sido bastante aproximado do olho).
Imagem: MIT Media Lab
Outro ponto que lhe confere vantagem em relação a outras tecnologias, principalmente a de identificação por radiofrequência, é que ele pode ser coberto e ter suas informações escondidas. Uma etiqueta RFID não tem o mesmo “privilégio”, pois como suas informações são captadas através das ondas de rádio que emitem, ela pode estar coberta que mesmo assim continuará a emiti-las e qualquer receptor poderá identificá-las.
Questões éticas
Sempre quando se trata de uma tecnologia avançada de identificação, muitas vozes se levantam avisando das possibilidades de um mau uso destes equipamentos e com o Bokode não poderia ser diferente. Contudo, como acontece na maioria das vezes, os que apontam problemas éticos quanto à aplicação destas tecnologias, há certa razão.
Pensando hipoteticamente, poderemos imaginar uma sociedade em que Bokodes sejam inseridos nas pessoas. Assim, isto poderia configurar numa ferramenta de fácil controle, pois manifestantes, funcionários em greve e estudantes que protestam poderiam facilmente ser identificados através de uma leitura de câmeras de segurança.
Enfim, esta tecnologia ainda está engatinhando e muita coisa deve vir pela frente, mas como tudo que envolve a implantação de chips e dispositivos de identificação em seres humanos, há que se ter muitos cuidados para que isso não se torne mais uma ferramenta de controle social.
Este foi mais um artigo do Baixaki preocupado em esclarecer algumas informações sobre novas tecnologias e agora é a sua vez, caro usuário. Registre suas impressões e ideias acerca deste tema em nossos comentários e aguardem por mais novidades. Até a próxima!
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