Durante quase toda a história dos veículos automotores o que mais se viu foi o uso de combustíveis poluentes e oriundos de fontes não renováveis. No topo da tabela está a gasolina, produto do petróleo cuja queima é uma das grandes causas de poluição no mundo.
Além disso, o petróleo não é uma fonte renovável de energia e ninguém sabe ao certo até quando ainda serão encontradas reservas deste ouro negro, portanto, uma alternativa se faz necessária principalmente por motivos políticos, econômicos e ambientais.
Alternativas
Já faz algum tempo cientistas de vários laboratórios e de fabricantes de veículos vêm desenvolvendo estudos sobre substâncias alternativas ao petróleo. No Brasil temos o etanol vindo da cana-de-açúcar, que é menos poluente e vem de uma fonte renovável.
Porém, sua produção recebe duras críticas ambientais e trabalhistas, pois a monocultura da cana (assim como qualquer outra) prejudica o solo e o trabalho nos canaviais é desumano e volta e meia ouve-se algo sobre trabalho escravo nestas lavouras.
Em outros países, como os Estados Unidos, o etanol é produzido a partir do milho e aí, além dos problemas levantados anteriormente em relação à cana, entra também a questão da utilização de alimentos na produção de combustível, o que chega a ser um crime em um mundo com tantos famintos. Outra fonte é o gás natural veicular (GNV), contudo este não é apontada como solução, pois também vem do petróleo.
Hidrogênio
Outra alternativa que surge é o hidrogênio. Sua combustão gera energia e não polui o meio ambiente, afinal, o resultado desta reação química é a liberação de vapor de água e especialistas apontam que este elemento será o combustível do futuro também por isso.
Além disso, ao que tudo indica, os carros movidos a hidrogênio serão elétricos, ou seja, não haverá combustão e, portanto, não haverá realmente qualquer emissão de gás na atmosfera, nem mesmo o vapor de água.
Carro da Toyota movido a hidrogênio. Foto: Kjkolb
Outra vantagem que coloca este elemento como o futuro dos combustíveis no mundo todo é a variedade de fontes. É possível extrair hidrogênio de água, combustíveis fósseis, biomassa, energia solar ou eólica (do vento).
Sua produção pode ser feita em lugares simples através de uma eletrólise na água: descargas elétricas separam os átomos de hidrogênio do oxigênio e assim temos energia limpa e renovável.
Pilha a Combustível
As células de hidrogênio, também conhecidas como PAC (Pilha a Combustível) é uma das apostas das grandes montadoras. O funcionamento é simples: uma PAC é inserida no carro e gera energia elétrica para que ele se mova - esta energia é armazenada em uma bateria de lítio-íon. Um dos exemplos que temos com este modelo é o Peugeot 307 CC, da francesa PSA Peugeot Citroën.
Peugeot 307 CC movido a hidrogênio. Foto: Divulgação
Apresentado ao público no último dia 7, o carro possui um desempenho que não fica devendo em nada para os veículos movidos a álcool/gasolina que temos por aqui: faz de 0 a 80 km/h em 11,2 segundos, atinge velocidade máxima de 155 km/h e, de acordo com a PSA, suas baterias carregadas possuem autonomia de 500 km, uma distância maior que o percurso entre as cidades de Curitiba e de São Paulo.
Outro exemplo, este de 2008, é o FCX Clarity da montadora japonesa Honda. Este veículo conta com um tanque de hidrogênio para armazenar a substância, com a Honda V-Flow (uma espécie de pilha a combustível que permite um fluxo vertical de hidrogênio e oxigênio para, dessa forma, criar energia elétrica) e uma bateria de lítio-íon para armazenamento. O modelo 2010 da máquina atinge velocidade máxima de 160 km/h e sua bateria possui autonomia de 450 km.
Honda FCX Clarity. Foto: Divulgação
Desafios
Até aqui tudo pareceu simples e fácil, não é mesmo? Porém na prática não é bem assim. Isso fica claro até mesmo pelo fato de não haver nenhum esforço muito grande para comercializar estes veículos em larga escala, o que deve ocorrer somente por volta de 2020 principalmente por causa de infraestrutura.
Andando por sua cidade você nunca deve ter visto um posto de combustível que fornecesse hidrogênio para seus consumidores. Isso significa que para entrarem de vez no mercado, será necessária uma convergência de esforços entre governos e iniciativa privada para que este combustível limpo seja mais acessível a todos.
Outro problema é quanto à forma do hidrogênio. Se este estiver em estado de gás comprimido, seria necessário um tanque de combustível muito grande para armazenar uma boa quantidade da substância.
A solução é o desenvolvimento de hidrogênio em estado sólido ou então o uso das alternativas propostas pelas fabricantes e apresentadas anteriormente neste artigo, o que deve encarecer a produção dos veículos.
Os obstáculos ainda são grandes, porém já é gratificante ver que novas alternativas estão sendo desenvolvidas para poupar o meio ambiente. Contudo, restam algumas perguntas: será que estes benefícios chegarão a fazer parte de carros populares? O que realmente motiva as empresas a desenvolver estes veículos? Não deixe de registrar sua opinião em nossos comentários.
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