Um estudo publicado no último sábado (23 de julho) pelo Journal of Vision mostrou que pessoas que assistem a conteúdos em 3D sofrem com maior cansaço visual do que aquelas que assistem às mesmas produções em suas versões bidimensionais. Os testes foram realizados por pesquisadores da Universidade de Berkeley, e tiveram como um de seus principais patrocinadores o departamento de pesquisas da Samsung.
O maior responsável pelos problemas detectados é a disparidade entre a distância da superfície da tela e a profundidade mostrada pelas imagens tridimensionais. Ao todo, participaram do experimento 24 pessoas, que após assistir a vídeos usando os dois tipos de tecnologia, preenchiam um questionário sobre o cansaço que sentiam em seus olhos, pescoços e costas. Outro quesito avaliado era a clareza com que conseguiam observar objetos após o experimento.
Alerta aos produtores de conteúdo
Nos vídeos utilizados, os pesquisadores procuraram detectar as reações causadas pelas diferenças entre o ponto focal e a distância de vergência das imagens. Enquanto nas produções 2D esses pontos coincidem, naquelas em 3D o ponto focal é a tela do aparelho, enquanto a distância de vergência varia conforme as cenas mostradas.
Os participantes do estudo responderam que experimentaram maior cansaço visual quando as imagens exibidas apresentavam diferenças entre o ponto de foco e a distância de vergência das imagens. O estudo apontou que essa sensação é mais forte quando a vergência se dá em um ponto que fica além da tela, não sendo tão acentuada quando o ponto ocorre mais próximo do telespectador.
A pesquisa é especialmente importante para desenvolvedores de conteúdo 3D, que a partir dela podem criar produções que não incomodem tanto o público consumidor. O resultado também serve como um alerta de que conteúdos do tipo funcionam melhor em telas de cinema do que em televisores caseiros, que costumam provocar danos maiores aos olhos do usuário.